
O Ministério Público Estadual (MPES), através da Promotoria de Justiça de Nova Venécia, ofereceu denúncia contra o vereador Ronaldo Mendes Barreiros (SD), que está sendo acusado de furto de um notebook que pertence à Câmara Municipal. Sob a acusação do crime de peculato-furto, o MP pediu à Justiça a decretação da prisão preventiva do vereador, além do confisco de 60% do seu salário, enquanto durar o processo.
A denúncia afirma que o crime aconteceu no dia 2 de janeiro deste ano, um dia depois de encerrado o mandato de Ronaldo na Presidência da Câmara. O MPES acusa que o vereador retirou o notebook de seu gabinete e o levou para casa, retirando o número de patrimônio do equipamento. Ainda, segundo o MPES, no dia 22 de maio Ronaldo Barreira prestou depoimento na Delegacia de Polícia e negou que estivesse com o aparelho.
Porém, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na residência do vereador, a polícia localizou o notebook. A denúncia afirma que o equipamento passou por perícia técnica, confirmando ser o mesmo aparelho usado na Câmara, “assim agindo, observa-se que o denunciado, de forma livre e consciente, na qualidade de vereador da Câmara Municipal de Nova Venécia (funcionário público), subtraiu em proveito próprio bem público”, diz a denúncia.
O MPES está pedindo a condenação do vereador pelo crime de peculato-furto, cuja pena varia de dois a 12 anos de reclusão e multa. A promotoria também quer o pagamento de ressarcimento por dano moral à “credibilidade da democracia” e “à imagem dos parlamentares”, no valor de R$ 200 mil.
Procurado pelo Correio9, o vereador Ronaldo Barreira declarou-se inocente. Segundo ele, as razões alegadas não procedem.
O vereador afirmou que quando transferiu a presidência da Câmara ao presidente atual, Antonio Emílio, a conferência dos patrimônios indicou a ausência de alguns equipamentos: dois notebooks, um HD e um capacete. Segundo ele, a falta dos demais bens foi resolvida internamente através de negociações, apenas o caso envolvendo seu nome foi levado à polícia. Ronaldo alegou que o computador que estava com ele é de uso dos vereadores, e que em nenhum momento ele negou que estivesse de posse do computador.
Ele acusa que sofre uma perseguição “forte” por parte de “alguns” colegas vereadores. “Eu ocupei a Presidência da Câmara por dois anos, nestes dois anos, na presidência, eu tinha acesso a tudo. Porque eu iria entregar a presidência em um dia e no dia seguinte roubar um notebook? Isso não faz sentido”.
Ronaldo afirmou, também, que em nenhum momento, a Comissão da Câmara o convidou a depor. “Todas as outras pessoas foram ouvidas, tendo, inclusive, um funcionário feito um acordo para pagar em dez vezes. Mas o mesmo não aconteceu comigo. Simplesmente, foram à delegacia e apresentaram a queixa”, afirma ele.
Para o vereador, a acusação tem conotação política. Segundo ele, tanto a divulgação da denúncia, quanto a forma como ela ecoaria nos meios de comunicação, foram articuladas de dentro do MP. “Vou provar minha inocência, que não tenho nada a ver com isso e que isso, simplesmente, não passa de uma perseguição política de pessoas que não gostam de mim e que estavam à frente de tudo que foi feito para me prejudicar”, disse.
Procurada pelo Correio9, a corregedora da Câmara, vereadora Gleyciaria Bergamim disse que, ainda, não recebeu nenhuma notificação, que aguarda o recebimento do processo para avaliar a situação.
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