Com o crescimento do número de obesos no país, muitas pessoas têm recorrido à cirurgia bariátrica, conhecida também como gastroplastia. A cirurgia bariátrica é uma forma utilizada para tratar a obesidade por meio de intervenção cirúrgica que reduz a ingestão de alimentos. O paciente sente maior saciedade com uma quantidade menor de alimentos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, foram realizados cerca de 100 mil procedimentos no ano passado. Em 2015, foram aproximadamente 93,5 mil cirurgias.
Vale lembrar a importância do aspecto psicológico nesse processo. Apesar de ser uma intervenção física, a gastroplastia precisa de um acompanhamento multidisciplinar antes e depois da cirurgia.
“A obesidade deve ser entendida como uma doença epidêmica, crônica, dispendiosa, multifatorial e com morbidades e mortalidade elevadas, conforme a OMS. A participação da psicologia é essencial, pois o paciente precisa ter consciência de vários aspectos da bariátrica, dos riscos, das mudanças corpóreas e psicológicas. A obesidade pode estar relacionada a questões psicológicas, tais como: ansiedade, depressão e outros fatores que levam a pessoa a compulsão alimentar”, afirma a psicóloga parceira do Instituto Subjetiva, Queidmila Moreschi.
As pessoas que buscam essa forma de tratamento para obesidade precisam de um acompanhamento em equipe interdisciplinar, como, nutricionista, endocrinologista, cardiologista, psicologia e outras especialidades necessárias a cada caso, vale ressaltar que todos devem ser conhecedores das especificidades próprias da obesidade.
O acompanhamento psicológico tem o intuito de levar o cliente a tomada de consciência das necessidades de mudanças de hábitos, costumes, atividades e comportamentos. Além de verificar por meio de instrumentos psicológicos específicos a tolerância psicológica para mudanças, investigando fatores psicoemocionais referentes a estrutura de personalidade, estado de humor, qualidade do sono, relações sociais de cada pessoa, bem como, levantamento histórico sobre o início da obesidade, padrões familiares, maneiras de lidar com a doença, quantas e quais tentativas buscou para emagrecer, prejuízos causados pela obesidade em sua vida, casos de obesidade na família, autoestima e imagem corporal e expectativas quanto ao procedimento cirúrgico.
A avaliação Psicológica nesse momento possibilita verificar à presença de compulsões, crises de ansiedade e fantasias acerca do emagrecimento, a relação com o alimento e possibilidade de algum transtorno alimentar (compulsão alimentar periódica, anorexia, bulimia), níveis de stress, ansiedade e depressão. A capacidade de controle emocional frente às situações de stress/tensão que possam comprometer os resultados do procedimento. Por isso, é imprescindível que o paciente dê continuidade ao acompanhamento pós-cirurgia com uma equipe multidisciplinar. Para manutenção e acompanhamento das mudanças de hábitos, por meio da reeducação alimentar e prática de exercícios, garantindo o sucesso do procedimento.
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