Bruno Gaburro (Correio9)
A capixaba Isabella Vianez Guimarães, de 19 anos, filha do empresário veneciano Ronnie Carlech Guimarães (Casa do Produtor) e Márcia Isabel Vianez Guimarães, hoje reside em uma cidade que ficou muito conhecida nos últimos dias. Ela vive na cidade de Parkland na Flórida, e pasmem, estuda na Marjory Stoneman Douglas High School, escola de nível secundário que esteve estampada em todos os jornais nesta última quarta-feira (14). Infelizmente, não era uma comemoração dos estudantes no Valentine’s Day, que era noticiado, mas, um terrível atentado, onde um ex-aluno, identificado como Nikolas Cruz, de 19 anos invadiu o colégio e fez inúmeros disparos com uma versão civil do rifle militar M-16, o AR-15, deixando dezessete mortos e cerca de vinte feridos.
Isabella falou, com exclusividade, ao Correio9 diretamente da Flórida. Ela contou que a cidade onde mora é um lugar muito tranquilo, casas muito bonitas, bem cuidadas e considera que há um policiamento efetivo na cidade. A escola também era tida como segura, já que há muitas câmeras espalhadas pelo lugar, e, também, vários seguranças faziam a “patrulha” pelo local, sempre de olho nos alunos, atentos a quem entrasse e saísse.
No fatídico dia, Isabella recebeu uma mensagem da sua mãe, chamando-a para almoçarem juntas, mas para isso, a garota precisaria sair mais cedo, já que o horário da aula se estende até às 14:40. Como ela não estava se sentindo muito bem, acabou saindo mais cedo e foi almoçar com sua mãe, padrasto e a irmã. Ela nos conta que até estranhou no dia, pois sua mãe quando ia busca-la demorava um pouco mais do que sempre falava, mas dessa vez, ela chegou cinco minutos após a mensagem.
Após uma bela refeição em família, ela voltou para casa, e, aproximadamente, uma hora depois enviou uma mensagem para uma amiga americana, convidando-a para uma visita ao shopping. Minutos depois, sua amiga retorna a ligação e fala “meu Deus parece que tem um atirador na escola”, ela relatou o pânico das pessoas dentro da escola e disse que não podia ficar ao telefone naquele momento, e desligou.
Isabella disse não ter acreditado – no momento – no que estava se passando, até que ela começou a ver postagens na internet e nos noticiários. Foi quando reconheceu o atirador. Nikolas já fez aula de biologia com ela, costumava sentar ao seu lado, mas nunca chegou a conversar com ela. Ela sempre ouvia ele falar com os amigos sobre as armas que tinha em casa, e pelo seu gosto pela caça aos animais. “A gente nunca sabe quem está do nosso lado”, disse.
“Vi um conhecido dele falando no Twitter que ele sofria bullying desde a sexta série e ele se sentia rejeitado por todos. Então ele deve ter feito isso por vingança”, sugeriu ela.
Ela também nos conta que conhecia de vista todas as pessoas que morreram, já que a escola não é tão grande, e que é muito próxima de um irmão de uma das vítimas. Mas tem amigas que presenciaram mortes de professores e amigos muito próximos, e que isso com certeza é uma coisa irreparável na vida de uma pessoa.
“Acredito muito em intuição de mãe e Livramento de Deus, e não tenho dúvidas que tive um livramento de Deus esse dia”, falou emocionada.
Isabella disse ainda que está muito abalada com o acontecimento, mas que não pretende mudar de escola, já que ela deve se formar no meio deste ano. Mas admite que a escola nunca mais será a mesma, e que tem medo de que algo assim possa voltar a acontecer.
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