
Os apelos do Correio9 pedindo prudência e o não cometimento de abusos no trânsito de Nova Venécia têm sido recorrentes, mas parece que boa parte dos motoristas e motociclistas venecianos não sabe ler e tampouco frequentaram autoescola. Ou talvez sejam abusados mesmo!
Por mais que se apele, a malfadada “perda de controle do veículo” é sempre a desculpa para tantos acidentes na área urbana do município, porém, não se trata disso, mas de uma irresponsabilidade imensurável de condutores nas ruas da cidade.
O detalhe é que os acidentes se repetem quase sempre nos mesmos locais. A Avenida Guanabara já foi apelidada de “Avenida da Morte”, onde é raro um dia sem acidente. Do mesmo modo, outras vias da cidade são igualmente perigosas.
Nas últimas semanas, o Correio9 esteve observando o trânsito em dois bairros da cidade: o Margareth e o Rúbia. Tanto um, quanto o outro possui muitos cruzamentos (em linha reta) e parece que isso potencializa o perigo.
Nos dois locais, chama a atenção a imprudência de condutores de motos. Eles agem como se fossem os donos das ruas, como se tivessem asas ou como se fossem feitos de aço. É espantosa a falta de cuidados consigo mesmos e com motoristas e transeuntes.
Vale observar que a maioria dos acidentes tem moto envolvida. Por quê? Não é difícil entender. Condutores de motos não consideram os perigos dos cruzamentos; eles passam “voando”. Muitos não se dão sequer ao trabalho de olhar para os lados. Não reduzem a velocidade, agem como se estivessem numa pista de corrida. É impressionante!
Entregadores que prestam serviços ao comércio deveriam ter um mínimo de responsabilidade, afinal, deveriam agir como profissionais. Mas não! Além de “voarem” pelas ruas, empinam motos e não têm a mínima preocupação com a própria segurança e muito menos com as das outras pessoas. Isso seria irresponsabilidade, imprudência, abuso ou burrice mesmo? Talvez o somatório de tudo!
Esse comportamento só leva a mortes, atropelamentos e amputações. Na última sexta-feira (10), por um milagre a equipe do jornal não testemunhou o atropelamento de três crianças na Rua Drago, no Bairro Rúbia, onde um irresponsável atravessou um cruzamento a “trocentos” quilômetros por hora e, ao desviar das crianças, o pneu da moto raspou no meio fio e, por pouco, ele não se ‘estropiou’. Seguiu sorridente, como se aquilo fosse engraçado! Não se deu conta da própria estupidez!
Em quatro ocasiões e no período de menos de um mês, o carro da equipe do Correio9 não atropelou quatro motociclistas no Bairro Margareth, porque o condutor do veículo foi cuidadoso no trânsito e redobrou a atenção quando se aproximou dos cruzamentos, reduzindo a velocidade para 20 Km por hora [se estivesse entre 30 a 40 Km/h – uma velocidade ainda relativamente baixa – a colisão com os motociclistas poderia ter sido fatal].
São apenas os motociclistas? Não, motoristas também cometem suas imprudências, passam por faixas de pedestres, não respeitam e, ainda, buzinam para quem aguarda para atravessar a rua. Porém, este texto chama a atenção de motociclistas porque quem conduz carros tem alguma “segurança” (colocam a vida do pedestre em risco), mas quem está sobre uma moto, não! Não tem capa, é a moto e corpo, se bater, está arrebentado, se cair, também. O motociclista é o próprio para-choque!
Aliás, um caso evitável (se tivesse prudência) aconteceu no Margareth: quando descia, ao atravessar um cruzamento de forma estúpida, onde a preferência era do carro que subia pela outro via, o veículo se chocou na lateral da moto e a perna do motociclista ficou estraçalhada. Uma cena horrível aquelas fraturas expostas!
Esse caso – e é apenas um exemplo – poderia ter sido evitado se o motociclista tivesse reduzido a velocidade ao transpor o cruzamento. Mas não, foi direto para o Hospital Roberto Silvares. Aí dizem: “fulano sofreu um acidente”. Na verdade, ele se acidentou porque foi imprudente, inconsequente na direção de um veículo de duas rodas.
São necessárias medidas urgentes para enquadrar motociclistas e motoristas irresponsáveis, que não colocam apenas suas vidas em risco, mas a de qualquer um que cruze seus caminhos. Alguma coisa precisa ser feita para tentar conscientizar essas pessoas que fazem isso, para que deixem a estupidez de lado.
Nova Venécia já passou da hora de ter guarda municipal, de discutir com a Polícia Militar a aplicação de multas pesadas no trânsito. Enquanto isso não vem, seria recomendável a realização de campanhas educativas para um trânsito mais seguro. Campanha não apenas uma vez, mas constantemente.
Sugerível também a adoção de medidas por parte dos contratantes de serviços de entregadores, com regras claras de respeito e cuidados no trânsito. Algum atraso na entrega não é problema diante do que isso pode representar em segurança para todos. Mas, enquanto motociclistas se preocuparem apenas com a produtividade, em entregar e ganhar mais, o Hospital Roberto Silvares vai continuar recebendo gente ferida e os cemitérios de Nova Venécia vão continuar ficando cada vez menores, lamentavelmente.
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