O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que a demora na divulgação dos resultados da eleição este ano se deve à lentidão no processo de totalização dos votos. De acordo com o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, o problema não prejudicou o resultado do pleito.
— Houve um atraso na totalização dos resultados, por força de um problema técnico que foi exatamente o seguinte: um dos núcleos de processadores do computador que processa a totalização falhou e foi preciso repará-lo. Essa é a a razão técnica pela qual houve o atraso — disse Barroso, acrescentando:
— A ideia de que a demora possa trazer consequência para o resultado não faz nenhum sentido.
Inicialmente, a Corte havia divulgado que não havia problema na totalização, mas uma falha na comunicação entre o sistema que computa os votos e o que divulga os resultados. Essa informação foi corrigida.
Esta eleição é a primeira em que a totalização dos dados foi feita toda pelo TSE, e não por cada um dos 27 Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Segundo a Corte, isso traria algumas vantagens, como economia e segurança.
Em coletiva de imprensa na noite de ontem (15), Barroso afirmou que a mudança foi feita antes de ele assumir o TSE e que ela pode ter relação com o problema.
— Não foi uma decisão minha. Eu tomei posse, já estava dessa forma. Eu não tive simpatia por essa opção, mas foi a opção estabelecida, e foi a que segui. Possivelmente, por ser uma novidade, pode estar na origem da instabilidade que sofremos — disse.
O ministro Edson Fachin, que será presidente do TSE em 2022, disse que a centralização ocorreu por questões econômicas e, especialmente, por recomendação da área de segurança.
— Essa centralização da totalização se deu por uma opção sim de economicidade, mas especialmente por recomendações da área de segurança. E o TSE chamou para si essa responsabilidade. E, em vez de espargi-la por 27, desenvolvemos os afazeres necessários para cumprirmos com esse ônus. O ônus sempre tem consequência, mas optamos por segurança e higidez, em vez de celeridade — explicou.
No fim da noite, quando a maior parte dos resultados já era conhecido, Barroso voltou a falar com a imprensa. Ele agradeceu aos servidores da Justiça Eleitoral e afirmou que “a única consequência do problema foi uma demora de 3 horas”.
No sábado, o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, disse que, com a centralização da apuração no TSE, foi possível baixar os custos. Além disso, como não há mais 27 possíveis alvos de ataque, a vulnerabilidade diminuiu. Janino destacou que datacenter do TSE tem certificados internacionais de segurança.
Ataque ao TSE
Mais cedo neste domingo (15), o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que houve uma tentativa de ataque para derrubar o site da Corte, mas ela não foi bem sucedida. Além disso, houve um ataque mais antigo, possivelmente em 2001, mas cujos dados foram divulgados apenas agora, expondo informações pessoais de servidores.
Segundo Barroso, o ataque de ontem teve múltiplas origens, incluindo Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia. Ele disse também que a tentativa de invasão foi “inócua” e que sofrer ataques não é privilégio do TSE, já que outras instituições também sofrem com isso.
Na nota divulgada neste domingo, o TSE ressaltou que “não há nenhuma relação com o vazamento de dados pessoais de servidores e nenhuma relação com a tentativa de ataque cibernético registrada pela manhã”.
— A PF já apurou o vazamento. Nada ocorreu que implicasse vazamento na data de hoje. Ocorreu anteriormente a 23 de outubro passado, e provavelmente se refere a fatos bastante pretéritos. São informações e 2001 e 2010. E absolutamente irrelevantes. São informações administrativas de ministros aposentados e antigos funcionários do Tribunal Superior Eleitoral — afirmou Barroso, nesta noite.
Neste domingo, a Polícia Federal abriu uma investigação para apurar o ataque ao Tribunal Superior Eleitoral. Segundo o diretor da PF, Rolando Alexandre de Souza, o episódio de ontem não teve relação com as invasões aos sistemas do Superior Tribunal de Justilça (STJ) e ao governo do Distrito Federal, no começo deste mês.
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