* Por Elias de Lemos (Correio9)

Na última quarta-feira (22), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) postou em seu Twitter uma desinformação descarada ao questionar o motivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não liberar o FGTS para moradores atingidos pelas fortes chuvas.
“O governo Bolsonaro sempre liberou o FGTS para moradores atingidos por desastres naturais em todo o Brasil. Por que o Lula não faz o mesmo para os desabrigados na Baixada Santista? Incompetência ou má fé?”, escreveu Nikolas, errando até mesmo o local onde aconteceu a tragédia.
Diferente do que foi (des) informado pelo deputado mineiro, o local destruído pelos temporais é o litoral norte do Estado de São Paulo e não a Baixada Santista.
Coube ao deputado Jorge Boulos rebater a mentira de Nikolas: “A desinformação é um problema crônico do bolsonarismo. Esse resolveu cobrar hoje (quarta-feira) uma medida que Lula anunciou dois dias atrás. Ignorância ou má fé?”, respondeu o deputado do PSOL.
A Caixa anunciou na segunda-feira (20) a liberação do saque do FGTS para os moradores de seis cidades atingidas pela tragédia. O valor máximo é de R$ 6.220,00. É necessário possuir saldo em conta e não ter feito nenhuma retirada no último ano pelo mesmo motivo.
A escandalosa crueldade de quem põe política em tudo
O governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (PSDB), entrou na máquina de moer do bolsonarismo. O motivo é torpe. Apoiadores do ex-presidente têm criticado severamente o fato dele ter recebido o presidente Lula e aceitado ajuda diante da tragédia que varreu o litoral norte paulista.
Lula estava de folga durante o carnaval, mas, interrompeu o intervalo e viajou para São Paulo para prestar solidariedade e assistência aos atingidos. Lá, pregou união e ressaltou o papel de cada um diante da calamidade.
Em 2021, quando a Bahia se afogava, Bolsonaro estava de férias em Santa Catarina, andando de moto aquática, e não deu a mínima para o povo baiano. Seus apoiadores ficaram calados enquanto a Bahia agonizava.
Para eles, o ódio a Lula está acima de tudo. O sofrimento das pessoas e as mortes pouco importam.
O efeito bolha dos evangélicos
O que explica a opção da população evangélica pelo bolsonarismo? Como explicar esse fenômeno tão anti-Evangelho? Como entender essa aderência entre os que se dizem evangélicos?
Dados apontam que quase 70% deste segmento declararam voto em Bolsonaro.
Assim, a explicação está no efeito redoma. Oriundo, em parte, do fundamentalismo religioso e do puritanismo.
A conduta dos evangélicos é de trincheira: encaram o mundo como um inimigo feroz. É a historinha do “nós” e “eles”, onde o primeiro é de “gente de bem” e o segundo “os destruidores da família”.
Desse modo optam pelo isolamento, a cultura da preservação de valores reacionários, a vida em uma bolha religiosa. Como se vivessem uma realidade paralela.
A bolha é a condição para escapar do mundo que acreditam existir e que, para muitos, resultaria na perda da salvação eterna. Com isso, envergonham a Deus, depredam a Pátria e dão um péssimo exemplo às famílias.
Concorda ou discorda?
Foi apresentado na Câmara dos Deputados um projeto que quer permitir que adolescentes maiores de 16 anos possam tirar habilitação.
Além disso, o texto pretende aumentar o tempo de permissão para dirigir, documento que antecede a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) de um para até dois anos. Se o motorista não tiver recebido multas gravíssimas e graves, ou até mais de uma infração média dentro do prazo de validade da CNH provisória, ele receberia a definitiva.
A proposta é de autoria do deputado federal Roberto Duarte (Republicanos-AC). O projeto tramita em fase inicial e ainda está sendo avaliado pela Mesa Diretora na Câmara. E aí: concorda ou discorda?
Putin ameaça o mundo com armas nucleares
A guerra da Ucrânia completa um ano nesta sexta-feira (24). E considerando o discurso de Putin, se depender dele o conflito está longe do fim.
Em discurso feito a congressistas e militares do alto escalão da Rússia, Putin reafirmou uma série de justificativas para continuar a invasão, que ele chama de “Operação Militar Especial” na Ucrânia.
Primeiro: o tirano russo afirma que o Ocidente, liderado pelos Estados Unidos, querem a destruição de Moscou e que isso não será aceito.
Segundo: a ameaça à existência russa, também estaria ligada ao fim dos valores tradicionais, com Putin trazendo para seu país o protagonismo na defesa destes valores.
Terceiro: a materialização das ameaças à Rússia estaria, na visão dele, enraizada no atual governo ucraniano, tratado por ele como neonazista.
Quarto: a grande novidade no discurso de Putin foi a suspensão em tratado “Novo Start”, firmado entre a Rússia e os Estados Unidos. O acordo tem o objetivo de reduzir o número de armas nucleares que cada país possui.
Quinto: de maneira implícita, o presidente russo deu a entender que está disposto a usar armas nucleares, dependendo das ações do ocidente.
É esperada uma nova onda de ataques russos em “comemoração” neste aniversário da guerra.
Possível mediação brasileira
O governo russo começou a avaliar a proposta de paz na guerra da Ucrânia, enviada pelo presidente Lula. A informação foi anunciada pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, em entrevista à agência de notícias russa TASS, divulgada nesta quinta-feira (23).
“Tomamos nota das declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, a fim de encontrar caminhos políticos para evitar a escalada da guerra na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os envolvidos”, afirmou ele. Galuzin destacou a importância da visão do Brasil, que é parceiro estratégico da Rússia bilateral e globalmente.
Vale lembrar que dias antes do início da guerra, o ex-presidente Jair Bolsonaro endossou a tirania russa ao fazer uma visita e prestar “solidariedade” à Rússia.
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