A polonesa Hertha Spier, uma das sobreviventes do Holocausto, morreu aos 101 anos em Porto Alegre na madrugada de domingo (9). Segundo o Hospital Moinhos de Vento, a morte foi em decorrência de disfunção múltipla de órgãos. Hertha estava internada desde a última quinta-feira (6) com um quadro de pneumonia agravada por insuficiência renal crônica agudizada.
Hertha nasceu em 15 de julho de 1918. Judia, vivia com os pais e quatro irmãos perto da fronteira com a Alemanha. Depois da invasão do exército nazista, foi confinada no gueto. Foram três campos de concentração. Em Auschwitz, na Polônia, recebeu o número tatuado no braço: A21646.
Em um episódio do projeto Histórias Curtas, da RBS TV, de 2011, ela contou detalhes do que viveu na Segunda Guerra Mundial. “Com tristeza nos olhos, meu pai disse: ‘Hertha, a partir de agora nossas vidas não nos pertencem mais’. Meu pai falou isso”, lembrou, na gravação.
“Os pais foram tirados a força do gueto e assassinados a tiros nos bosques”, conta um dos filhos de Hertha, Lúcio Spier. “Minha mãe trabalhou na seleção das roupas dos prisioneiros. As pessoas que eram assassinadas vinham das cidades, escondiam joias e dinheiro nos forros. E eles matavam pessoas e tinham prisioneiros para tirar essas joias e esse dinheiro”, acrescenta.
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