Elias de Lemos (Correio9)
Nesta quarta-feira, 09, a vice-governadora do Estado do Espírito Sando, Jaqueline Moraes, esteve em Nova Venécia. Ela veio representando o governador, Renato Casagrande (ambos do PSB), para fazer uma prestação de contas do compromisso assumido pelo PSB com o município. O subsecretário de estado da Saúde, Gleykison Barbosa, o Kim, também esteve presente, juntamente com o prefeito Mário Sérgio Lubiana, o Barrigueira, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Rômulo Baía e o pré-candidato a prefeito, Edson Marquiori.
Kim foi o primeiro a falar e pontuou a sua atuação na Secretaria de Saúde do município. De acordo com ele, logo que Barrigueira o convidou para o cargo, precisou fazer um trabalho de reconstrução.
A Saúde acumulava dívidas de mais de R$ 2 milhões e as transferências para o Hospital São Marcos estavam atrasadas, inviabilizando atendimentos. Kim relatou que o Hospital fazia 600 procedimentos por ano e passou para mais de dois mil.
Falou do sucateamento da frota de transporte sanitário – encontrada no primeiro mandato de Barrigueira – e da aquisição de 32 veículos, com a destinação de 8 viaturas para a atenção básica, que tinha 30% de cobertura e agora atinge 100%.
Ele relatou, também, os serviços que foram implantados, como obstetrícia e vasectomia, que não eram realizados no município, destacou a implantação do Consórcio Cim/Norte, que administra a Rede Cuidar e finalizou falando da chegada do SAMU, que trará atendimento 24 horas para urgências.
O ex-secretário de Planejamento e pré-candidato à prefeitura, Edson Marquiori falou dos desafios enfrentados e da melhora do nível do debate político em Nova Venécia: “Não vamos discutir essa questão de capitalismo e comunismo, negro, branco, pobre ou rico. Vamos discutir Nova Venécia; vamos mostrar o que fizemos, como fizemos, o que falta fazer e como vamos fazer”.
Barrigueira falou em tom de despedida: “Estamos partindo para uma nova era na construção de Nova Venécia. A era Barrigueira está chegando ao fim, para dar lugar à era Marquiori”.
Em seguida, o prefeito falou sobre os ataques que tem recebido de um grupo de extremistas nas redes sociais: “Eu não gosto de extremismos, eu sou uma pessoa equilibrada. Respeito a todos e todos os partidos, vamos levar o nosso debate com equilíbrio. Afinal, a gente respeita e gosta de ser respeitado. Vejo escrito nas redes sociais que Nova Venécia precisa de mudança. É claro que todo lugar passa por mudanças porque uma cidade vive em constante mudança. Só que eles não dizem o que está errado, ficam com esse papo bobo de comunismo, coisa que eles nem sabem o que é!”.
Barrigueira anunciou a construção de dois contornos em Nova Venécia. As obras serão realizadas pelo Governo do Estado e vai tirar o trânsito pesado do Centro da cidade. Além disso, está pronto o projeto do governo estadual para a construção do trecho de 43 quilômetros de uma rodovia que vai ligar o Distrito de Nestor Gomes, Km 41, ao município de Vila Valério.
Barrigueira ressaltou as dificuldades enfrentadas pelo seu primeiro governo em razão do alto endividamento do município que estava negativado, sem crédito, quando ele assumiu a Prefeitura, afundada em uma dívida de mais de R$ 12 milhões.
Em seguida, exaltou no trabalho realizado na área da saúde e falou de adequações que serão feitas na UPA para abrigar o atendimento via SAMU, que está chegando ao município.
Por fim, ele disse que está encerrando seu segundo mandato, mas que não está deixando a política: “Meu cigarro, minha cachaça é a política; dizem que faz mal, mas eu não largo”, finalizou.
A última a discursar foi a vice-governadora, Jaqueline Moraes. Ela agradeceu o acolhimento que sempre encontra em Nova Venécia. Em seguida falou de sua história e das realizações do PSB no município: “O governo passado pisou no pescoço de Nova Venécia e os venecianos sabem disso”.
Jaqueline ressaltou o “carinho e respeito que o governo estadual tem pela administração, por ser uma gestão séria com o dinheiro público, por ser um governo organizado”.
Aos pré-candidatos à Câmara Municipal, ela esclareceu uma curiosidade: “As cidades surgiram com as Câmaras. As pessoas se reuniam e decidiam o que fazer, porém, depois de decidido, precisavam de um líder para realizar. Foi aí que surgiu a figura do prefeito”.
Falou da pandemia e da necessidade de tomada de decisões difíceis nesse período, lamentando o grosseiro protesto em frente ao Palácio Anchieta, justamente no momento de uma reunião cuja pauta era a estratégia de enfrentamento: “A preocupação do governo era e é o que fazer para salvar o máximo de vidas”, disse.
Jaqueline destacou a “pandemia” de corrupção que se tornaram os hospitais de campanha, que, aliás, o Espírito Santo recusou a instalar: “Todos os estados onde foram instalados hospitais de campanha estão sendo investigados pela Polícia Federal. Esses hospitais se tornaram símbolo de corrupção. Enquanto isso, o Espírito Sando recebeu três prêmios por transparência, sendo um nacional e dois internacionais”.
Ela, também, falou de política: “Não existe velha política nem nova política, o que existe é a boa política ou a má política. O que conta é a prática, não o discurso”, disse.
Por fim, voltou a falar aos pré-candidatos a vereadores e vereadoras. E disse que eles terão contato com o “monstro da corrupção”. “Acontece que ele vai aparecer bem pequeno, não como um tigre, mas como um gatinho. Vocês vão ouvir: eu voto, mas, você me dá isso, ou aquilo? Para muitos o voto tem preço, mas para a maioria, ele tem valor. Não estabeleçam preço, procurem valor”.
Jaqueline Moraes – a mulher que trabalhou quinze anos como camelô, teve dois mandatos como líder comunitária, um de vereadora em Cariacica e que hoje é a vice-governadora do Estado – encerrou sua fala filosoficamente: “Apenas duas coisas nos igualam na vida: a primeira é a morte. A morte não escolhe rico, pobre, preto, branco, gay ou não. Todo mundo morre; e se morreu, vai feder e depois vai apodrecer. Não importa quem seja! E a segunda é o voto; porque todo mundo tem direito a um voto, não importa quanta riqueza a pessoa tenha, ela só pode dar um voto. Então, pensem nisso, porque o voto tem poder”, finalizou.
Comente este post