Posse de Lula
A posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada em 1º de janeiro de 2023, em Brasília, contou com a presença de chefes de governo, vice-presidentes, chanceleres, enviados especiais e representantes de organismos internacionais.
Todos os chefes de Estado e de governo de países que têm relações diplomáticas com o Brasil foram convidados. Ao menos 65 delegações de primeiro escalão de governos compareceram.
No entanto, considerando as confirmações de todos os níveis, de embaixadores a presidentes, cerca de 120 países estiveram representados na posse histórica do atual presidente.
O presente que Bolsonaro deu a Lula
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se negou a passar a faixa presidencial a Lula. Antes da posse, ele fugiu para os Estados Unidos na sexta-feira, 30 de dezembro. No entanto, sua negativa deu a Lula um presentão. Pela primeira vez na história brasileira, um presidente recebeu a faixa das mãos de quem realmente ela pertence: o povo.
Oito representantes da sociedade civil subiram a rampa com o presidente, o vice Geraldo Alckmin e a primeira e a segunda-dama, Rosangela da Silva, a Janja e Lu Alckmim, respectivamente.
A catadora Aline Souza, de 33 anos foi a que recebeu a honra de entregar a faixa a Lula. Antes de chegar ao petista, o artigo simbólico passou pelas mãos do cacique Raoni, o menino Francisco, uma criança negra de 10 anos, o metalúrgico Weslley Viesba Rodrigues Rocha e outros quatro representantes da sociedade.
Aline Souza é estudante de Direito e catadora desde os 14 anos de idade. Ela continua na mesma cooperativa em que sua mãe e avó trabalharam.
Além deles, participaram ainda, o artesão Flávio Pereira que participou da vigília enquanto Lula estava preso; a cozinheira Jucimara Fausto dos Santos; o influenciador Ivan Baron que defende o direito da pessoa com deficiência e o professor Murilo Quadro de Jesus.
A solenidade não poderia ser mais inclusiva!
Primeiras medidas tomadas por Lula
1) Chega de privatização: Lula retira Petrobras, Correios e Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) do Programa Nacional de desestatização; 2) Transparência: os sigilos de 100 anos de Bolsonaro serão reavaliados; 3) Respeito e inclusão: Lula assina decreto para revogar medida do governo anterior e promover educação inclusiva; 4) Reparação: Está revogado o decreto que permitia garimpo em terras indígenas; 5) Reconhecimento: governo determina a ministério a criação de programa Pró-catadores; 6) MINC: no primeiro dia de governo, o Ministério da Cultura foi recriado; 7) Consea: determinada a recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; 8) Combustíveis: governo publica Medida Provisória e prorroga o “imposto zero” sobre os combustíveis; 9) Conama: presidente manda elaborar proposta para recriação do Conselho Nacional do Meio Ambiente; 10) Bolsa Família: assinada medida que garante o pagamento de R$ 600 para as famílias mais pobres; 11) Menos armas: no primeiro dia de governo, foram suspensos novos registros de armas de uso restrito e de clubes de tiros.
Bolsonaro torrou mais de US$ 65 bilhões das reservas cambiais
Informações do Banco Central (BC) indicam que o Brasil findou 2022 com US$ 324,7 bilhões em reservas cambiais; o volume é US$ 65,8 bilhões menor do que as reservas internacionais registradas no início do mandato de Jair Bolsonaro, em 2019, quando eram de US$ 390,5 bilhões.
No acumulado dos governos Lula e Dilma entre 2003 e 2015 as reservas chegaram a US$ 368,7 bilhões. Em março de 2016 em meio à turbulência do impeachment de Dilma elas somavam US$ 372 bilhões.
Isso significa que – pela cotação desta quinta-feira (05) – R$ 352,03 bilhões fugiram do País nos últimos quatro anos.
A mamata continua sob o comando de Arthur Lira
O deputado federal Arthur Lira (Progressistas) consolidou o apoio para sua reeleição à presidência da Câmara dos Deputados, para ele se reeleger são necessários 257 votos dos 513 parlamentares da Casa. Lira já conta com o apoio de 19 partidos que somam 489 votos. Ele é o chefe do orçamento secreto, o homem que tem a chave do cofre dessa pouca vergonha e conta com o apoio do atual governo.
Lula terá 14 ministérios a mais do que Bolsonaro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu posse a 37 ministros, 14 a mais do que na gestão do seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). O governo anterior teve 22 ministérios. Pelo histórico recente, as gestões petistas sempre tiveram mais ministros. Com 37 ministérios, o 3º governo de Lula só fica atrás do 2º governo Dilma (PT), que teve 39 pastas. O 1º governo Lula teve 30 ministérios. O 2º, 32. No 1º mandato, Dilma teve 37 ministros.
11 mulheres estão no primeiro escalão do governo
Com um discurso que exaltou a capacidade das mulheres ao falar da presidência da Caixa e do Banco do Brasil, o chefe do Executivo terá uma “bancada feminina” do 1º escalão composta por 11 mulheres, o que representa menos de 30% dos 37 ministérios. Os homens ocuparão 26 pastas.
Os 37 escalados para o time de Lula
Margareth Menezes (Cultura), Nísia Trindade (Saúde), Anielle Franco (Igualdade Racial), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Cida Gonçalves (Mulher), Daniela do Waguinho (Turismo), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Ana Moser (Esporte), Simone Tebet (Planejamento) e Marina Silva (Meio Ambiente) serão as mulheres que chefiarão parte da Esplanada de Lula. Além disso, os ministérios têm duas pessoas indígenas e 10 negras.
Os ministros negros são: Flávio Dino (Justiça), Rui Costa (Casa Civil), Margareth Menezes , Silvio Almeida (Direitos Humanos), Anielle Franco (Igualdade Racial), Luciana Santos, Carlos Lupi (Previdência Social), Juscelino Filho (Comunicações), Marina Silva e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional).

O protagonismo da primeira dama Janja
A primeira-dama Rosangela da Silva, a Janja, mostrou sua forte personalidade desde o início da campanha eleitoral. Na posse não foi diferente; sua vestimenta – criticada pela (vazia) influenciadora e socialite Antônia Fontenele – mostrou que vestir é sempre uma mensagem que transcende a mera aparência. É sobre representatividade, referência e identidade.
O figurino (impecável) usado na cerimônia da posse não era para agradar mulheres vazias preconceituosas, mas, sobre brasilidade. Usar calças e não vestido é muito simbólico… é sobre o poder e a potência das mulheres.
A estilista gaúcha Helô rocha criou um modelo de seda tingido com cor caju e perfeitamente bordado artesanalmente em palha de capim-dourado pelas mãos das bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, do Rio Grande do Norte.
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