O jogo da ‘Baleia Azul’, que propõe 50 desafios aos adolescentes e sugere o suicídio como última etapa, preocupa pais, alunos e professores no Brasil. Há pelo menos dois casos de morte sob investigação policial, em Mato Grosso e na Paraíba, além de uma tentativa de suicídio, no Rio de Janeiro, que supostamente podem ter relação com o jogo. Casos semelhantes também foram registrados no mundo a partir de 2015 e estão relacionados ao desafio virtual.
A psicóloga do Instituto Subjetiva, Daniely Lorenzon, explica que muitos desses jovens aceitam esse tipo de jogo por necessidade de aceitação. “Em um grupo social na vida real também fazemos concessões para se integrar, da mesma forma, acontece com esses jogos, mas de uma maneira distorcida. Pessoas com um histórico de transtornos se tornam mais propensas a cumprir obrigações absurdas em jogos virtuais para se sentirem aceitos de alguma forma. Elas perdem a noção de risco e mergulham na fantasia da virtualidade”, afirma a psicóloga.
Indivíduos com histórico de depressão e outras patologias psicológicas, que possuem sentimentos de carência excessiva, exclusão, fracasso, e que não conseguem lidar de maneira satisfatória com as frustrações são mais vulneráveis a cair nas armadilhas de jogos doentios se não procurarem ajuda psicoterápica.
A vulnerabilidade desse grupo de pessoas se tornou ainda maior com o advento da internet. A junção transtornos psicológicos e ferramentas tecnológicas criou o que se pode denominar de “arapuca virtual”, em que as pessoas se tornam frágeis ao ponto de ceder a esse tipo de armadilha do mundo digital.
A forma de proteger os filhos desse tipo de situação é bem mais antiga que a internet: ficar atento ao que o jovem faz, inclusive na internet, e bloquear certos acessos à rede, ter autoridade com os filhos, mas ao mesmo tempo, saber dialogar e manter contato constante.
Os pais têm um desafio a mais: eles precisam identificar o que é característica normal da adolescência do que começa a aparecer como um distúrbio. Qualquer sinal de alteração no comportamento, ou de algum transtorno, os pais devem procurar ajuda de um terapeuta. “Uma mente saudável é a defesa mais eficaz contra qualquer tipo de susceptibilidade que possa prejudicar o indivíduo”, finaliza a psicóloga.
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