Por Elias de Lemos – eliasdelemos@correio9.com.br
Lideranças políticas estão divididas
Com o fim do prazo para os pré-candidatos escolherem seus partidos para disputarem às eleições de 2018, o último sábado, dia 7, foi marcado pelo troca-troca de legenda. Pelo menos quatro candidaturas estão desenhadas para a sucessão estadual.
Além do governador Paulo Hartung, que deve concorrer à reeleição pelo MDB, o ex-governador Renato Casagrande, PSB, a senadora Rose de Freitas, Podemos, e o advogado André Moreira, também estão na corrida sucessória.
Casagrande foi o primeiro a anunciar a pré-candidatura, há pouco mais de um mês. Enquanto isso, o governador Paulo Hartung faz mistério, sem indicar a qual cargo deverá concorrer. Ao mesmo tempo enfrentou a oposição da, então, correligionária emedebista Rose de Freitas, determinada a disputar o governo.
Até a sexta-feira, dia 6, Rose afirmava sua disposição em disputar as convenções do MDB com Hartung. Não havia nenhum sinal de que ela deixaria o partido, especialmente pelo apoio que tem da Executiva Nacional da legenda. No entanto, no sábado ela divulgou uma nota anunciando sua filiação ao Podemos.
Antes disso, o presidente do MDB estadual, deputado federal Lelo Coimbra, divulgara uma nota anunciando a permanência de Hartung. A nota evidenciou o apoio emedebista à reeleição de Hartung, deixando claro que, caso insistisse, Rose perderia a convenção partidária.
A nota divulgada no sábado deixa clara a insatisfação dela com o MDB estadual e com o presidente nacional da sigla, senador Romero Jucá, que tem afirmado “que o MDB já tem o candidato certo ao Governo, que é o atual governador do Espírito Santo”.
Em um trecho, a nota diz: “Na procura de espaço democrático e livre de influências de grupos de poder e máquinas administrativas, decidi pluralizar o debate sobre o processo eleitoral desfiliando-me do MDB, com sentimento de profunda tristeza e incômodo”.
Até agora parecia se formar um bloco de oposição ao governador, unindo a senadora, o ex-governador, Casagrande, e o prefeito de Vila Velha, Max Filho. Max desistiu da candidatura.
Entretanto, as candidaturas de Rose e Casagrande fragmentam este grupo. Porém, muda a perspectiva eleitoral com tendência a empurrar a decisão para o segundo turno. O fato de estar no cargo, põe a candidatura do governador em vantagem, em relação aos demais. Não se espera que Hartung seja vencido no primeiro turno.
Por outro lado – independente de quem vá com Hartung para a disputa em segundo turno – é provável que Casagrande e Rose se juntem contra ele. O mandato da senadora vai até 2022, assim, se ela perder, ou se apoiar Casagrande e ele não vencer, ela não tem nada a perder.
No entanto, se ficar ao lado de Casagrande e ele for eleito, ela conquista espaço – que não tem atualmente – dentro do governo do Estado, além de ampliar o seu território político.
Catorze partidos formam a base de apoio da candidatura de Hartung, embora a maioria seja de legendas consideradas nanicas. Casagrande conta com cinco legendas, enquanto Rose tem quatro, incluindo o Democratas. O Psol é o único que está só.
Quatro agremiações – Partido Progressista, PMB, PPC e Avante – estão indefinidos entre Rose e Casagrande. O PRTB e o PT poderão se aliar ao grupo de Hartung.
Completamente indefinidos em relação a tudo estão PSL, PSTU, PCB, PCO, Solidariedade e Novo.
No entanto, os espaços para as candidaturas à Câmara Federal terão muita importância na formação das alianças. Além disso, nada garante que não possa surgir uma candidatura que venha a confundir o cenário.
Em Nova Venécia
Os venecianos pré-candidatos a deputado estadual, que, ainda estavam sem partido, também se definiram no sábado, 7.
A advogada Risonete Oliveira se filiou ao Solidariedade. Ao Correio9, ela informou que foi convidada pelo deputado federal Jorge Silva. O partido é um dos indefinidos em relação a quem apoiar para o Palácio Anchieta.
O filho do ex-prefeito Wilson Japonês, Clio Venturim, optou pelo PRB, da base de apoio à candidatura de Hartung.
Dança na Assembleia
Dos trinta deputados estaduais, dez mudaram de partido no último sábado, alterando a configuração das bancadas. O MDB, que possuía sete parlamentares, perdeu mais da metade, ficando com três.
Com isso, o PRB e o PSB tiveram suas bases ampliadas, passando a contar com três deputados cada um.
Do MDB, saíram o presidente da Ales, deputado Erick Musso, que foi para o PRB; Gildevan Fernandes se deslocou para o PTB, enquanto Esmael Almeida, se transferiu para o PSD. Por fim, Marcelo Santos, ingressou no PDT.
Além de Musso, Amaro Neto e Hudson Leal, também se filiaram ao PRB. Antes, o partido não tinha representação na Assembleia.
Além de Amaro Neto, Raquel Lessa também deixou o Solidariedade e foi para o Pros, deixando o partido sem representação na Casa. O mesmo aconteceu com o Podemos, após a saída de Hudson Leal.
Da Vitória e Euclério Sampaio deixaram o PDT. O primeiro foi para o PPS, enquanto o segundo está no PSDC.
Depois de perder dois deputados, o PDT ganhou um com a ida de Marcelo Santos.
Já o PSB, ganhou Sergio Majeski, que deixou o PSDB. Agora, tem três deputados, incluindo Bruno Lamas e Freitas.
Entre Aspas
“Nossa própria experiência histórica revela-nos que insurgências de natureza pretoriana, à semelhança da ideia metafórica do ovo da serpente, descaracterizam a legitimidade do poder civil instituído e fragilizam as instituições democráticas, ao mesmo tempo em que desrespeitam a autoridade suprema da Constituição e das leis da República”.
Do ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, diante do silêncio sepulcral das maiores autoridades do país sobre as declarações do general Villas Bôas, ameaçando o STF, antes do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula.
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