O cantor, professor e cineasta veneciano, Deivid José está de volta aos holofotes. Na próxima semana ele começa a gravar o sexto filme de sua carreira como cineasta. “Cataguases’ contará a história da origem de vida de seu pai, Geraldo Vasconcellos (falecido em 2014 aos 100 anos de idade), que nasceu do útero de uma índia Cataguases”. O nome também dá batismo à cidade mineira, que também já se chamou Porto Novo do Cunha.
Sobre o roteiro, Deivid não quis se aprofundar e disse que o grande público que o acompanha terá surpresas ao assistir o filme, como aconteceu nas outras cinco produções do artista.

A trajetória de Deivid no cinema começou em 2005, quando a então secretária de Educação de Nova Venécia – Wanessa Sechim – o convidou para dar aula de violão a 300 crianças da Rede Municipal de Ensino. Por sentir-se valorizado, Deivid prometeu que faria um filme para quem o enaltecesse como artista. Lisonjeado pelo convite de Wanessa – pessoa pela qual tem muita estima – lançou em 2008 o filme Menino da Porteira, onde a maioria das cenas acontece em Cristalino – interior de Nova Venécia – onde a ex-secretária tem suas origens. No filme também há imagens de Aparecida, em São Paulo.

Entusiasmado com a ideia, Deivid lançou o segundo longa em 2009, e para relembrar os tempos antigos – produziu O Garoto de Cristalino – com filmagens no local que dá nome ao filme e também na cidade de Ouro Fino, Minas Gerais, além de cenas na Capital Vitória.
Na terceira investida, em 2010, filmou Os Leões da Babilônia, que segundo ele tem o seu lado bíblico e também do Oriente Médio. Prosseguindo sua saga, o artista lançou em 2012, Cidade em Chamas, que conta a história de um militar que passa o filme perseguindo um bandido perigoso. Parte das cenas foi gravada no asfalto que liga à cidade de Aracruz.
O quinto filme da série foi batizado de Chico Mineiro. Gravado em 2013, baseia-se na história das pessoas que vivem no campo. Com Cataguases, que será filmado na região do Pip-Nuck, em Nova Venécia e em Copacabana, no Rio de Janeiro, Deivid chega ao sexto filme, que como os demais terá média de duração de uma hora e vinte minutos. Todo o trabalho, que durará cerca de um mês de filmagens é produzido em uma filmadora Sony Handycan DCR-SR 21, conduzida por sua esposa, Maria da Glória, que segundo Deivid apoia o que ele faz. A edição do longa é feita em estúdios de amigos do artista em Nova Venécia.
Com as suas filmagens, Deivid pretende ser convidado pela apresentadora da TV Globo, Fátima Bernardes para participar do seu programa matinal ‘Encontro’ e a partir de então ser conhecido nacionalmente e mundialmente.
O lado cantor de Deivid José também traz muitas produções
Se no cinema Deivid José chega à sexta produção de filme, na música o artista também tem história. Nascido em Nova Venécia, sempre gostou de música romântica e assim, como milhares de brasileiros tinha o Rei Roberto Carlos como grande ídolo. “Aos 11 anos eu ouvia o Roberto e achava sensacional”, revela.
Aos 13 anos começou a tocar com o pai, Geraldo Vasconcelos, que faleceu em 2014 aos 100 anos de idade.
Em 1982, após vender rifas, lançou o primeiro compacto, uma espécie reduzida de disco de vinil que continha duas músicas – ‘Quando se trata de amigo’ e ‘O último momento benvindo’.
Em 1987, com apoio da Veneza e da extinta loja Real Móveis, lançou o segundo compacto – com as músicas Baby/I I’l sorriso del bambino/ Deitar e rolar e a famosa Saudade de Guarapari, que apesar do título, não teve seu desenrolar na ‘Cidade Saúde’, e sim em Nova Venécia.
“Naquela época a Solange, que é tema central da música veio de Guarapari passar uns dias em Nova Venécia na casa dos tios. Como a gente estudava no Colégio Estadual (São Daniel Comboni) acabamos sendo da mesma turma de amigos. Ela era alta, loira, muito bonita e aí fiz a música para ela. Tempos depois ela foi morar em Vitória, mas levou consigo o disco, que a homenageava”, relembra.
Em 1991, após fazer uma ação entre amigos, arrecadou dinheiro para criar o primeiro Long Player (LP) com o título ‘Canção para Samira’, uma outra homenagem a uma jovem veneciana. Deivid gosta dessa seara e já criou músicas para outras mulheres como ‘Célia Regina’ e ‘Andréia’. O disco de 1991 tinha ainda uma peculiaridade: as capas feitas em papel cartolina tinham cores diferentes como branco, azul e amarelo. “O corte de acetato foi todo feito na Poligram, no Rio de Janeiro”, gaba-se o cantor.
Já na época ‘moderna’, em 2001 saiu do vinil e gravou o primeiro CD, intitulado de Granito Amarelo, com apoio de dois empresários venecianos que atuam no ramo de granito, é claro.
Em 2007 atacou com Minha Nova Venécia, apoiado pelo Posto Litoral, de Vila Pavão. Em 2008 lançou um CD gospel, batizado de ‘Só Jesus tem a chave’.
Além de cantar e produzir filmes, Deivid também ministra aulas de teclado, violão, viola e acordeão em sua residência, que fica próxima à Casa de Pedra em Nova Venécia. Lá também há outra curiosidade. Anexada à porta de sua casa, há uma placa que promete ao interessado aprender violão e viola em uma hora. “Tenho o dom da técnica e neolinguística que reduz o trabalho de três meses em uma hora. O domínio do violão se dá com dez minutos. Com 25 minutos já se tocam duas músicas de criança, como Ciranda Cirandinha, por exemplo. Com isso, muitos alunos saem daqui emocionados em conseguirem tão rápido”, confirma.
Para ter aulas com Deivid, que acontecem todos os dias da semana, das 7h15 às 20h30, o interessado desembolsa R$ 70,00 por mês. O telefone para contato é 99716- 4327.
Finalizando, Deivid revela uma outra curiosidade. Segundo ele, a música ‘Princesa’ sucesso na voz de Amado Batista foi passada ao cantor brega por ele, quando Batista esteve em Nova Venécia por volta de 1988. “Entreguei a letra a ele no Ginásio de Esportes gravada em uma fita K-7. Ele então me disse que o empresário dele não deixava colocar o nome do autor das letras no disco. Mesmo assim concordei e então ele disse que ia mexer na letra e acabou mexendo, mas o teor fui eu quem criei”, justifica.

Deivid diz que já encontrou com Amado umas três vezes após 1988, mas que o cantor diz que está sempre com pressa e que não dá margem para uma prosa mais contundente. Certo mesmo é que Princesa, canção que dificilmente o Norte, o Sul, o Leste e o Oeste do Brasil nunca tenham ouvido, é um dos maiores sucessos do Amado e que mais contribui com os seus 25 milhões de discos vendidos. A música foi lançada em 1991, no álbum Eu sou seu fã, que contém outras 11 músicas no segmento romântico brega, sua especialidade.
Comente este post