Elias de Lemos (Correio9)
Em uma sessão tumultuada, a Câmara de Vereadores de Nova Venécia aprovou na sessão desta terça-feira (11), os projetos que instituem aumentos salariais para prefeito, vice-prefeito, secretariado municipal e para os membros do próprio Legislativo. Agora, os projetos vão para a apreciação e sanção do prefeito André Fagundes (PDT).
Houve bate-boca entre o presidente da Câmara, Juarez Oliosi (PSB) e pessoas que assistiam à sessão. Ele foi vaiado por várias vezes e pediu intervenção da Polícia Militar e a retirada à força. Uma mulher desabafou à reportagem do Correio9: “Ontem quase fomos jogados para fora da Câmara. Estou, até agora, sem acreditar que ele teve coragem de fazer aquilo. Tentou humilhar as mães e pais ali presentes, como se a gente não fosse nada. Zombou das nossas caras! Precisamos de alguém que entenda das leis para ficar de frente. Ele é um arrogante que envergonha a nossa cidade”.
Antes de começar a sessão plenária, já era possível prever que o clima seria tenso. Viaturas policiais estavam estacionadas em frente da sede da Câmara, enquanto populares chegavam para manifestar contrariedade aos projetos. No entanto, mesmo contra a opinião da grande maioria da população, os aumentos foram aprovados.
Com o aval da Câmara, os salários do prefeito e do vice devem subir 32,2%. Dos atuais R$ 14.997,21, o chefe do Executivo municipal passará a receber R$ 19.990,00, enquanto o do vice sai de R$ 7.498,60 para R$ 9.995,00.
Já para o secretariado do prefeito, que recebeu o mesmo percentual de aumento dos vereadores (72,7%), os salários pulam de R$ 5.863,10 para R$ 10.128,90.
Já na próxima legislatura – que se inicia em 2025 e vai até 2028 – os parlamentares do município, que atualmente recebem R$ 5.863,10, terão salários de R$ 10.128,90. Neste sentido, a folha de pagamento dos parlamentares terá um impacto de nada mais, nada menos do que R$ 1.580.108,40 a cada ano.
Enquanto isso, o último edital para a contratação de profissionais da Saúde – publicado em fevereiro de 2023 – ofereceu R$ 2.869,27 para uma jornada de 12 horas semanais; de R$ 5.739,96 para carga horária de 24 horas; e para 40 horas semanais, o salário é de R$ 9.099,94. Lembrando que, apenas, a formação de um médico, até receber o diploma, fora as especializações leva seis anos de estudos em tempo integral.
Votaram a favor dos aumentos:
Juarez Oliosi (PSB)
Roan Roger (MDB)
Enéas Scardini (PSB)
Zé Luiz do Cricaré (PDT)
Josias Mendes Machado (DC)
Valdecir Juliati (PSB)
José Pereira Sena (PDT)
Vanderlei Bastos (Solidariedade)
Votaram contra os aumentos:
Anderson Salvador (PSDB)
Sebastião Antônio Macedo (Solidariedade)
Estavam ausentes:
Mayara Eller (Republicanos) – Apresentou atestado médico
Pedro Henrique Pestana (Podemos) – Viajando
Damião Bonomette (PSB) – Viajando
Nas ruas e nas redes sociais, a população está indignada. Não há nenhuma opinião favorável aos aumentos.
Recentemente o Correio9 publicou um Editorial sobre o assunto do aumento e o jornal também se posicionou totalmente contrário a proposta. Veja no link abaixo:
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