Desde os primórdios da humanidade, o homem ansiava por ser capaz de voar como os pássaros. E conseguiu, através do intermédio de asa delta, balões, aviões, helicópteros e parapentes.
Para a população que vive na Região Norte/Noroeste do Espírito Santo esse sonho nunca esteve tão perto como agora. Em 2014, precisamente, um grupo de amigos, entusiastas do parapente criou o Grupo Extreme Norte, que hoje já conta com 40 pilotos da Região Norte do Espírito Santo.
Tudo começou com Hélvio Bernardina, piloto que reside no Bairro Guriri, em São Mateus. Aficionado pelo voo livre e também pelo voo motorizado se dispôs a apresentar e ensinar de forma gratuita às pessoas que tinham o sonho de voar de parapente.
Daí reuniu os hoje pilotos Divino Rossim, José ‘Carioca’ Fabem, Paulo Diogo, Ânderson Sebim, Naval, Ronaldo, Braz, Fabrício, Plínio Zen, Bruno, Sales e vários outros que hoje em dia são integrantes do Grupo Norte Extreme como pilotos habilitados e de alta performance.
No início, a necessidade era encontrar na Região Norte/Noroeste rampas que propiciavam um vou seguro.
A partir daí, Hélvio com o apoio de Paulo Diogo, que é cabo da Polícia Militar lotado em São Mateus – profundo conhecedor da região – acabaram por descobrir várias rampas que eram propícias ao voo, como a Rampa da Fazenda Moura; Rampa do KM 05; Rampa do KM 23; Rampa do KM 47; Rampa SUL; Rampa do Sufoco e por último a recém-descoberta entre os municípios de Nova Venécia e Boa Esperança, denominada “Rampa Norte Extreme”.
O nome é em homenagem a união dos desbravadores, que movidos pela paixão de voar se encontram nos finais de semanas e feriados, com a participação das famílias e amigos.
Uma outra descoberta recente e que vem enchendo os olhos dos praticantes está localizada em Vila Pavão e foi batizada de “Rampa da Bunda”, nome este dado por causa de seu formato. Os pilotos do Grupo Extreme decidiram ‘testar’ a pedra.
Após alguns voos ficaram surpresos com o potencial do local, “não só para o “Lift”, que é o voo onde se aproveita a corrente de ar próxima à pedra para voo local, mas também para o voo de Cross, onde se decola da rampa aproveitando a força das termais, podendo se deslocar por centenas de quilômetros”, explica Hélvio.
Os pilotos explicam que para uma rampa ser considerada propícia para voo tem que se observar os quesitos segurança, em relação aos rotores de vento; fluxo constante de vento para sustentação de voo; local aberto e seguro para o pouso; acessibilidade ao local; presença de obstáculos que influenciam na segurança da decolagem, entre outras.
“A Rampa da Bunda tem todas essas características e estamos lutando para que nossas autoridades tenham conhecimento do potencial que a nossa região possui para fazermos turismo de qualidade com o esporte e alçar voos mais longos, como a introdução de nossas rampas nos campeonatos regionais, nacionais e mundiais”, observa Divino Rossin.
O piloto ressalta ainda que para ter acesso à nova rampa, precisa ser feito um projeto por parte dos órgãos públicos ou entidades privadas que desejam auxiliar na causa para que seja feita uma estrada até o topo, tendo em vista que da forma que está, só se sobe a pé e é muito desgastante”, finalizou.
Conheça mais sobre o parapente
O parapente (paraglider em inglês) é semelhante a um paraquedas pois também tem uma estrutura flexível e o utilizador está suspenso. O voo de parapente é uma modalidade de voo livre que pode ser praticado tanto para recreação quanto para competição onde é considerado esporte radical.
Enquanto que o paraquedista se limita passivamente a diminuir os riscos de uma aterragem violenta, o parapentista tem um voo dinâmico, onde o piloto pode controlar a sua direção e, em circunstâncias favoráveis de correntes de ar ascendentes, a sua descida, podendo manter-se a voar por períodos longos.
Denomina-se paramotor o parapente no qual um motor é empregado para propelir o piloto.
HISTÓRICO
A história do parapente começa em 1965 com a velasa (sailwing em inglês) criada por Dave Barish que chamou de slope soaring (voo de talude) a prática de salto com esta vela. Paralelamente Domina Jalbert inventa um paraquedas cujo velame é composto por células, para gerar o efeito asa de avião. Este paraquedas com dorso e intra-dorso, separados pelas células, foi o ancestral dos atuais paraquedas, parapentes e kites (as velas do kitesurf).
A RAZÃO
O parapente foi criado no Parachute Club d’Annemasse (França), em 1978 para servir de treino aos paraquedistas na precisão na aterrissagem sem necessitarem de utilizar um avião. Em 1980 foi criado o primeiro estágio de vol de pente (voo de encosta) e três anos mais tarde o nome mudou para parapente. Em 1985 é reconhecido como desporto pela “Fédération Française de Vol à Voile”.
CONSTRUÇÃO
É feito de materiais como o nylon e o poliéster não porosos e impermeabilizados, para que o ar que entra não saia através do tecido, mantendo assim a pressão interna e o velame inflado. Quanto mais horas de voo e exposição ao Sol, mais desgastado fica o velame, causando a perda da impermeabilidade e aumentando a porosidade, tendo assim uma diminuição da performance.
O velame varia de tamanho de acordo com o peso do piloto e com a modalidade (voo duplo, longa distância, acrobacias, etc).
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