
Após 3 anos sendo realizado virtualmente, o tradicional Encontro Ibef-ES voltou a ser realizado de forma presencial. O presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo (Ibef-ES), Paulo Wanick, fez a abertura do evento que reuniu mais de 200 participantes no Hotel Senac, em Vitória.
Pedro Chieppe, diretor executivo do instituto, destacou os desafios no ambiente de negócios, frisando que o evento desta terça-feira é para debater sobre as oportunidades para 2023.
Fabio Brasileiro iniciou o primeiro painel “Novos Investimentos Relevantes no Estado”, abordando a importância que as entidades como o ES em Ação e o Ibef-Es têm no mercado de trabalho e por consequência a chegada de novos investidores e geração de emprego.
Pela primeira vez falando em público, Ilson Hulle, do Porto de Vitória, falou sobre o processo de desestatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), que traz a oportunidade de uma nova e promissora na história do comércio internacional capixaba. “Temos muitos desafios. Precisamos transformar o Porto de Vitória de novo num ambiente de negócios, pois ele é referência em importação de fertilizantes, carros, máquinas e equipamentos, cabotagem de contêineres, por exemplo. Tem muita gente interessada no porto e começamos a vislumbrar coisas novas para a Codesa. Podemos arrendar parte do espaço para qualquer empresa pelo prazo que ela quiser. Em três meses devemos estar prontos para novos negócios no porto. É um desafio, mas estamos prontos para dar a largada”.
Lucas Mota, da ENP Energy Platform, falou sobre as perspectivas de investimentos que pretendem fazer no Espírito Santo. “No Estado produzimos gás e óleo em três campos. Gás natural tem grande potencial no Estado. Temos projeto de fazer uma malha de gás com capacidade para transportar 20 milhões de metros cúbicos. Também temos a intenção de criar um ecossistema de gás no Norte no Estado. A gente acredita muito no potencial do Estado, que também tem grande potencial de gerar energia verde”.
Fernando Carreira, da Autoglass, destacou a importância da educação no contexto de geração de emprego e renda. “É importante que os profissionais estejam preparados para atuar na indústria 4.0. Para suprir o gep que temos na educação em algumas áreas temos um centro de educação corporativa, capacitamos cerca de mil colaboradores por ano. Essa é uma saída que adotamos enquanto Autoglass”, afirmou.
Fabricio Coutinho, do Grupo Extrabom, explicou que o varejo é um termômetro para toda a economia. “No nosso estado a oportunidades resultantes do aquecimento no setor tem tido respostas rápidas e qualificadas. O Extrabom vem se organizando para seguir crescendo e contribuindo com a geração de emprego e renda”.
Novo boom de comércio exterior
Para falar sobre o tema “Sociedade organizada em prol do desenvolvimento do Estado” durante o Encontro Ibef-ES 2022, foram convidados Cristhine Samorini, da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes); Idalberto Moro, da Federação do Comércio (Fecomércio); Renam Chieppe, da Federação dos Transportes (Fetransportes); e Nailson Dalla Bernardina, do ES em Ação. A mediação do painel ficou por conta de Léo de Castro, do Ibef-ES.
O presidente da Fecomércio prevê um amplo crescimento no Estado. “O Espírito Santo passará por um novo boom no comércio exterior. Estou muito otimista por conta do momento em que estamos vivendo, especialmente com a privatização da Codesa. Além disso, vários segmentos estão avançando e temos grande capacidade de investimentos”, afirmou.
Cris Samorini falou sobre o gargalo na infraestrutura que o Estado enfrenta e como a Findes tem atuado. “Nos aprofundamos nos estudos técnicos já sabendo que o porto está em boas mãos. Com isso voltamos nosso foco para as ferrovias e rodovias e estamos percorrendo esse caminho a fim de avançarmos”.
O presidente da Fetransportes destacou que as parcerias com outras federações é fundamental para esse avanço. “Com as federações e outras entidades alinhadas e o trabalho da bancada capixaba no Congresso Nacional acredito que vamos destravar os entraves na malha rodoviária”, afirmou Renam.
Nailson Dalla Bernardina também acredita no diálogo entre a sociedade e o setor público. “Quando o setor produtivo chega num consenso a gente tem argumentos para levar adiante nossos projetos às autoridades políticas. O Estado fez esse dever de casa e estamos construindo ações para atrair novos investimentos e avançar na relação com a cadeia produtiva”.
Atração de empresas de tecnologia
O terceiro painel do Encontro Ibef-ES 2022 contou com a participação de representantes de grandes instituições financeiras do Estado. Estiveram presentes José Amarildo Casagrande, presidente do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes); Munir Abud, presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo (Bandes); Bento Venturim, presidente do Sistema Sicoob Espírito Santo; e Fernando Cinelli, presidente executivo da Apex Partners. O secretário de estado da Fazenda, Marcelo Altoé, também participou.
José Amarildo Casagrande apresentou números expressivos do Banestes. “O banco obteve lucro recorde de R$ 182 milhões. Isso tudo por conta do trabalho consistente e equilibrado que desenvolvemos. Atendemos, por meio das linhas de crédito, a todos os públicos. Também somos referência no crédito imobiliário atualmente”.
Outro banco estadual, o Bandes, também trouxe informações relevantes, entre elas a de que a instituição vai ampliar o leque de atuação. “Apenas dois estados da federação têm um banco de desenvolvimento para chamar de seu: Espírito Santo e Minas Gerais. O banco trabalha com a premissa de diversificar sua matriz econômica a fim de trazer empresas de base tecnológica. A ideia é transformar o Estado numa espécie de Vale do Silício”.
Fernando Cinelli destacou que o estado tem uma característica de constituir instituições sólidas. “E com a Apex não foi diferente. Pensamos em nos colocar como uma plataforma de investimentos em quatro áreas de negócios, trabalhamos em parceria com os outros bancos e temos a ideia de cobrir os principais setores no Estado. Trabalhar em formato de consórcio, ou seja, junto com outras casas é uma vontade, pois a gente tem de cooperar entre si. Isso que o Ibef faz e é uma ótima iniciativa”.
Bento Venturim ressaltou que o Sicoob é o maior repassador do Funcafé e que estão trabalhando arduamente para alcançar novas e grandes metas. O secretário de estado da Fazenda, Marcelo Altoé, destacou que o Espírito Santo deverá continuar com a nota A em gestão fiscal. “O Estado tem fetiche pela nota A e ano que vem devemos manter a nota. Também conseguimos fazer investimentos históricos em infraestrutura, saúde e educação”.
Agenda Brasil
O encerramento do Encontro Ibef-ES 2022 ficou por conta do presidente do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes. Ele falou sobre o tema “Como o Espírito Santo está posicionado frente à indústria nacional”.
O destaque de sua fala foi sobre a Coalizão Indústria, que representa 13 setores produtivos e reúne mais de 43% do PIB da área industrial. Segundo ele, a Agenda Brasil é maximizar a convergência e minimizar a divergência com retomada do crescimento econômico, ajuste fiscal (reforma da previdência e tributária) e recuperação da competitividade sistêmica e abertura comercial x redução do custo Brasil.
O presidente do Ibef-ES, Paulo Wanick, fez um balanço sobre os principais pontos tratados no evento. “Achei incrível saber que mais de 100 empresas de base tecnológica querem investir no nosso Estado. Outro ponto que julgo importante são as linhas de crédito que as instituições bancárias oferecem no Espírito Santo”.
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