O brasileiro tem motivos de sobra para estar preocupado com o uso indevido dos seus dados. Em menos de um mês, dois vazamentos colocaram em risco o sigilo de informações de milhões de pessoas físicas e jurídicas —incluindo CPF, fotos, salário, hábitos de consumo e números de telefone. Nem o presidente Jair Bolsonaro escapou.
Uma ferramenta do Banco Central permite que você verifique se alguém se aproveitou desses dados para abrir uma conta ou fazer um empréstimo. Através do “Registrato” é possível conseguir um relatório online de diversas informações do sistema financeiro e monitorar o uso indevido do seu CPF.
O serviço é disponibilizado pelo próprio BC desde 2014 e é considerado seguro. Neste semana, o STF mandou tirar do ar um outro site que prometia verificar se a pessoa teve o CPF vazado.
O sistema Registrato é gratuito e emite relatórios como:
- Indicação das suas chaves Pix cadastradas em bancos e instituições de pagamento
- Informações sobre empréstimos e financiamentos em seu nome
- Lista dos bancos e financeiras onde você possui conta ou outro tipo de relacionamento, como investimentos
- Certidão de inexistência de contas em bancos
- Dados sobre operações de câmbio e transferências internacionais que você realizou
Os relatórios são sigilosos e só podem ser consultados por você ou por alguém autorizado por você.
Veja como acessar o sistema e checar suas informações:
Cadastro
1. O cidadão deve credenciar-se no site do Banco Central. É preciso fornecer CPF, data de nascimento e primeiro nome da mãe.
2. No mesmo site, o usuário deve informar um banco em que tenha conta para validar o cadastro. O Banco Central comparará as informações prestadas com a base de dados da instituição financeira.
3. O sistema fornecerá uma frase de segurança, que precisa ser copiada.
4. O usuário deverá abrir, em outra aba do navegador, o site do banco informado anteriormente.
5. Na página do banco, basta buscar pela opção “Registrato” e colar a frase de segurança. O sistema pedirá a senha de seis dígitos da conta corrente. Caso não faça o procedimento em até 48 horas, o cliente deve gerar uma nova frase de segurança no site do BC.
6. Após validar a frase de segurança no site do banco, o usuário deve retornar ao site do BC e concluir o cadastramento, clicando no botão “Próximo”.
7. No site do BC, o cliente deve digitar novamente o CPF, a frase de segurança e selecionar a instituição financeira. Em seguida, a página pedirá para informar um endereço de e-mail e criar uma senha de oito dígitos.
8. Basta rolar a página e clicar no botão “Concluir credenciamento”. Caso o procedimento dê certo, aparecerá uma janela pop-up com a opção “Acessar Registrato”.
Consulta
1. Concluído o cadastro, o cidadão pode entrar no site do Registrato e consultar o histórico de relacionamento com instituições financeiras. Basta usar o CPF e a senha criada anteriormente para fazer o login.
2. A página do Registrato oferecerá as opções “Meus endividamentos”, “Meus relacionamentos financeiros” e “Minhas operações de câmbio”. Em cada um desses painéis é possível gerar um relatório.
3. É preciso aceitar os termos de responsabilidade em cada painel. A tela exibirá todos os relatórios gerados nos últimos seis meses.
4. Se o cliente quiser, pode baixar o relatório de operações cambiais em arquivo PDF, mas o arquivo leva até dois dias úteis para ser oferecido pelo Registrato.
O que fazer em caso de golpe?
Se você identificou uma utilização indevida do seu CPF, entre imediatamente em contato com a instituição financeira que aparece no relatório. Quanto antes você comunicar o fato, maior a chance de conseguir parar o golpe e evitar prejuízos.
O BC tem um canal para registrar reclamações, que pode ser útil caso a instituição financeira não apresente um atendimento satisfatório e ágil.
Em caso de fraude, procure também a polícia para registrar um boletim de ocorrência.
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