A birra acontece quando a criança tenta manipular o adulto para conseguir o que quer, faz pirraça. Diferente das tradicionais birras, as “crises” autistas não podem ser resolvidas simplesmente ignorando o comportamento inadequado.
A “birra”, o colapso nervoso que atravessa a criança autista, assim como também o adulto, é uma indicação preciosa que nos indica quais recursos ele tem para dizer do seu desconforto com o mundo sentido como tão invasivo. Aqui em mundo, podemos entender como: pessoas, sons, ambiente de maneira geral, entre tantos outros.
Muitas vezes a criança não consegue identificar o que gerou ou sequer se lembra o que aconteceu. Se para os pais é uma situação difícil, para a criança é muito pior.
A crise pode ser evitada de muitas formas. A psicóloga Fernanda Marchi dá alguns exemplos práticos: dando alternativas para que ela se comunique; diminuindo o tempo das atividades diárias, permitindo que ela tenha mais tempo livre; utilizando roupas confortáveis, sem etiquetas, evitando jaquetas com zíper; evitando locais com muito barulho ou oferecendo-lhe fones de ouvido; ir a parques ou playgrounds pela manhã, que geralmente têm menor movimento; ficar menos tempo nas festas de aniversário; escolher restaurantes arejados e menos barulhentos; e cuidar com lâmpadas muito fortes, ou que estejam piscando.
“Depois de um episódio angustiante a criança fica esgotada. É importante deixá-la o mais longe possível de estímulos, em um local silencioso, sem fazer perguntas. Ela precisará de tempo e espaço para se recompor, organizar seus pensamentos, entender o que aconteceu, tudo isso sozinha”, explica a psicóloga.
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