Elias de Lemos (Correio9)
Um ditado popular diz que “a prostituição é a profissão mais antiga do mundo”. É difícil encontrar uma cidade onde não haja uma “casa de prazeres”. No entanto, existem, também, aquelas que não se intitulam prostitutas, mas, “garotas de programa”. Até duas décadas atrás, elas trabalhavam nas ruas ou faziam anúncios em classificados de jornais. Mas, a tecnologia mudou isso. Há anos que as garotas de programa são encontradas não mais apenas nas ruas, mas também na internet. E em Nova Venécia não é diferente.
Existem vários sites onde dezenas de garotas e garotos de programa oferecem seus serviços pela rede; marcam programas online e conversam com clientes pelas redes sociais. Em muitos desses sites podem ser encontrados profissionais venecianos.
O Correio9 navegou por alguns dos sites que oferecem o serviço, selecionou perfis de pessoas de Nova Venécia e entrou em contato como se fosse um cliente, posteriormente, conquistou a confiança e ouviu depoimentos.
A apresentação nas páginas iniciais mostram informações básicas, como idade da mulher, preço e uma foto bem sensual. O mesmo ocorre com os homens, com a diferença de que o órgão sexual é – quase sempre exposto, enquanto elas exploram seios e bumbum.
Ao clicar em uma apresentação (na página inicial), abre-se o perfil ‘mais’ detalhado do “profissional”, onde constam mais fotografias e, especialmente, a descrição dos serviços oferecidos. A lista é bem variada: Beijo grego, beijo na boca, chuva dourada, sexo anal, sexo oral, sexo vaginal, sexo grupal, dominação, fetiche, inversão de papéis e BDSM (que significa: Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo). Na mesma página, em um click, aparece o telefone para contato. Além disso, em quase todos, têm uma “Mídia de Comparação”, que consiste em um vídeo mostrando o corpo inteiro em um giro de 360 graus.
A “Mídia de Comparação” tem o objetivo de confirmar se a foto do perfil é da mesma pessoa que aparece no vídeo. Nos perfis sem a “Mídia”, há um aviso chamando atenção para o risco de se tratar de um perfil com foto falsa.
As mulheres exaltam o corpo e o quanto são desinibidas no “trabalho” que oferecem. Deixam claro do que são capazes e parecem não ter limites. Uma delas, com o codinome de ‘Ruiva Experiente’, disse à reportagem que quanto maior o cardápio apresentado aos clientes, mais satisfeitos eles ficam e, muitos, acabam se tornando clientes fixos.
Ela disse que possui vários clientes assim em Nova Venécia: “Todos os meus clientes são casados. Moramos em uma cidade pequena e há sempre um risco para quem arruma amante, fica mais seguro contratar uma profissional”, afirmou.
Nomes curiosos
Todos os nomes que aparecem nos anúncios são fictícios, alguns exemplos bem sugestivos: Aline, Luiza, Rapunzel, Ruiva, Nataxa, Bianca, Sol, Gabizinha Fogosa, Ninfetinha Iniciante, Rebeca, Kelli e Jéssica, entre tantos outros.
Em todos os perfis pesquisados as mulheres se apresentam de forma direta e simples, como por exemplo: “Venha satisfazer seus desejos…”; ou “Olá, me chamo Marcela e gosto de dar prazer”.
Já os pseudônimos masculinos – mais comuns – invocam adjetivos: Pablo Sedutor, Marcelo do Prazer, Dominador, Apolo Grego, Aventureiro, Dotadinho Gostoso e Moreno Discreto, mas, tem mais.
Se por um lado as mulheres se apresentam para o serviço completo, o mesmo não acontece no universo masculino. Os anúncios são bem específicos em relação ao que é ofertado, com limites definidos.
Normalmente eles se definem como ‘ativo’, ‘passivo’ e ‘versátil’; sendo que este último reúne as duas práticas.
Preços desiguais
Se na sociedade em geral as mulheres são discriminadas quando o assunto é salário, o mesmo não acontece na prostituição. Neste caso, os homens estão em desvantagem. Enquanto entre elas o cachê varia de R$ 100 a R$ 300 por uma hora de programa, entre os homens o valor cobrado começa em R$ 80 e pode chegar a R$ 200.
Outra diferença pode ser observada na faixa etária entre os dois gêneros. Nas mulheres ela se situa entre 18 e 29 anos, enquanto o grupo masculino fica entre 21 e 38 anos.
Quem procura garotas
Segundo as mulheres, elas são procuradas por homens, geralmente casados. “Atendo a homens solteiros, jovens, mas a maioria é homem casado”, afirmou ‘Sol’. Ela relatou que seus clientes falam sobre o casamento e, a maioria, reclama das fantasias não realizadas no casamento.
