Muito tiroteio, pouca inteligência”. Essa é a definição dos cinco meses de intervenção federal no Rio de Janeiro para o Observatório da Intervenção do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes.
Um estudo divulgado nesta segunda-feira (16) mostra que, nesse período, as chacinas aumentaram 80% e as mortes em chacinas (três pessoas mortas ou mais) aumentaram 128%.
Outro dado que impressiona é a diminuição das apreensões de fuzis, metralhadoras e submetralhadoras: 39% a menos entre fevereiro e maio de 2018, comparado ao ano anterior.
Segundo o Observatório, as práticas violentas continuam predominando contra as favelas e as operações, que mobilizam 5 mil homens, resultam em medo, mortes e poucos efeitos positivos.
Ainda de acordo com o levantamento, no período dos cinco meses de intervenção, os tiroteios e disparos aumentaram 37%.
“O resultado é o aumento daquilo que a população tem mais medo: bala perdida, fogo cruzado e tiroteios. Até agora, a presença das Forças Armadas não resultou na percepção de que a segurança do Rio melhorou depois da intervenção”, diz o estudo.
A Secretaria Estadual de Segurança informou que não comenta dados que não são oficiais.
Na última sexta-feira (13), uma adolescente foi baleada durante uma operação do Comando Conjunto nas favelas de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. A jovem teria sido atingida no momento em que tropas foram atacadas por criminosos, segundo o Comando Militar do Leste.
Mudanças na cúpula da intervenção
Em junho, o chefe de Gabinete da intervenção federal deixou o cargo. O general Mauro Sinott Lopes era o braço direito do general Walter Souza Braga Netto. Ele foi substituído por Paulo Roberto de Oliveira, que já era Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste.
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