Elias de Lemos
Se tem um personagem controverso na política brasileira atualmente é o ex-juiz federal, ex-ministro da justiça e ex-futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o senhor Sérgio Moro.
Moro protagonizou episódios importantes na justiça e, agora, na política brasileira. O cara parece não saber o que quer, mas sabe muito bem.
Primeiro ele quis ser candidato à Presidência da República, mas, não deu certo, foi rifado pelo próprio partido.
Depois decidiu se candidatar a senador pelo estado de São Paulo e também foi limado. Depois disso, Moro resolveu ser candidato ao governo do Paraná e, de novo, foi para o paredão.
Estrada a fora bem sozinho, conseguiu uma candidatura ao Senado pelo Paraná e com isso foi eleito, não se sabe bem o porquê, afinal, nunca apresentou ideia de nada para nada.
Moro sempre repete as mesmas coisas: sempre falando de combate à corrupção. Se esquecendo de que foi por essa porta que ele entrou na política.
O sujeito se encontrou com o atual ministro da economia, Paulo Guedes, antes da eleição de 2018 e negociou cargo. Depois foi para o Ministério da Justiça com a promessa de ir para o STF, coisa que ele classificou como um prêmio da loteria. Mas, de novo, não deu certo.
No debate realizado pela Band, Moro apareceu como assessor-conselheiro de Jair Bolsonaro numa clara declaração de aliança. No entanto, ao sair do governo que ele ajudou a eleger, o ex-juiz (honesto) saiu esbravejando.
Vamos lá:
“Tenho que preservar minha biografia”;
“O presidente desmantelou o combate à corrupção”;
Questionado se o governo de Jair Bolsonaro era honesto, respondeu que “não”.
Ele dá declarações exóticas, “mas não vou me confundir com ele”, disse o cara.
Posteriormente, o ex-sujeito da justiça disse: “É ser babá do presidente e de seus filhos que fizeram coisas erradas, ou sair”.
Questionado sobre sua atuação, respondeu: “conversa fiada de quem quer anular as condenações”.
Depois disso, disse: “Chega de passar o pano para político que rouba e não se justifica, não esclarece o que fez” e “leniente com os ricos”.
Esse senhor disse mais de uma vez ter zero chance de ele desistir de sua candidatura à Presidência. Falou que “alguém precisa dizer a verdade na campanha e não será o Lula nem o Bolsonaro.
Palavras do Moro que estão em todos os lugares: “Cadê o crescimento econômico, cadê o emprego, cadê o controle da inflação, cadê a compaixão pelas pessoas que sofreram e sofrem nesse governo?”.
“Eu não tenho dúvida que hoje quem manda no governo Bolsonaro é o Valdemar da Costa Neto. Quem manda no presidente Bolsonaro é o Valdemar da Costa Neto, que faz essas indicações todas (para ocupar cargos no governo). Ou talvez ali o Ciro Nogueira”, disse Moro em janeiro deste ano, em entrevista ao canal do YouTube do jornalista Felipe Moura Brasil.
“Ou seja, hoje você tem um governo que é comandado pelo Centrão. Tem até algumas pessoas boas dentro desses partidos, mas tem muitos políticos ali fisiológicos. Não tenho nenhuma questão pessoal, mas, veja bem, alguém que foi condenado criminalmente por receber suborno, mandando no presidente da República, eu acho complicado”, continuou, na mesma entrevista.
Sobre Ciro Gomes (PDT), disse saber que ele é relevante para o Ceará, mas não dá “essa importância toda a ele”.
“Para derrotar um bandido é preciso apoiar outro bandido? Isso não é pragmatismo, e sim mau-caratismo”.
* O autor é economista, professor, jornalista, escritor e editor-chefe do Correio9
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