Um produto usado para terapia caseira “antiautismo”, que é proibido no Brasil, é vendido livremente em sites de compra on-line. O MMS, produto à base de dióxido de cloro, pode causar graves danos como náusea, vômitos e diarreia. Em casos mais graves, pode causar até parada respiratória.
No Brasil, a comercialização on-line desse tipo de droga é proibida desde 2018. No entanto, em uma busca feita pelo blog em sites de vendas, foi possível ver 100 ml da substância sendo vendida por preços que vão de R$ 40 a R$ 100.
O MMS se tornou famoso depois da publicação do livro “Milagroso Suplemento Mineral do Século 21”, de Jim Humble. O mito das redes sociais é o de que a substância poderia ser uma cura para o autismo. Sendo assim, familiares são iludidos e adquirem a droga que pode ser altamente prejudicial.
Na última segunda-feira (15), a deputada federal Sâmia Bomfim cobrou explicações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre a comercialização desses produtos. A parlamentar relatou ao que fez um seminário sobre políticas públicas para a população autista na semana anterior e que conversou com mães de pessoas autistas.
“É muito absurdo que produtos como esses estejam sendo vendidos livremente na internet. A Anvisa precisa fiscalizar. Esse ‘antídoto’ do autismo causa desinformação entre familiares, algo que só prejudica o tratamento”, afirmou Sâmia.
Questionada pela reportagem, a Anvisa informou que “o dióxido de cloro é uma substância química normalmente utilizada em formulações de alvejantes e tratamento de água” e que “não existe qualquer indicação ou aprovação deste produto para uso terapêutico”.
O posicionamento da agência ainda diz que, de fato, “a comercialização de uma substância com indicação terapêutica e sem aprovação da Anvisa é considerada crime contra a saúde pública”. Por fim, a Anvisa diz que irá apurar os detalhes da denúncia feita pela deputada.
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