O excesso de chuvas que caiu na tarde desta terça-feira, 5, provocou estragos, desalojou e desabrigou pessoas. O aguaceiro começou por volta das 16:30 e durou pouco mais de duas horas. No entanto, os pluviômetros, espalhados pelo município, registraram um volume de água equivalente ao esperado para todo o mês de dezembro. Na manhã desta quarta-feira, 6, o prefeito, Mario Sergio Lubiana, o Barrigueira, e o secretário de Planejamento, Edson Marquiori, reuniram a imprensa, e, o prefeito comunicou que pretende decretar estado de calamidade pública.
Barrigueira disse que o município foi parcialmente atingido pela chuva. Segundo ele, em algumas regiões da zona rural as pessoas ainda não sabem do que aconteceu na cidade. Mas, as áreas atingidas foram muito castigadas com o desalojamento e a perda de casas de várias famílias. As famílias que precisaram ser retiradas de casa foram alojadas em escolas da cidade. O trabalho de apoio e resgate começou, antes de a chuva terminar.
A água invadiu dezenas de casas e um dos bairros mais atingidos foi o Aeroporto. Segundo a Secretaria Municipal de Ação Social, 20 famílias do local estão desalojadas e 3 desabrigadas. Em alguns pontos do bairro, a água chegou a subir mais de um metro de altura dentro das casas. Já no bairro Rúbia, 11 famílias estão desalojadas e 1 desabrigada. No bairro Altoé, duas famílias tiveram que deixar suas casas.
A maior parte das pessoas foi levada para casa de familiares e amigos. Outras famílias estão provisoriamente na escola Stanislaw Zucoloto.
De acordo com a Defesa Civil Municipal, as fortes chuvas se concentraram em pontos distintos do município. Na Cidade Alta o pluviômetro registrou 156 milímetros, em cerca de uma hora, o que representa mais da metade do que o esperado para todo o mês de dezembro. Já no Centro foram registrados 102 milímetros. No bairro Santa Luzia choveu 56 milímetros.
A chuva provocou alagamentos e destruição em vários pontos da cidade. Ruas ficaram esburacadas e blocos, paralelepípedos e meios-fios foram levados pela força da correnteza. A Secretaria Municipal de Obras está com a equipe concentrada na recuperação da cidade. A Avenida Guanabara foi um dos locais mais arrasados. Os bairros Aeroporto, Iolanda, Rúbia e Margareth também ficaram bastante destruídos.
Seis represas se romperam na região do Córrego Refrigério. Em outras localidades do interior a chuva chegou em pequenas proporções. A Secretaria Municipal de Agricultura e a Defesa Civil estão percorrendo outras localidades para fazer um levantamento mais preciso.
Famílias atingidas precisam de doações
Muitas famílias perderam tudo e precisam de doações. Muitos voluntários já se mobilizaram doando lençóis, colchões e roupas para passar as noites. Agora, a Secretaria de Ação Social iniciou uma campanha para arrecadar principalmente alimentos, utensílios domésticos, produtos de higiene pessoal e materiais de limpeza como: sabonetes, creme dental, escovas de dente, toalhas de banho, detergente, sabão em pó, cloro papel higiênico, água sanitária etc…
As doações devem ser encaminhadas ao Centro de Convivência do Idoso (CCI), situado na Rua Santa Tereza, bairro Beira Rio, próximo ao Hospital São Marcos.
A ONG Voluntários do Bem, coordenadora da campanha “Natal da Solidariedade”, se reuniu na manhã desta quarta-feira, com a equipe da Secretaria de Assistência Social do município e o grupo de apoio à campanha natalina.
A reunião aconteceu nas dependências da APAE veneciana, para discutir a situação das pessoas atingidas pela chuva.
Após a reunião, o presidente da ONG, Silmar Neres informou que a campanha “Natal Solidário”, vai destinar os alimentos, já arrecadados, à Secretaria, para apoio às vítimas. Contatos: Bombeiros: 193 / Defesa Civil: (27) 3772 6176 / Sec. Ação Social: (27) 3752 9029.
Porque a chuva provocou tantos alagamentos?
Muitos venecianos ainda estão tentando entender os motivos de tantos alagamentos pela cidade. Em bairros como o Aeroporto, a água chegou a um metro de altura dentro das casas. No Bairro Rúbia aconteceu algo parecido na Rua Brasileiro, próximo à quadra poliesportiva.
O Rúbia e o Aeroporto foram os pontos mais críticos, mas a água subiu no Bonfim, na Avenida Vitória, alagou lojas na Praça Jones dos Santos Neves, invadiu casas na Rua Ernesto Ayres Farias, no Bairro Iolanda, destroçou calçamentos no Margareth e esburacou do início ao fim, da pista de subida, da Avenida Guanabara.
Os volumes de chuva explicam parte do problema, mas não a totalidade. Na Cidade Alta o pluviômetro registrou 156 milímetros, em cerca de uma hora, já no Centro foram registrados 102 milímetros. Enquanto isso, no bairro Santa Luzia choveu 56 milímetros.
A concentração de chuvas na Cidade Alta provocou as enxurradas que foram vistas, durante o temporal, arrastando calçamentos inteiros. Nos bairros Ascensão e Rúbia as ruas se transformaram em rios. Mas, além disso, o Rúbia e o Aeroporto têm a particularidade de possuírem algumas ruas localizadas em depressões, como se fossem “bacias”. Como estão em partes mais baixas, estas “bacias” se transformam em depósito de água que escoa das partes mais altas dos bairros.
Sem a infraestrutura necessária para o escoamento, a água se acumula invadindo as casas. Em entrevista à imprensa, na manhã desta quarta-feira, o prefeito, Barrigueira, disse que a solução passa pela construção de galerias ligando os bairros às elevatórias, que ficam na Cidade Baixa. O problema é o elevado custo das obras requeridas.
Já os alagamentos nas partes planas do município contaram com dois fatores: um deles é a falta (ou a insuficiência) de galerias e o segundo é o acúmulo de resíduos como folhas e lixo nas ruas.
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