
Elias de Lemos (Correio9)
Faleceu na noite da última sexta-feira (25), Dona Flauzina Rosa Boechat, aos 93 anos. Dona Flauzina foi fundadora do antigo Hotel Boechat, cuja construção começou em 1973, e da Lanchonete e Restaurante Boechat, uma referência em Nova Venécia.
De acordo com a família, na quarta-feira, 23, ela sofreu uma queda e estava acamada, vindo a falecer em casa, onde morava com uma das filhas, no prédio atrás da Prefeitura onde o Hotel funcionou até o ano de 2002.
Dona Flauzina nasceu em uma família grande, tinha 11 irmãos. Era natural de Atílio Vivácqua, mas escolheu Nova Venécia para viver.
Mulher alegre e lutadora, acordava cedo e trabalhava até à noite, ininterruptamente, parecia incansável.
O Restaurante e Lanchonete Boechat foi o primeiro emprego de muitos venecianos, especialmente, daqueles recém-chegados do interior e que procuravam alguma ocupação.
Se, por um lado, seu restaurante era “ponto certo” para quem passasse por Nova Venécia, por outro, a fama do lugar vinha mesmo era dos seus incomparáveis salgados. Desde que as atividades do estabelecimento foram encerradas, não se viu mais um pastel semelhante ao que ela produzia; nem quibe, nem bolinho de aipim, tampouco coxinha.
Os salgados não mudavam de tempero, nem de sabor, eram sempre temperados com precisão. A massa do pastel era feita por ela e quando delegava a tarefa a alguém, supervisionava bem de perto.
Tudo era produzido de modo artesanal, com alto padrão e baixa absorção de gordura.
Foi produzindo salgados que Dona Flauzina construiu sua vida em Nova Venécia e ao lado do marido, criou e educou seus filhos.
A lanchonete era lugar cativo e ficava lotada, especialmente, nos horários de lanches na parte da tarde.
Com a morte do esposo, Francisco Boechat, em 1990, Dona Flauzina decidiu encerrar as atividades da lanchonete e do restaurante. Passou a batuta para as filhas, Neusa e Wanderli, que reabriram a lanchonete ao lado da ponte Cristiano Dias Lopes, ponte velha, no Centro da cidade. Lá, as irmãs conduziram o negócio de salgados até 2003.
Já o Hotel encerrou as atividades em 2002.
Ela teve sete filhos, dez netos e quatro bisnetos.
O corpo de Dona Flauzina foi velado na Primeira Igreja Presbiteriana de Nova Venécia e o sepultamento aconteceu por volta das 15 horas de sábado, no cemitério do Bairro Bonfim.
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