
Como agir quando uma criança perde a mãe? Ou o pai? Ou a pessoa que é seu centro de referência no mundo? O processo de elaboração do luto na infância é tão ou tanto mais delicado quanto a perda de alguém quando somos adultos.
Pensando um pouco sobre esse processo é interessante considerarmos a criança como sujeito que possui consciência da morte desde o início da infância, mas que expressa esse conhecimento através dos recursos que tem: de forma lúdica ou até mesmo com um sintoma.
Muitas vezes quem fica como responsável pela criança quando ela sofre a perda da mãe ou do pai, se aflige por não saber como transmitir à criança a notícia da morte. Como recurso a essa dúvida podemos refletir alguns pontos:
– Converse com a criança usando uma linguagem acessível a ela. Tomando sempre o cuidado com aforismos do tipo “mamãe descansou” ou “papai está dormindo”. Crianças pré-escolares, por exemplo, podem achar que a morte é reversível e temporária e se papai está dormindo ela tende a achar que um dia ele “acordará”.
– Dê palavras ao sofrimento. A dor da perda não fala. Por isso diga a verdade à criança, sempre acolhendo e dando suporte emocional quando necessário.
– É enganoso pensar que uma criança não entenda a morte à sua volta. Ela sabe que algo fora do cotidiano ocorreu. Por isso, não exclua a criança da experiência da perda. Será doloroso, mas será fundamentalmente necessário para que ela consiga com o tempo fazer a elaboração de tamanha perda.
– Fique atento se houver desejo por parte da criança de participar do velório/enterro. Respeite sua vontade de estar presente na despedida e a deixe à vontade para entrar e sair quando bem entender.
“Não evite que a criança experimente a perda, exprima angústia e compartilhe o pesar da família, a elaboração do luto é o caminho para um novo ciclo da vida”, explica a psicóloga Fernanda Marchi.
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