
Faleceu nesta terça-feira (06), em Vitória, o empresário, músico e escritor Carlos Fernando Lindenberg Filho, o Cariê, aos 85 anos. Ele morreu em decorrência de complicações de uma pneumonia.
Cariê foi responsável pelo surgimento da maior rede de comunicação do Espírito Santo, fundador da TV Gazeta e do site Gazeta Online, ele presidia o Conselho de Administração da Rede Gazeta. Segundo informações, o velório e o sepultamento vão ser restritos à família devido a pandemia do novo coronavírus.
Cariê sempre foi um ferrenho defensor do jornalismo e da liberdade de expressão. Esteve à frente da Rede Gazeta entre os anos de 1965 e 2001. Foi por sua atuação que o Grupo Globo estabeleceu-se no Espírito Santo, tendo a TV Gazeta como afiliada. Logo depois, os negócios se expandiram, com a criação de rádios, do site e das emissoras regionais sediadas em Cachoeiro de Itapemirim, Linhares e Colatina.
Filho do ex-governador Carlos Lindenberg, que comandou o Espírito Santo por dois períodos (1947-1951 e 1959-1962), Cariê não quis ingressar na política. Na última passagem do seu pai pelo Palácio Anchieta, chegou a ser convidado a assumir uma cadeira no secretariado, após colaborar ativamente com a campanha, mas declinou da ideia. “Disse ao papai: não tenho conhecimento necessário para fazer-te uma boa companhia; vou continuar no meu carguinho. Mas é preciso você manter a (minha) mesada, porque não vou ficar com essa pobreza”, contou, em 2019, com seu característico bom humor.
Foi um dos responsáveis pelo processo “de forma lenta, real e gradativa”, como explicava, de separar o jornal A Gazeta de vínculos políticos, na década de 1960, fato do qual ele sempre manifestou orgulho. “Houve a possibilidade de caminharmos para a isenção e a ponderação das verdades. É uma marca de A Gazeta. Vi isso em vários jornais importantes do Brasil e do mundo, e também nos livros sobre ética jornalística. Absorvi com muita naturalidade”, pontuou.
Em seu livro, “Vou te contar”, Cariê resumiu sua trajetória: “Eu encontrei a vida na Gazeta e larguei todo o resto que eu fazia. Talvez um terço ou mais das histórias do livro sejam vinculadas à Gazeta porque foi a coisa mais importante da minha vida”.
Cariê deixa três filhos e cinco netos.
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