Apenas 49,5% das pessoas com idade de trabalhar estavam ocupadas no trimestre encerrado em maio. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada na manhã desta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o menor nível de ocupação desde o início do levantamento, em 2012. Ainda, segundo o IBGE, o número apresenta uma queda de cinco pontos percentuais em relação ao trimestre encerrado em fevereiro.
“Pela primeira vez na série histórica da pesquisa, o nível da ocupação ficou abaixo de 50%”, diz Adriana Beringuy, analista da pesquisa. “Isso significa que menos da metade da população em idade de trabalhar, está trabalhando. Isso nunca havia ocorrido na PNAD Contínua”, acrescenta. Ou seja: mais da metade da população com idade para trabalhar está desocupada.
Ainda, de acordo com o levantamento, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 12,9% no trimestre encerrado em maio, ante 11,6% até fevereiro, atingindo 12,7 milhões de desempregados. No período estudado, 7,8 milhões de pessoas saíram da população ocupada, uma queda de 8,3%.
“É uma redução inédita na pesquisa e atinge principalmente os trabalhadores informais. Da queda de 7,8 milhões de pessoas ocupadas, 5,8 milhões eram informais”, diz Beringuy.
Atualmente, são mais de 368 mil pessoas à procura de trabalho em relação ao trimestre encerrado em fevereiro. A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 13,0% no período.
Principais destaques da pesquisa do IBGE:
- País perdeu 7,8 milhões de postos de trabalho em 3 meses
- Dos 7,8 milhões de ocupados a menos, 5,8 milhões eram informais
- Queda de 2,5 milhões de empregados com carteira assinada
- Queda de 2,4 milhões de trabalhadores sem carteira assinada
- Queda de 2,1 milhões de trabalhadores por conta própria
- Ocupação no mercado de trabalho atingiu o menor nível histórico
- Pela 1ª vez, menos da metade da população em idade de trabalhar está ocupada
- A taxa de informalidade (37,6%) é a menor da série histórica
- Desalento (pessoas que desistiram de procurar trabalho) bateu novo recorde
5,4 milhões de desalentados
A população desalentada (pessoas que desistiram de procurar emprego) bateu um novo recorde, somando 5,4 milhões, com alta de 15,3% (mais 718 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e de 10,3% frente a igual período de 2019.
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