* Cléo Bernardina Seidel Vignati
Em 13 de maio de 1888, por meio da Lei Áurea assinada pela regente do Brasil, a princesa Isabel, o País “escreveu” em sua história o conceito de Liberdade pelo marco do fim da escravatura. Entretanto esse contexto de “evolução” ficou preso somente ao papel, já que na realidade os que foram escravizados e seus descendentes nunca mais foram livres novamente.
Uma tatuagem passada de geração em geração, daqueles escravos para seus filhos, seus netos, seus bisnetos, esses já livres segundo a sociedade, mas que ainda sofrem na pele a tortura de seus antepassados. Hoje em dia muitos brasileiros – brancos – afirmam que a escravidão foi abolida há muito tempo e que agora todos são livres para ir e vir. Sendo assim, por que as religiões afro-brasileiras são tão criminalizadas e má concebidas pela sociedade? Por que os traços herdados dos povos africanos são vistos como feios e sujos? Por que ainda existe o racismo baseado na cor da pele do indivíduo?
Joaquim Nabuco tinha razão quando se observa o aumento de crimes de ódio, onde grande parte das vítimas são afrodescendentes. Quando na certidão de nascimento os sobrenomes, as origens, foram apagados. Quando seguir uma determinada religião pode te fazer correr um risco. Quando nas salas das universidades esses são ainda a minoria. Quando nas celas dos presídios esses são ainda a maioria. A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil, sendo uma tatuagem cravada na pele daqueles que sofrem e daqueles que oprimem. A escravidão nunca teve um fim, só que agora ela se encontra por baixo dos panos quando os escravos são as mentes.
* A autora é estudante de Edificações no IFES de Nova Venécia
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