Elias de Lemos (Correio9)
Logo que foi divulgado o projeto de revitalização da Praça Theodozia da Cunha Neves, em Nova Venécia, começaram os questionamentos sobre o projeto. A preocupação de moradores do entorno é com o destino das árvores que adornam a praça. O alerta se justifica, uma vez que outras árvores – em muitas ruas e praças – já foram cortadas sem nenhuma discussão.
A polêmica começou depois da apresentação do projeto pela Prefeitura de Nova Venécia e pela assessoria do jogador Richarlison, do Everton, da Inglaterra. O plano prevê a revitalização da Praça Theodozia da Cunha Neves, no Bairro Margareth, em frente ao Cidade Hotel, comprado recentemente pelo jogador.
Na semana passada lideranças de Nova Venécia se reuniram com o representante do atleta, Lucian Gonçalves Barros, no Cidade Hotel Residence, para tratar sobre o projeto de parceria público-privada para investimento no município.
Todos os moradores são favoráveis ao projeto de revitalização, e consideram a atitude do jogador louvável junto ao município, todavia, a única preocupação é que a questão das árvores não foi discutida e o projeto não trata do assunto, mas, moradores acenderam o sinal de alerta e querem participar da discussão; que, aliás, já está nas redes sociais.
O professor e historiador Rogério Piva explicou que: “As árvores da praça são sobreviventes do antigo pomar da Fazenda Cachoeira Grande, cuja sede se localizava onde hoje está o Cidade Hotel. A fazenda pertenceu ao Dr. Antônio dos Santos Neves, primo e marido da Sinhá Teodosinha (Theodozia da Cunha Neves). A propriedade, depois, passou ao filho destes, Tito dos Santos Neves, que a loteou entre fins dos anos 1960 e início dos 1970 dando origem aos loteamentos Vila Margareth e Vila Rúbia (nomes das filhas do Tito com sua jovem esposa Dona Bibil). A fazenda, que na beira do rio (Cricaré) tinha um engenho e casa de farinha, onde hoje é o Centro Cultural Casarão, ficou famosa pela Cachaça Veneciana, produzida no Alambique de Seu Nô (apelido de Tito dos Santos Neves) com a cana plantada principalmente onde hoje é o Bairro Rúbia”.
As árvores – algumas centenárias – ficam no coração da cidade. Para uma moradora, “elas contam a História e fazem parte de uma parte viva da História veneciana!” Entre as plantas, ela destaca o pé de jaca e o de tamarindo.
Uma moradora disse que entrou em contato com o representante do jogador Richarlison. Segundo disse à reportagem, ele se mostrou sensível ao assunto, mas ela foi informada de que a questão de cortes de árvores não foi posta em pauta, mas que qualquer decisão a respeito deve ser analisada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Ele cita, por exemplo, a possibilidade de alguma árvore estar doente e a decisão de derrubada ou não ficaria sob responsabilidade da Secretaria.
Ela contrapõe dizendo que: “Caso a Secretaria de Meio Ambiente apure alguma situação de risco de qualquer árvore, que esse laudo seja publicado amplamente para nosso conhecimento, antes de qualquer ato”.
Veja abaixo algumas das manifestações nas redes sociais, sobre o tema:
Luciana De Paula Campana: “É um lugar muito especial para mim, levei muitas vezes meus filhos para brincar nesta praça. É um espaço muito bom para arejar a cabeça e bater um papo com minhas vizinhas. Uma pena no momento não podermos nos reunir lá, mas com a graça de Deus vai passar”.
Maria Luiza Teixeira: “Hoje pela manhã passei cedo pela praça e fiquei observando as árvores. Que façam um paisagismo bonito e preservem as árvores”.
Elida Salvador Cellia: “Estou ouvindo falar que o Richarlison e a Prefeitura vão fazer um trabalho nessa praça. Seria interessante manter as árvores. Fazem parte de nossa história!”
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