A veneciana Evanilde Pereira, que há oito anos promove anualmente uma festa no dia das crianças, não realizará o evento neste ano de 2019. Segundo ela, um problema de saúde a impediu de realizar a esperada festa.
Evanilde relatou ao Correio9 que em março deste ano, foi diagnosticada com uma ambliopia. Ela tem se submetido a um tratamento, mas será necessário fazer uma cirurgia no olho direito para corrigir o problema.
A doença vem degenerando a sua visão gerando desgaste físico e emocional. No entanto, ela disse que tem se mantido otimista. Este ano, ela realizaria a 9ª festa em homenagem à criançado. Ela já fez oito festas em Nova Venécia.
Como surgiu o voluntariado de Evanilde
Ela e seu marido, Elisson Ferreira, conhecido como Biral, com a ajuda de Patrícia Guedes e outras moradoras do bairro São Cristóvão se uniram para arrecadar alimentos para o evento, que aconteceu no bairro Alvorada e contou com muitas brincadeiras, além de cachorro-quente, pipoca, refrigerante, entre outros alimentos que a criançada adora.
A ideia foi tomando corpo e Evanilde percebeu como aquele momento de descontração era importante para as crianças, viu que uma criança necessita realmente de atividades que sejam coerentes com a sua faixa etária, que criança precisa ser criança, e isso a motivou a dar continuidade.
A partir de então, ela viu essa ação como algo necessário, e começou a planejar os próximos, que seriam ainda maiores. Neste fim de semana, aconteceu o oitavo evento. Como há dois anos ela mudou para o Bairro Aeroporto, o evento também foi deslocado para lá.
O evento de 2018 foi o maior. Contou com cerca de 180 crianças, que puderam se divertir gratuitamente em pula-pulas, com brincadeiras como corrida do saco; corrida do ovo; dança das cadeiras, entre outras. Além, também, de se deliciarem com pipoca, algodão-doce, bolos confeitados, cachorro-quente, entre outros. Aconteceu na rua principal do Bairro Aeroporto, em frente à Lanchonete Famintos.
Com o passar do tempo, com um trabalho já consolidado, ela não tem tantas dificuldades para arrecadações, pois seu trabalho é reconhecido pelos empresários de Nova Venécia, que sempre ajudam com o que podem. As padarias, por exemplo, ajudaram com alimentos, mas ela também contou com mais parceiros, como a Transnorte, Dedé Cadeiras, Madeireira Madeirol e muitas outras empresas, além, é claro, de voluntários que se encantam com a iniciativa. Como é o caso de Anderson Salvador, que abraçou a ideia e participa ativamente dos eventos de alguns anos para cá.
Além desses parceiros, o evento também conta com a solidariedade do povo veneciano. A organização arrecadou cerca de 220 presentes para doação. Eles estiveram na Megalar durante alguns dias, pedindo a ajuda de quem pudesse contribuir com qualquer presente.
Enfim, para o sucesso deste evento, é preciso que muitas mãos se unam para chegar ao resultado gratificante, que não é nada mais, nada menos, do que o sorriso estampado nos rostos das crianças.
A idealizadora do evento ainda quer mais. Ela tem o sonho de criar um projeto em Nova Venécia que promoveria ações como esta regularmente. Segundo ela, é uma ação necessária, tendo em vista que hoje em dia as crianças não têm mais o costume de brincar umas com as outras, vivem trancadas em seus quartos, jogando videogame, e não são incentivadas a socializar-se. Além de ter crianças, que não têm uma vida de criança. Muitas estão envolvidas com o tráfico, com prostituição, etc. Este tipo de evento, para Evanilde, é de extrema importância, pois promove um resgate do espírito infantil, que deve ser sempre preservado e estimulado.
Ambliopia
Ambliopia, olho vago ou olho preguiçoso é uma disfunção oftálmica caracterizada pela diminuição da acuidade visual uni ou bilateralmente, sem que o olho afetado mostre qualquer anomalia estrutural. É a causa mais comum de deficiência visual em crianças e adultos jovens e de meia idade.
A ambliopia pode ser causada por qualquer condição que interfira com o foco ocular durante a primeira infância. Isso pode ocorrer devido ao mau alinhamento dos olhos, astigmatismo, miopia, hipermetropia ou opacificação do cristalino. Ainda que a causa subjacente seja corrigida, o foco não é restaurado imediatamente, pois o cérebro também está envolvido nesse mecanismo. Por ser uma condição de difícil detecção, recomenda-se a realização de testes de visão em todas as crianças em torno dos 4-5 anos de idade.
A detecção precoce auxilia no sucesso do tratamento. Para alguns casos, o uso de óculos é o suficiente para a correção da ambliopia. Entretanto, muitas vezes é necessário um tratamento que force a criança a usar apenas o olho afetado. Isso é feito com a utilização de um tapa-olho adesivo ou com a instilação de atropina no olho mais forte. Sem tratamento, a ambliopia normalmente persiste até a idade adulta, quando os tratamentos já não se mostram eficazes.
A ambliopia foi descrita pela primeira vez em 1600. Nas crianças, manifesta-se por volta dos cinco anos de idade. Estima-se que entre 1 e 5% da população adulta apresente essa disfunção. Embora o tratamento melhore o foco de visão, o olho afetado não pode ser completamente corrigido.
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