
Elias de Lemos (Correio9)
Não é difícil encontrar cães abandonados nas ruas de Nova Venécia. Um cachorro sadio abrigado em uma casa pode viver em média 17 anos. Nas ruas, essa expectativa de vida chega a ser três vezes menor. Os perigos são muitos. Sozinhos e sem proteção, eles estão sujeitos a atropelamentos, agressões, doenças e envenenamento, além de passar sede, fome e sofrerem com as intempéries do tempo.

No entanto, o trabalho voluntário de um grupo de protetores independentes tenta amenizar esse problema em diversas cidades do país e – através do grupo “Adotar é Tudo de Bom” – o movimento já chegou ao município de Nova Venécia, porém, eles estão, em sua maioria, com dificuldades para fornecer alimento, abrigo e, em muitos casos, tratamento veterinário aos bichinhos.
O propósito dos voluntários é amenizar o problema e cuidar desses cães e gatos, que muitas vezes sofrem maus-tratos nas ruas ou até mesmo de seus tutores. Animais que sofrem algum tipo de trauma podem ficar com marcas para o resto da vida.

Mas, se há de um lado os que agem com covardia, do outro tem uma legião com um grupo de 82 pessoas que está disposto a cuidar desses animais em situação de abandono e os têm ajudado a encontrar um lar. Cássia Aguilar é uma das participantes do grupo que resgata esses cães e gatos maltratados.
Ela disse que a maioria dos animais apresenta doenças, machucados, têm fome e apresenta sequelas acumuladas pelo sofrimento que carregam.

Ela explicou que, na maioria dos casos, resgatar e tratar é só o começo de um desafio: encontrar um novo lar, alguém que adote os animais. Porém, tem colhido “bons frutos”. De acordo com ela, primeiro buscam um lar provisório, alguém que aceite cuidar do animal, ao final, muitos deles acabam sendo adotados.
Muitas pessoas têm procurado o grupo para informar sobre abandono e, também para colaborar com o voluntariado.
O trabalho é bonito, porém, custoso. Os membros pedem doações e realizam “vaquinha” para comprar alimentos e medicamentos.
Ela faz um apelo aos venecianos para não maltratarem os animais de rua: “Eles passam por todo tipo de sofrimento, se cada pessoa em sua rua ajudar algum, o problema diminui muito; animais causam gastos, mas alegram o lar”, afirmou.

A voluntária explicou que os bairros com maior incidência de abandono são o Aeroporto e o São Cristóvão.
“Gostaria de dizer às pessoas que recebemos doações de ração e remédios, os quais podem ser entregues no escritório da Drª Lélia Tavares, que também faz parte do nosso grupo”.
A Advocacia Tavares se localiza à Rua Salvador Cardoso n° 78, 2° andar – próxima ao Fórum. Doações em dinheiro podem ser efetuadas via Picpay. O do grupo é: @adotaretudodebom.
Mas, se a pessoa preferir, pode entregar diretamente à Drª Lélia. Essas doações certamente farão a diferença na vida de muitos animais.
Quem quiser conhecer melhor o trabalho, basta seguir as redes sociais: (Facebook: Adotar é Tudo de Bom); (Instagram: @grupoadotarnv)
Legislação
Cássia lembra que o abandono de animais ou maus-tratos são crimes enquadrados em Lei Federal. Assim como deixar sem água ou comida, preso permanentemente, negar assistência ou utilizar em shows que lhes cause pânico ou estresse.
Pessoas que quiserem denunciar maus-tratos a animais podem fazer sem se identificar, ligando 190 ou entrando em contato com a ouvidoria do Ministério Público pelo telefone 127 ou pelo site da ouvidoria (http://ouvidoria.mpes.mp.br).

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