
Faleceu na manhã desta sexta-feira (13), por volta das 10 horas, o ex-prefeito do município de Boa Esperança, Amaro Covre, aos 84 anos.
Amaro estava internado no Hospital da Unimed, em Colatina, onde realizava tratamento de problemas cardíacos.
Cidadão e político muito querido em Boa Esperança e em toda a região, ele exerceu o cargo de prefeito durante cinco mandatos naquele município.
O corpo do ex-prefeito está sendo aguardado na cidade, onde será velado e sepultado no cemitério local.
Políticos de várias linhas ideológicas lamentaram nas redes sociais a morte de Amaro Covre. A assessoria da Prefeitura de Boa Esperança informou que o prefeito, Renato Barros, vai decretar Luto Oficial de três dias no município.
Com formação em Direito, Amaro Covre foi Tabelião de Cartório de Registro Civil até o fim da vida, tarefa que dividia com a esposa Anair Belém Covre e o filho Jeferson Eduardo Covre, no Cartório do município.
Mandatos
Ele cumpriu cinco mandatos de prefeito em Boa Esperança: 1971/1972; 1977/1982; 1989/1992; 2001/2004 e 2005/2008.
1971-1972
O segundo prefeito foi Amaro Covre (1971-1972) que assumiu o município ainda se recuperando do impacto sofrido pela erradicação do café, tanto que o Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES) sugere ao então governador Arthur Carlos Gerhardt Santos, que Boa Esperança voltasse a ser distrito de São Mateus pela falta de viabilidade econômica que assolava o município desde a sua criação.
Por essa razão, Amaro decidiu implantar a denominada administração comunitária, dando prioridade ao meio rural, com o objetivo de reduzir o deslocamento das famílias para a cidade. O município foi dividido em regiões administrativas que informavam os problemas e sugeriam soluções para cada uma delas ao Conselho Municipal de Desenvolvimento e as decisões eram tomadas juntamente com a Câmara de Vereadores. Dessa forma, o governador Gerhardt não acatou o pedido do TCES.
Ainda nesta gestão, foi fundado o Hospital Maternidade Cristo Rei e a Escola Técnica do Comércio, que oferecia cursos técnicos em Magistério e Contabilidade à população. Há ainda a construção do viveiro municipal, que passou a oferecer mudas de café e seringueira gratuitamente aos produtores rurais e empregar 120 crianças de 10 a 15 anos que recebiam meio salário mínimo pelo trabalho de ensacamento das mudas em horário contrário ao escolar.
1977-1982
Amaro Covre volta à prefeitura (1977-1982) e retoma o projeto comunitário, incluindo construção de casas populares através de mutirão da população que trabalhava ajudando os pedreiros contratados pela Prefeitura. Nessa época foram construídas as casas do bairro Vila Tavares.
Nessa gestão, o posto do Banestes se torna agência e há a implantação da agência do Banco do Brasil, a Escola Técnica de Comércio é transformada pelo Governo do Estado em Escola de 1º e 2º Graus Antônio dos Santos Neves, houve a instalação dos postos telefônicos em São José do Sobradinho e Santo Antônio do Pousalegre, que começavam a crescer com o cultivo do café solidificado no município.
De 1975 a 1980, o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstra que a produção de café no município cresceu mais de 400%. Boa Esperança passou por boas mudanças nesse período.
1989-1992
Após esse período, Amaro Covre (1989-1992), que passou cinco anos como presidente da Albesa (indústria de álcool), retorna à Prefeitura em seu terceiro mandato. Nos anos 90 começa a modernização da agricultura e a redução da necessidade de mão de obra, provocando um grande êxodo rural. Para tentar manter a população em suas propriedades, foi encampado o mesmo projeto de mutirão realizado em Vila Tavares para construção de casas populares também na zona rural.
Mesmo assim, a população rural de Boa Esperança, que em 1991 tinha 7.911 habitantes, segundo dados do IBGE, cai para 4.399 habitantes até 1996, quando o município já estava sob a gestão de Joacyr Antônio Furlan (1993-1996).
2001-2004 – 2005-2008
Amaro Covre (2001-2008) volta à gestão do município em 2001 para mais dois mandatos, até 2008, completando cinco desde 1971. Nesse período foi inserida a diversificação da agricultura, com o objetivo de oferecer aos produtores outras culturas que pudessem contribuir na renda familiar durante o ano inteiro.
O prefeito que administrou mais vezes na história, também ficou conhecido como João de Barro, por ser também o que mais construiu casas populares no sistema de mutirão, em que o proprietário da casa ajuda na construção com o pedreiro contratado pela Prefeitura.
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