Agentes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil encontraram hoje (30) em um rio de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, uma ossada e fios de cabelo dentro de um saco plástico — o material será analisado por perícia.
A área foi apontada por um homem como o local de suposta ocultação dos cadáveres de Lucas Matheus da Silva, 8, Alexandre da Silva, 10, e Fernando Henrique Ribeiro Soares, 11. Ele disse à polícia que o próprio irmão levou sacos plásticos com os corpos ao local a mando de traficantes.
Entre 10h e 12h15, bombeiros realizaram buscas pelos corpos de três meninos desaparecidos em 27 de dezembro de 2020. O local indicado é chamado de Ponto do Ferro 38, próximo ao rio Botas, em Belford Roxo.
Mais cedo, a avó de dois dos três meninos disse ao jornal O Globo não acreditar na versão. Para Silvia Regina, eles “estão vivos” e a versão seria para “despistar”. A família não acompanhou presencialmente as buscas no rio.
Fontes relataram que o homem procurou o 39º Batalhão da Polícia Militar e disse que o irmão dele, José Carlos dos Prazeres Silva, conhecido como Piranha, ajudou na suposta ocultação dos corpos.
Em nota, a Polícia Civil informou que, após a declaração, Silva foi detido pela PM e os dois foram ouvidos por agentes da DHBF. A DHBF chegou a pedir a prisão temporária do suspeito denunciado pelo irmão, mas o Tribunal de Justiça do Rio negou e os dois foram liberados.
O suspeito teria contado ao irmão que a missão de jogar os sacos no rio foi dada por homens do tráfico na região. O objetivo era ajudar a sumir com os corpos das três crianças.
José Carlos dos Prazeres Silva tem duas passagens pela polícia, por tráfico e furto. As investigações sobre o suposto envolvimento dele e de traficantes nos desaparecimentos continuam.
“Isso só reforça o entendimento inicial do delegado sobre o envolvimento do tráfico no desaparecimento dos meninos e corrobora o que vinha sendo dito sobre o motivo, que seria o furto de um passarinho de um dos traficantes da comunidade pelos meninos”, disse a defensora Gislaine Kepe, do núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Rio.
Lucas, Alexandre e Fernando foram vistos pela última na feira de Areia Branca, que fica a 3 km da comunidade do Castelar, onde viviam com a família. Até o momento, a polícia encontrou uma única imagem de câmeras de segurança, que mostram os três caminhando no dia do desaparecimento.
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