Desde que abandonou a magistratura para ingressar na política, o ex-juiz Sérgio Moro se tornou uma figura ‘escalafobética’, perdida, sem lugar, que vai para onde o vento toca. É difícil entender a falta de traquejo dele.
Primeiro, o agora senador, abandonou a carreira de juiz; depois assumiu, com muita pompa, o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro. No início, a grande mídia, que o endeusou nos áureos tempos da Operação Lava Jato, o chamava de superministro.
Saiu enxotado do governo com o “rabinho entre as pernas”.
Depois, Moro decidiu se candidatar à presidência pelo Podemos; mas o partido não aceitou. Saiu pela porta dos fundos e se filiou ao União Brasil. No novo partido, como prêmio de consolação, sobrou uma candidatura ao Senado. Com um discurso antipetista, ele foi eleito. Mas, se colocou numa sinuca de bico.
O União Brasil entrou na base de apoio do presidente Lula, a quem Moro persegue desde antes das eleições de 2018 (foi ele quem tirou Lula da eleição de 2018). O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, disse em entrevista, nesta terça-feira: “Moro pode sair se ficar incomodado”. O recado é claro: a opção do partido é pela aliança com o governo. Não importa o Moro.
O senador parece ser uma peça que não se encaixa no tabuleiro político. Ele é odiado pela esquerda e, depois de brigar com Bolsonaro, fechou as portas com a turma da direita e – para completar – não tem a confiança do “centrão”.
Certa vez, Bolsonaro disse que Moro não conhece Brasília; não é possível discordar dele.
Michelle Bolsonaro é a carta na manga
O Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, articula um plano “B” para a eleição presidencial de 2026, caso o ex-presidente se torne inelegível. A carta na manga do PL tem nome e sobrenome: é Michelle Bolsonaro.
O partido está organizando um roteiro de viagens para Michelle e o general Walter Braga Netto, que foi vice na chapa de Bolsonaro em 2022.
Generais que trabalham para Braga Netto e que são funcionários da legenda estão fazendo um levantamento que vai resultar em um relatório sobre a situação do partido em cada unidade da federação.
Ao contrário do marido, a ex-primeira-dama é uma pessoa centrada, cautelosa, tem cuidado ao falar e é evangélica de carteirinha: desde os gestos, expressão corporal e à maneira de se vestir.
Michelle é respeitada no partido e por aliados e, além disso, tem trânsito livre entre os evangélicos.
O anúncio das intenções do PL pode ter sido feito cedo demais; isso pode contribuir para o desgaste do plano, pois Michelle pode se tornar foco de ataques políticos. No entanto, ela pode herdar o espólio eleitoral do marido, além de se colocar como uma figura mais equilibrada para manter a esperança da direita voltar ao comando do Brasil.
Quem subestimar o capital político de Michelle Bolsonaro pode se surpreender.

Golpe
Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista ao jornal americano “The Wall Street Journal”, que, em sua opinião, não houve tentativa de golpe quando radicais que o apoiam invadiram as sedes dos três Poderes em Brasília e praticaram atos terroristas no dia 8 de janeiro.
Ao ser questionado sobre o assunto, ele respondeu com perguntas: “Golpe? Que Golpe? Onde estava o comandante? Onde estavam as tropas, onde estavam as bombas?
Porém, mesmo negando a tentativa de golpe e tentando se desvincular dos atos criminosos, Bolsonaro admitiu que pode ser preso ao voltar ao Brasil: “Uma ordem de prisão pode surgir do nada”, disse ele.
Além disso, ele falou que pretende retornar ao País em março, para, segundo ele, liderar a oposição contra Lula: “O movimento de direita não está morto e continuará vivo”, disse Bolsonaro, que se declarou “o líder nacional de direita”.
Sem emprego, mas o dinheiro é certo
Sem cargo pela primeira vez em 34 anos, Bolsonaro ganha mais de R$ 80 mil por mês. Ele acumula duas aposentadorias sendo uma como capitão reformado do Exército no valor de R$ 11.945,49 e uma como deputado federal que paga R$ 30,2 mil.
Além disso, o ex-presidente recebe um salário de R$ 39 mil do Partido Liberal, por ser o presidente de honra.
Autonomia do Banco Central
No meio da polêmica criada pelo presidente Lula com o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, depois que Lula começou a atacar a política de juros do BC, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) disse, nesta quarta-feira (15) que não vê possibilidade de rever a autonomia do Banco Central.
Para o deputado, a independência representa “um avanço, uma conquista dos últimos anos”, em acordo com o “que o mundo pensa”. A declaração de Lira segue a mesma linha do que tem afirmado o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Em relação às críticas de Lula ao BC, Lira disse que “tratativas públicas não ajudam na macroeconomia, na economia a curto prazo”, e completou dizendo que “a gente precisa trazer esse debate para o bastidor e ajustar o que precisa ser ajustado”.
Quanto ao presidente do Banco, ele disse não ver “má vontade e nem má fé” e defendeu que a política monetária deve ser tratada com sensatez. As falas foram ditas em um evento promovido pelo banco BTG Pactual.
A notícia falsa do momento
Antes foi a mamadeira de… Agora, há alguns dias circulou nas redes sociais que o ministro da Economia, Fernando Haddad, lançaria um programa chamado “bolsa travesti”. Acontece que a loucura não para por aí! A onda agora é “meu vibrador, minha vida”.
Essa caiu na conta da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT). A notícia falsa do momento nas redes sociais dá conta de que ela teria criado, em parceria com o sex shop Ponto G, o programa “meu vibrador, minha vida”, para distribuir produtos eróticos gratuitamente para a população.
A Agência Lupa checou a (des) informação. A empresa negou a informação e a assessoria do governo potiguar disse que não há nenhuma conversa a respeito desse despropósito.
De acordo com o sex shop, a empresa teve a iniciativa de distribuir os materiais, porém, não há parceria com ninguém, mas uma ação própria.
Até que ponto chega a loucura, a falta de senso e, por não dizer, cara de pau, baixaria e a desfaçatez. Tem gente que “só pensa naquilo”. É escatológico!
Frase da semana
“Os objetivos do Banco Central são o controle da inflação, a estabilidade do sistema financeiro e a garantia do pleno emprego. Obviamente essa taxa de juros de 13,75% é incompatível com esses objetivos. Ela está errada”. (André Lara Rezende, um dos idealizadores do Plano Real).
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