ADEJALMA JOSÉ BELMONDES, o famoso Djalma do Trailler, personalidade veneciana.
Ele nasceu em Santa Rosa da Cachoeirinha, localidade que fica a cerca de 20 quilômetros de Nova Venécia. Lá recebeu o batismo com o nome de Adejalma José Belmondes e cresceu trabalhando na roça. Aos 17 anos, Djalma, como é conhecido, rumou para Nova Venécia onde, segundo relata começou a se envolver nos diversos acontecimentos e se tornar um líder nas coisas que fazia.
Trabalhou como segurança de banco nas agências do Banestes, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, inclusive em outras cidades como Pinheiros e São Mateus. Cursou os estudos até o segundo grau, na Escola Estadual e até que tentou a faculdade de Administração na antiga Univen, agora Multivix, mas segundo revela, trabalho e família o impediram de terminar o curso. Tentou concursos estaduais e nacionais, mas não obteve êxito.
Ainda na década de 80 trabalhou na Coopnorte e participou da construção da extinta Suinorte, onde atuava como organizador de frentes de trabalho, com a função de cuidar do café, almoço e transporte dos empregados. Em 1986, desempregado, resolveu montar um trailler para vender sanduíches. Além de ter trabalhado durante três anos nos verões na praia de Guriri, Djalma fixou seu ponto onde hoje é a Praça do Granito, no Bairro Beira Rio. “Em Guriri eu vendia tanto que comprava caminhão de pão, ovo e maionese em Nova Venécia e mandava a carga toda para lá. Era o tempo do falecido ministro Dílson Funaro na Fazenda. O dinheiro não valia muito, com R$ 2,00 o camarada enchia a barriga”, relembra.
No trailler de Nova Venécia Djalma lançou moda. Todos os seus lanches vinham com abacaxi no recheio. No começo a novidade que poderia parecer estranha foi o plus de seu negócio. “Aquilo fez as vendas dobrarem. Vi em um documentário que o abacaxi era diurético e ajudava na digestão. Assim nasceu a iguaria”, pontua.
Em 1991, com o início da construção da Praça do Granito, Djalma mudou-se para um ponto que ficava atrás da rua onde aos sábados funciona a feira agrícola de Nova Venécia, também no Bairro Beira Rio, onde permaneceu até 1995. De lá voltou a funcionar na Praça do Granito, já finalizada em um ponto na saída da Passarela. Segundo informa, foi o primeiro a ter o canal de televisão pago Sky em Nova Venécia. “O único estabelecimento aberto que tinha Sky era o meu. Cheguei a colocar oito televisores para a turma ver jogo lá em dia de clássicos. A rua fechava”, comenta.
Em 2013, já calejado de trabalhar a noite e buscando a liberdade, Djalma passou o ponto, que funciona até hoje. Nesse meio termo, desde o ano 2002 passou a representar diversas empresas com vendas de passagens de ônibus para todo o Brasil, em um ponto que fica sobre a Rodoviária de Nova Venécia. “Conheço o Brasil sem nunca ter saído de casa. As pessoas que vêm aqui e compram passagem me relatam tudo sobre todas as cidades brasileiras”, diverte-se.
Djalma se inseriu também em outra seara, a religiosa. Na Paróquia São Marcos, em Nova Venécia, foi coordenador de catequese, catequista, coordenador de grupo de jovens e participou dos grupos teatrais para os Auto Natalinos e Sexta-Feira da Paixão. “Eu sempre vivi dentro da igreja. Algumas pessoas até hoje me chamam de seminarista, achando que sou um deles. Já trabalhei também na produção de hóstias”, afirma.
Depois de muitos anos atuando na Paróquia, Djalma confessa que andou um certo tempo afastado das missões religiosas. “Com a vinda do padre Honório para Nova Venécia voltei a ter uma tarefa na igreja que era a de organizar caminhadas religiosas, que o padre gostava muito de fazer. Sou ambientalista e Guia Turístico Rural e isso me ajudou muito na empreitada”, entende.
Com a inclusão da Gameleira nas celebrações religiosas do município, Djalma voltou de vez à igreja, lá no Santuário Nossa Senhora da Mãe Peregrina, que fica na região da Área de Preservação Ambiental, a APA da Pedra do Elefante em Nova Venécia, onde desenvolve vários trabalhos em prol do crescimento do local.
É ainda líder do Movimento Homens do Terço, que reúne toda terça-feira, às 19 horas na Matriz de São Marcos cerca de 300 homens da região e nas celebrações cotidianas auxilia nos serviços que envolvem as missas, como se atentar se não está faltando água para o padre, vinho, etc.
Incansável, o torcedor doente do Botafogo criou recentemente em Nova Venécia a Torcida Esquadrão Botafoguense, que no final do ano passado se reuniu para comemorar o primeiro encontro oficial de uma torcida organizada alvinegra no Município.
Em meio a tantas atividades, ainda sobra um cidadão simpático e feliz que atende pelos codinomes de Djalma do Trailler; Djalma Botafoguense; Djalma do Terço; Djalma da Rodoviária…
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