A frase “é preciso salvar o planeta”, entrou em moda há poucas décadas, junto com a verborragia que vem sendo manifestada sobre o meio ambiente.
Salvar o planeta é relativo, pois não estamos o destruindo, somente o estamos transformando, o que realmente estamos destruindo é a vida. Sobrevivemos à custa da degradação ambiental. Vivemos em função do consumo, da riqueza, da acumulação e não da apreciação, da contemplação do belo, do que o planeta nos oferece.
A arrogância humana chegou ao ponto de querer salvar a Terra, porém, esta sempre se virou sozinha. Antes disso, é preciso salvar o que é essencial à vida para que todos os ambientes de vida se interconectem, e cubram o planeta com a salvação.
Para conectar os ambientes de vida, precisamos conectar os seres viventes ao meio.
A ciência indica que a espécie de primata com características mais próximas das da espécie humana de que se tem notícia é a do Ramapithecus, que existiu há 13 milhões de anos. Foi sucedida pelo Australopithecus, há cerca de 4 milhões de anos.
Já o homem civilizado, como nos sentimos, iniciou sua jornada há aproximadamente 3.500 anos, no antigo Egito. No entanto, o planeta está aí há aproximadamente 4,5 bilhões de anos.
A raça humana quer fingir para si mesma que desconhece a grandiosidade da natureza e a sua pequenez diante dela. O homem sabe que não tem a visão de uma águia, não tem a audição de um cão, não voa, não tem o fôlego de muitos animais que, mesmo sendo terrestres, mergulham sob grandes profundidades, sem qualquer artefato para ajudá-los.
O homem não tem a agilidade dos macacos, nem a velocidade de um leopardo – que chega a correr a 115 km/h – ou de um falcão-peregrino – capaz de atingir 320 km/h em um voo. E o que pode o homem diante de um terremoto, maremoto ou furacão? E de uma inundação, de um tsunami? Ou de uma seca como estamos enfrentando?
Nos tsunamis de 2004, na Ásia, os animais selvagens tiveram tempo de buscar refúgio, nas montanhas, pois perceberam o que estava por vir. Mas o homem não teve a mesma percepção.
Nós não estamos sendo capazes de superar um fenômeno estritamente humano, totalmente criado por nós mesmos, que é a crise econômica! Essa crise vai se enquadrar inteiramente no velho ditado: o que não tem remédio, remediado está. Ela vai se resolver com o decorrer do tempo, que fará com que as coisas mudem a ponto de dar solução satisfatória a tudo. E, mais uma vez estará manifesta a nossa inferioridade.
Darwin tem uma frase que bem se enquadra à questão: “Não gostamos que os animais, a quem tornamos nossos escravos, sejam considerados nossos iguais.” Se nos sentíssemos mesmo superiores não teríamos tanta necessidade de inferiorizar outras raças, outras espécies. Essa necessidade de inferiorizar, subjugar tudo ao nosso redor, na verdade, resulta da nossa recôndita e constante sensação de fraqueza e desvantagem diante de toda a natureza.
Infelizmente, salvar o planeta da destruição implica na evolução de cada um, não adianta proteger a natureza sem mudar a si mesmo com a visão de que somos parte dela e não seus donos. Sem isso, o caos se alastra pelo planeta e viveremos neste constante: “salve-se quem puder”.
Talvez a salvação do planeta ‘seja’ todos nós olharmos para ele com apenas um olhar; o olhar de quem se sente como parte integrante e inseparável dele. O olhar de quem não se separa dele para controlar, mas de quem vive nele para contemplar. Mas, para isso, precisamos estar conectados a ele.
Conectados com o “Verde e a Vida” porque “Verde é Vida.
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