“Nunca casei, mas percebo que, com o tempo, os casamentos viram rotina e as mulheres fazem sexo por obrigação, até mesmo porque a maioria dos homens não satisfaz suas mulheres”, sugeriu. Ela disse, também, que o que faz é diferente de uma relação matrimonial: “Um casal casado não vê obrigação em satisfazer o outro, porque amanhã têm de novo, eles têm uma espécie de contrato, mas no meu caso, não tem isso e eu preciso fazer bem feito. É uma venda, um negócio. Se eu não agradar, vou perder meu cliente”, explicou.
Gabi, também, aceitou conversar com a reportagem. Ela falou, praticamente, as mesmas coisas que a Sol. A maioria de seus clientes é de homens casados. No entanto explicou: “Muitos solteiros contratam várias garotas de programa para orgias, para festas entre amigos”.
Questionada sobre como estas festas acontecem, ela disse que já participou de orgias em motéis, em festas e em casa também. Segundo ela, as festas são restritas e “rola tudo”. A reportagem perguntou: tudo o quê? “Todo mundo pelado e ninguém é de ninguém. Todo mundo é de todo mundo”, respondeu.
Em um desses programas aconteceu o inusitado. Um jovem veneciano, solteiro, contratou o serviço de uma profissional de sexo, saíram e ela gostou tanto que desde então sai com ele sem cobrar nada.
Quem procura garotos
Três garotos – Dominador, Apolo Grego e Dotadinho Gostoso – conversaram com a reportagem. Apenas um deles já atendeu mulher. ‘Dotadinho Gostoso’ disse que tem uma cliente, segundo ele, uma mulher rica. “Ela é casada, mas me disse que nunca teve prazer com o marido. Me falou que ele não se preocupa se ela está tendo prazer ou não. Ele tem o dele e acabou”, disse. E continuou rindo: “Ela me disse que fica doida comigo”.
Porém, tanto ele quanto os outros dois entrevistados afirmaram que seus clientes são, na maioria, homens, geralmente casados. Perguntados sobre o perfil desses homens, disseram que são casados, “vivem bem com suas mulheres”, mas são gays.
Apolo Grego explicou: “Tem homens, empresários, chefes de família em Nova Venécia que ninguém nem imagina o que pedem (ao parceiro) quando estão na cama com outro homem”.
Um fato curioso é que, segundo eles, são homens bem sucedidos: “Alguns são bissexuais, outros são gays mesmo”, disse Dominador. Ele afirmou ter um cliente que gosta de se sentir mulher quando está com outro homem. “Ele traz calcinhas, sutiã e outras lingeries”, explicou.
Faturamento e gasto
Os entrevistados desta reportagem evitaram falar quanto faturam mensalmente. Apenas Dominador. Ele disse que chega a fazer até 10 programas durante uma semana – atendendo em Nova Venécia, São Gabriel da Palha e São Mateus – com cachê de R$ 150, mas diz que nem sempre é assim.
Como vivem
Nem todos os entrevistados moram sozinhos. Alguns dos garotos têm local próprio para “atendimento” e disseram que não têm restrições em receber. Paradoxalmente, as mulheres preferem os motéis, por se sentirem mais seguras.
Questionados sobre se escolhem clientes, disseram que o que fazem é como qualquer trabalho. “Se você sai de manhã para trabalhar, vai fazer o que tiver que fazer, você não vai chegar e dizer eu não vou fazer reportagem sobre isso, não é?”, definiu Dominador.
Todos afirmaram possuir carro ou moto.
Não é crime
A prostituição não é crime. Ela é entendida pela justiça como a troca consciente de favores sexuais por dinheiro e, não sendo considerada crime no Código Penal brasileiro. Por outro lado, o rufianismo, previsto pelo artigo 230 do Código Penal é um crime que consiste em tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça. Quer dizer, cafetinagem é crime com pena de um a quatro anos de prisão.
Profissão mais antiga do mundo?
Quando escutamos a expressão “profissão mais antiga do mundo”, inconscientemente já relacionamos esse termo a um trabalho específico: a prostituição.
Essa relação já está tão enraizada, que em determinadas situações, quando não queremos usar a palavra (prostituição) propriamente dita podemos apenas usar a famosa expressão popular, que certamente todos compreenderão.
Mas será que realmente existe veracidade ou evidências históricas que podem comprovar essa hipótese?
