A pandemia do coronavírus vem provocando mudanças na organização do tráfico de drogas no Espírito Santo. De acordo com a Polícia Federal, traficantes e usuários estão utilizando mais o serviço de entrega pelos Correios para facilitar o transporte de materiais ilícitos.
O delegado Marcos Paulo Pugnal, da PF, afirmou que o número de ocorrências de tráfico de drogas por meio dos Correios mais que triplicou.
Segundo ele, 10 casos foram registrados durante o isolamento social, enquanto neste mesmo período do ano passado foram três.
“Nas últimas semanas, praticamente tivemos uma prisão por semana de pessoas recebendo drogas encaminhadas”, disse Paulo.
As drogas têm chegado de cidades como Foz do Iguaçu, no Paraná, e Rio de Janeiro.
Elas são transportadas tanto em quantidades maiores para abastecer traficantes quanto em quantidades menores para consumo próprio.
Para a Polícia Federal, a utilização dos Correios têm servido como uma rota alternativa para que os traficantes evitem ser flagrados pela polícia.
“O número de veículos diminuiu, o número de vôos diminuiu. Com isso, amplia-se a possibilidade da Polícia Rodoviária Federal e das policiais estaduais nas rodovias. O tráfico acaba procurando uma nova forma de atuação e utiliza o serviço de entrega postal”, explicou Pugnal.
Segundo a PF, as encomendas são verificadas pelo serviço de fiscalização dos Correios. Caso algum produto ilícito seja identificado, a informação é repassada para a Polícia Federal, que inicia as investigações.
Pugnal lembrou de uma apreensão ocorrida no início deste mês em que um quilo de haxixe foi encontrado dentro de uma caixa de som em Vitória. O homem que recebeu a encomenda pelos Correios foi preso.
No final de maio, outro homem também foi detido ao receber comprimidos de ecstasy e MD pelo serviço de entrega postal.
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