Elias de Lemos (Correio9)

Os benefícios da atividade física são de conhecimento comum, mas engana-se quem pensa que há limitações para a prática. O Correio9 conversou com o educador físico Kojak Ribeiro, que criou programas de exercícios para pessoas especiais. De acordo com Kojak a prática, contínua, de exercícios físicos pode melhorar as capacidades físicas e psicológicas de idosos, portadores de diabetes e hipertensão. Graduado em Educação Física, pela Universidade Federal do Espírito Santo, UFES, ele tem experiência como educador físico há quinze anos e ao longo da carreira tem atendido um público bastante variado. Nos últimos anos, após fazer pós-graduação em “Fisiologia do exercício e prescrição do exercício”, pela universidade Estácio de Sá, ele tem se especializado em prescrição de exercícios para populações específicas, em especial para o público gestante, hipertenso, diabéticos, crianças e idosos.
Atualmente, Kojak trabalha no ramo de academia, e segundo ele é perceptível a preocupação dos alunos não só em manter a estética corporal – buscando um corpo sarado, musculoso – mas também em combater adversários da saúde como a diabete, pressão alta e outros problemas, não apenas com medicamentos. Segundo ele, a atividade física pode ajudar no tratamento dos males que mais matam no mundo. Com esta percepção, ele criou dois programas de exercícios específicos. O programa Gestante +Ativa é direcionado ao treinamento específico para saúde da gestante; através dele pode-se prevenir contra os riscos da diabete e de aumento da pressão, tão comuns no período gestacional.
Com o +Ação –Pressão, são realizados treinamentos específicos direcionados à saúde de pessoas hipertensas. Kojak lembra que em se tratando de prescrição e avaliação de atividade física aos portadores de diabetes e hipertensão arterial, os educadores físicos devem dar atenção, cuidados especiais e acompanhamento personalizado aos pacientes acometidos por estas doenças. Programas de exercícios físicos, adequados às peculiaridades apresentadas pelos portadores de diabetes e hipertensão.
É recomendável, também, a orientação médica e nutricional para combinar a dieta com a rotina de exercícios diários ou semanais. Desta forma serão minimizados os riscos que a prática de exercícios físicos, sem a devida orientação de um profissional habilitado para desempenhar esta função, poderão acarretar ao indivíduo. O acompanhamento deve ser específico, para cada situação, a fim de garantir uma margem segura para a prática de exercício. Ele lembra que a prescrição se inicia com uma anamnese, para que o educador físico conheça as necessidades e as condições do educando.
A avaliação e a prescrição de exercícios físicos por educadores físicos compreendem situações diversas. Anos atrás, a busca por fazer atividade física em academias estava limitada à estética corporal. Mas, recentemente esta ideia mudou e a busca por um corpo perfeito ou musculoso ficou realmente para trás. Na realidade, hoje, percebe-se na prática que a maior parte dos frequentadores de academia preocupa-se em ter saúde e qualidade de vida.
Ele narrou ao Correio9 que, atualmente a maioria das pessoas, busca soluções para problemas posturais, crônicos como hipertensão e diabete, além de alterações de triglicerídeos, colesterol e obesidade, doenças comuns ao homem moderno. No caso de diabete, a atividade física melhora a sensibilidade à insulina e auxilia os transportadores orgânicos da insulina.
Estas doenças estão comumente relacionadas ao perfil de pessoas preocupadas em trabalhar, intensamente, e que acabam esquecendo-se da saúde do corpo, ficando sobrecarregadas com a correria do dia a dia, alimentando-se mal, dormindo poucas horas e desenvolvendo hábitos de vida sedentária. Este sedentarismo gera consequências como dores lombares, musculares e articulares, falta de sono e apetite, cansaço e vertigens, sintomas característicos de alterações nos padrões de normalidade.
Em se tratando da terceira idade, os exercícios melhoram a qualidade de vida reduzindo a perda de massa muscular, aumentando o ganho de força, melhora do sistema imunológico e minimizando os efeitos da osteoporose. Além disso, aumenta o equilíbrio reduzindo os riscos de quedas.
Quando o assunto é a primeira idade, Kojak esclarece que a ideia de que criança não precisa, ou não pode fazer exercícios, não passa de mito. Mas ele lembra de que não é nada fácil elaborar um programa de atividades físicas para crianças. O profissional precisa levar em conta que a motivação assume papel fundamental nessa prática. A criança não é um adulto em miniatura, portanto torna-se quase impossível conseguir resultados através de exercícios convencionais.
É necessário que o profissional de educação física que se propõe a trabalhar com criança tenha criatividade, estimulando os pequenos a realizar exercícios de forma lúdica para que não percam a motivação e o interesse pela prática. Além disso, deve ter conhecimento para conduzir esse esforço de maneira que provoque as adaptações fisiológicas planejadas sem causar danos, pois trata-se de um ser em formação e qualquer erro na dosagem do treinamento poderá prejudicá-lo.
Ele ressalta que o organismo de uma criança é muito complexo e difere em muitos aspectos do organismo de um adulto, sendo assim, antes de iniciar um programa específico se faz necessária uma avaliação das capacidades funcionais da criança.
Kojak encerra a conversa com o Correio9 sob a perspectiva de que o Educador Físico precisa de incorporar, em suas práticas, ações de enfrentamento para avaliar e prevenir os agravos em situações onde os alunos apresentam doenças que requerem atenção especial, como no caso da hipertensão e da diabete. Estas ações têm o objetivo de avaliar e prescrever exercícios físicos, descrever o planejamento, orientações e implicações na saúde do perfil de cada aluno. Tais prescrições de treinamentos, bem planejados, ajudarão a mudar o corpo do indivíduo, dentro de suas capacidades genéticas. Exercícios bem orientados não trazem nenhum risco desde que estes sejam avaliados e prescritos especificamente para diabéticos e hipertensos.
Se você, leitor, precisar de uma orientação específica, o educador físico Kojak Ribeiro pode ser contatado no telefone (27) 99603-9515.
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