Cair não faz parte do processo normal de envelhecimento. Existe um risco aumentado na terceira idade, mas a queda pode ser prevenida. Essas são as principais informações que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) tem divulgado para prevenir quedas e violência contra a pessoa idosa. A Secretaria tem promovido oficinas de capacitação direcionadas para profissionais de saúde que trabalham no atendimento ao paciente na atenção primária, na atenção ambulatorial especializada e na atenção hospitalar.
A médica geriatra Janaina Alvarenga Rocha Ayres, da Área Técnica de Saúde do Idoso da Sesa, afirma que as consequências da queda na terceira idade são graves. Segundo ela, cair aumenta o risco de fraturas, de incapacidades, de institucionalização e até de morte. Ela lembra de que dificilmente, depois de uma fratura, o idoso volta ao mesmo grau de funcionalidade que tinha antes. Daí a importância da prevenção.
De acordo com Janaina Alvarenga, a queda pode ser causada por fatores internos ou externos, e o profissional de saúde precisa estar atento para identificar e intervir nesses fatores. “O profissional, principalmente da atenção primária, que está mais próximo das famílias, precisa questionar. Na consulta, na visita ao domicílio, deve perguntar se o idoso sofreu alguma queda no último ano e, a partir daí, buscar identificar a causa, que pode ser desde uma medicação que precisa ser ajustada pelo médico até uma ação de violência contra o idoso”, comentou a médica.
Edleusa Cupertino, da Área Técnica de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes da Secretaria de Estado da Saúde, esclarece que a violência contra o idoso é um agravo de notificação compulsória. Violência física, psicológica, financeira, sexual, violência por intervenção legal, tortura, tentativa de suicídio e negligência são as formas de violência obrigatoriamente notificadas pelo serviço de saúde à vigilância epidemiológica dos municípios.
A queda, por si só, não é causa de notificação. Mas a queda, assim como o agravamento do quadro de saúde do idoso, pode ser um indicativo de violência. Edleusa explica que a negligência, por exemplo, é não atender às necessidades básicas de um idoso que depende de cuidados. Não dar agasalho em tempo de frio, não dar banho, deixar o idoso acamado sempre na mesma posição, favorecendo o aparecimento de feridas, deixar de dar os medicamentos. Tudo isso caracteriza negligência.
Edleusa ressalta que o profissional de saúde precisa estar atento aos sinais para que o socorro a esse idoso chegue antes que a violência provoque a perda da vida. “O paciente caiu, tem que investigar a causa da queda. Está desidratado, está fragilizado, enfim, é importante observar, perguntar. Identificando a violência, o serviço de saúde vai buscar uma rede de apoio dentro do território, por meio dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), por exemplo, para intervir na situação”, explicou a referência técnica da Área de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes da Sesa.
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