O Brasiliense está, mais uma vez, eliminado da Série D do Campeonato Brasileiro. Na tarde deste domingo (31), o clube candango recebeu o Nova Venécia, no estádio Abadião, em Ceilândia, com uma ingrata missão de virar um placar adverso de 3 x 1. Porém, o Jacaré sofreu para furar a retranca dos capixabas e apenas empatou por 1 x 1. A partida, inclusive, acabou antes do tempo regulamentar. Quando a queda precoce se concretizava, a torcida do Brasiliense invadiu o gramado e protagonizou cenas de selvageria, intimidando os jogadores e forçando o fim do jogo.
Em campo, o Brasiliense sofreu para ser efetivo. Com o Nova Venécia jogando extremamente fechado, o Jacaré teve dificuldades para furar a retranca e conseguir dar ritmo ao jogo. Mesmo assim, o time amarelo se manteve vivo na disputa ao abrir o placar de pênalti com Hernane Brocador. Enquanto tentava igualar o placar agregado, a equipe do Distrito Federal foi golpeada na mesma moeda. O empate lançou o time do técnico Celso Teixeira ao ataque, mas não o suficiente para seguir sonhando com a vaga.
O jogo
Atrás de um lugar nas quartas de final, o Jacaré entrou em campo pressionado. A zaga do time não tinha muito trabalho. Porém, o ataque não era efetivo. Tobinha, usando a sua velocidade, e Zotti, a sua precisão, não conseguiam finalizar para a equipe. Aos 17 minutos, Dodô foi avançado com passes e conseguiu achar furos na defesa amarela. Ele tocou para Caio Monteiro, que errou a tentativa de letra. O Brasiliense, com dificuldades de sair jogando, não conseguia ameaçar o goleiro do Nova Venécia.
O Jacaré evoluiu depois dos 20 minutos e apostava, principalmente, nas jogadas laterais para tentar abrir o placar. De falta e de fora da área, o volante Tarta levou certo perigo, mesmo sem mandar a bola na direção do gol. Com o jogo nervoso, o árbitro distribuiu cartões amarelos para os dois lados. Somente nos primeiros 45 minutos, foram cinco. A bola, porém, não encontrou a rede nenhuma vez.
Na etapa final, o time capixaba reforçou as suas linhas de defesa e parava o jogo sempre que possível para ganhar minutos e desconcentrar o Brasiliense. A situação do Jacaré, porém, melhorou aos sete quando Romarinho foi puxado dentro da grande área. Com a catimba capixaba, o pênalti levou mais de quatro minutos para ser cobrado. Hernane bateu bem e colocou o clube candango na frente: 1 x 0.
O Jacaré somente precisava de mais um gol para forçar os pênaltis. Mesmo pressionando, o Brasiliense sofria para achar oportunidades claras e acabou punido. Dodô entrou na área sem ângulo para chutar, mas foi derrubado por Keinan. Odilávio chutou bem, empatou e encaminhou a classificação do Nova Venécia. No fim, Cabralzinho, livre na área, acertou a trave.
Confusão no gramado
O jogo se encaminhava para terminar empatado com a classificação do Nova Venécia, mas precisou ser interrompido ainda nos primeiros minutos de acréscimos. Insatisfeitos com a eliminação do Brasiliense, os torcedores extrapolaram os limites da esportividade e invadiram o gramado. Alguns agrediram os atletas do próprio Jacaré, enquanto os jogadores do Nova Venécia correram para os vestiários. Os invasores chegaram a chutar as portas do vestiário do Abadião, mas não conseguiram entrar.
Com a confusão, a arbitragem encerrou a partida. O efetivo da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) focou na proteção do árbitro e agiu para conter a confusão após vários minutos, quando não havia mais jogadores no gramado. O revide veio com tiros de borracha, gás de pimenta e bombas de efeito moral. Alguns torcedores revidaram com pedras e outros objetos. A invasão dos torcedores do Brasiliense comprometeu de vez o espetáculo e a bola não voltou a rolar no Abadião.
Até mesmo jornalistas presentes na cobertura do jogo foram intimidados. Quando a confusão não estava mais no gramado, profissionais de comunicação foram ameaçados. As transmissões ao vivo realizadas pela Rádio e TV Brasiliense e pela Instat TV, que registravam a invasão dos torcedores, tiveram que ser interrompidas de maneira abrupta. Relatos dão conta, ainda, de que a tribuna de imprensa sofreu avarias. Uma cadeira do local chegou a ser arrancada.
Nova Venécia nas oitavas de final
Com a classificação, o Nova Venécia vai pegar, nas oitavas de final, a Portuguesa-RJ, que eliminou o Aimoré-RS por 4 a 3 nos pênaltis após 1 a 1 no agregado. A partida ainda não tem data e hora definidos pela CBF. Por ter avançado na terceira colocação do Grupo 7, contra a terceira colocação do Nova Venécia no Grupo 6, a Portuguesa-RJ tem a vantagem de decidir o confronto em casa.
NOTA OFICAL DO NOVA VENÉCIA FC
O que aconteceu hoje, na nossa partida contra o Brasiliense, faz parte daqueles momentos que dão vergonha, MUITA VERGONHA, no nosso futebol. Mas essa era uma situação já anunciada e prevista, e mesmo assim tratada com omissão por aqueles que deveriam cuidar da nossa segurança.
A torcida do Brasiliense vem promovendo atos como o de hoje ao longo dos últimos anos e a punição é sempre algo para “inglês ver”. Tocaias, invasões, uso de armas e muito mais. Sabíamos do histórico e, por isso, pedimos reforço policial para arbitragem, delegado da partida e para a própria Polícia Militar. Todos fizeram vista grossa e foram levianos.
Não vamos esperar um atleta, alguém da nossa comissão ou torcida sofrer algum dano maior para tomar providências e vamos até as últimas consequências contra essa selvageria e contra a omissão daqueles que deveriam ser os primeiros a tomar providência.
Ademais, se um clube não pode prover a segurança do time visitante, então não pode atuar em nível profissional. Torcedores que participam deste tipo de ato não podem viver livres na sociedade, pois são bandidos. Simples assim!
Tentaram nos intimidar com fogos de madrugada na porta do hotel, na chegada ao estádio e com a invasão de campo. Com a bola rolando, onde tudo se decide, a classificação é nossa; a vergonha é deles.
Seguimos firmes rumo ao nosso objetivo.
Nova Venécia FC
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