Um estudo realizado pela renomada Universidade de Harvard foi divulgado, em 2018, pelo artigo Energetic Consequences of Thermal and Nonthermal Food Processing e publicado pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Os resultados desse estudo revelaram que o conhecimento estava enganado.
Após muitas análises arqueológicas chegou-se no consenso. E foi finalmente descoberto que a primeira profissão que existiu no mundo, foi a de cozinheiro.
A profissão de cozinheiro também surgiu antes do ofício de agricultor, uma vez que esses grupos viviam como nômades e não se instalavam fixamente em um único local.
O cozinheiro, portanto, era a pessoa do grupo que era encarregada de uma das tarefas mais importantes. O seu trabalho era recompensado pelo direito a receber os alimentos, proteção e abrigo.
Os pesquisadores só puderam chegar a essas conclusões, após encontrarem utensílios específicos de cozinha próximos a fósseis dessa época.
Diferentemente do que diz a sabedoria popular, a primeira profissão humana foi a de cozinheiro – e não a de prostituta. É o que diz um estudo. O raciocínio é o seguinte: se a prostituição surgiu quando uma ancestral nossa ofereceu sexo em troca de comida ou abrigo, já havia coletores de alimentos e guerreiros para protegê-la. “É certo que os caçadores vieram antes dos fazendeiros. Provavelmente, os coletores de alimentos são ainda mais antigos”, afirma Patrick Geary, historiador da Universidade da Califórnia.
Ainda assim, outras espécies de animais também coletam alimentos, caçam e se prostituem – comportamento observado em outros primatas. Cozinhar, porém, teria sido o primeiro ofício exclusivo dos seres humanos. A atividade teria surgido há 2 milhões de anos com o Homo erectus. Entre eles, já existia a especialização no preparo dos alimentos, como comprovam utensílios encontrados perto de fósseis da época. “Além de ser a primeira profissão, é também aquela que nos definiu como espécie”, defende Chris Organ, biólogo de Harvard e um dos coautores do estudo.
(Fonte: segredosdomundo.r7.com)
Opinião do autor
Pode parecer estranho que – em pleno século XXI – com tantas “mudanças” nos comportamentos e na vida sexual, ainda exista a profissão de prostituta. Hoje “todo mundo transa com todo mundo” e tudo parece muito legal e divertido.
Não concordo que tais avanços realmente existam, penso que há um discurso de mudança que, na verdade, não se verifica na prática. Este discurso gera debates e cria uma ideia deturpada da realidade, que a mídia endossa, alimenta e dissemina.
Depois da emancipação feminina tirou-se uma conclusão (que julgo um engano), de que as mulheres “ficaram mais livres e, por isso, o sexo ficou mais fácil e satisfatório”; é aí que considero um engano. Ficou mais fácil, mas não, mais satisfatório!
A maior razão para o crescimento da facilidade em conseguir sexo seria apenas tecnológica, devido à facilidade de as mulheres se exporem no mercado (procure pela matéria WhatsApp do Sexo, no site www.correio9.com.br). Com as redes sociais, ficou fácil para os homens. Mas, por um lado, se ele for casado pode criar problemas. No entanto, elas se tornaram livres dos intermediários.
Se o acesso a mulheres ficou mais fácil para os homens, porque recorrer aos serviços de uma prostituta? Simples de responder: aumentou a cobrança. A partir do momento em que elas se tornaram mais livres, passaram a cobrar mais. A natureza feminina é mais romântica e por isso ela cobra mais atenção. Já a natureza masculina não é tão romântica. Ele quer a mulher “na hora que ele precisar”, mas se esquece de que “ela também precisa”. Admitamos: mulheres não dispensam cobranças, e homens fogem de cobranças.
Homens sempre tiveram medo das mulheres e, depois da emancipação, esse medo se potencializou. Ficou maior.
Já a garota ou garoto de programa são as pessoas mais confiáveis que existem. Emancipadas, as mulheres se tornaram verdadeiras fiscalizadoras dos homens. Mulher emancipada estressa todo mundo. Ela não se cala. A garota de programa o acalma.
Quando uma mulher deixa de depender financeiramente, ela “passa a custar muito mais caro”. A emancipação feminina incentiva o mercado do sexo. No livre mercado do sexo todos os “contratos são cumpridos” e todas as trocas são “justas”. É o mercado mais honesto, sincero e onde reina o respeito, no mundo. Por isso ele causa tanta raiva.
PS: alguns sites que oferecem o serviço: Fatal Models; Ilha do Prazer; Ilha da Fantasia; Acompanhantes em Espírito Santo e Garotas de Programa; GP e Sexo; Que Barato; e Garotas de Programa Nova Venécia.
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