Elias de Lemos (Correio9)
A Copa do Mundo do Catar, que tem início neste domingo (20), ainda nem começou mas vem mostrando suas vicissitudes desde que o país foi escolhido para sediar o mundial. Para começar, não se tem notícia de um campeonato com tanta corrupção dentro dele.
Qual a importância do Catar dentro do futebol? Nenhuma! É a seleção menos valiosa da Copa, em termos financeiros. O País é infinitamente menor do que o estado do Espírito Santo, porém, tem dinheiro demais.
O Catar, no sentido estrito do termo, comprou a Copa! Não faz sentido a realização da competição por lá. Sem tradição no futebol, sem nenhum nome de que se possa lembrar, mas com muitos endinheirados graças ao petróleo.
Como se não bastasse, acaba de explodir o escândalo da tentativa de compra do resultado do jogo de abertura, neste domingo. A partida da estreia será entre o Catar e a seleção do Equador. E o Catar tentou comprar o resultado oferecendo dinheiro a jogadores equatorianos. Nada mais baixo, vergonhoso e criminoso poderia acontecer em uma competição que nem começou.
O Catar, enquanto país, governo e sabe se lá o que, mostra uma face que não só envergonha o esporte, mas faz o mundo se perguntar porquê são tão rígidos em certas questões e tão frouxos e imorais em outras. Possivelmente seja a conveniência.
Em um lugar onde o machismo impera; onde as mulheres representam, apenas, o que os homens querem delas, onde mulher não é nada, não poderia se esperar outra coisa.
O Catar, como outros países daquela região, é só mais um que ostenta riqueza, mas não respeita seu povo. Um país que proíbe muita coisa, menos a covardia e os cambalachos dos homens. Por que só os homens podem, a eles, tudo é dado, menos os demais.
A Copa do Catar será o maior evento esportivo de todos os tempos e tem tudo para ser, também, o maior vexame da história do futebol – pior do que os sete a um – que todos sabem bem o que é.
A escolha do Catar começou com corrupção, a Copa não começou, ainda, e a corrupção continua! Imaginem quando a bola rolar!
Ao ceder aos caprichos, a FIFA envergonha o mundo esportivo e põe em dúvida os princípios da instituição e, além disso, deixa claro que futebol não é esporte, mas, como tantas outras coisas, não passa de um negócio no qual o que interessa é o “dindim”.
Mas, meus caros, isso não deve ser nenhuma novidade, afinal, há muito que muitos renovaram o trono do céu.
Deus já foi destituído há algum tempo e alguns acreditam terem ocupado o Seu lugar. Eles pensam, mas será verdadeiro?
Não se trata de praguejar a Copa que sempre nos é algo tão animador e exultante, mas de jogar um olhar sobre as safadezas que permeiam tanta coisa; e poucas vezes, se é que existiram, uma Copa do Mundo envolveu tantas irregularidades em nome do dinheiro.
É bonito quando vemos atletas dos esportes olímpicos perseguindo a cada segundo de suas vidas um resultado melhor.
No caso brasileiro, também, ainda não se sabe ao certo, mas o que tem sido noticiado é que o “principal” jogador da Seleção Brasileira teria impedido a convocação de um supercraque. Se é verdade ou não, ainda não é possível afirmar. Mas, no entanto, se isso realmente aconteceu, em quem esse tal “maior” está pensando? Qual o seu compromisso? Ele realmente tem comprometimento com o futebol? E com a seleção, será que tem?
Desejo estar enganado, mas, essa tem tudo para ser a pior Copa de todos os tempos. Tomara que eu esteja enganado, mas o que começa errado, dificilmente acaba certo.
* O autor é economista, professor, jornalista, escritor e editor-chefe do Correio9
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