Uma empresária está sendo acusada de homofobia na cidade de Nova Venécia. A acusação parte de uma advogada de 24 anos, que registrou Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia de Polícia Civil (DPC), depois de sofrer agressões verbais, físicas, xingamentos e ameaças de morte, por parte da empresária.
Era uma segunda-feira, dia 8 de abril, quando a vida da advogada K.C.R foi completamente transformada e exposta publicamente, na frente do Fórum de Nova Venécia, onde a empresária M.M.H. iniciou as perseguições a ela.
A empresária tem uma filha de 20 anos de idade, a qual revelou, à mãe, o seu relacionamento homoafetivo com a advogada. A partir daí, a mãe declarou guerra às duas. Além das agressões e ameaças contra a namorada, ela teria ameaçado suspender o pagamento da faculdade que a jovem estuda.
A advogada relatou ao Correio9 que a agressora a abordou em frente ao escritório de advocacia, onde ela trabalhava, insistindo para que ela entrasse em seu carro. Diante da recusa da vítima, a empresária saiu do veículo e passou a proferir agressões verbais e físicas, que, somente, se cessaram após a intervenção de uma testemunha, que possui escritório nas proximidades do ocorrido. Mas outras pessoas também testemunharam o fato.
O caso foi registrado na Delegacia, tendo a vítima apresentado os nomes das testemunhas do ocorrido. Posteriormente, ela conseguiu uma Medida Protetiva contra a agressora. Enquanto isso, a Polícia Civil segue investigando o caso.
Segundo a vítima, as agressões e ameaças têm ocorrido porque a empresária não aceita o relacionamento entre ela e sua filha, de 20 anos.
Ela relata, ainda, que depois da primeira agressão, em frente ao Fórum, a empresária a abordou em frente ao escritório de advocacia, onde ela trabalhava, e protagonizou um novo escândalo. Ela entrou em outro escritório e foi ajudada por um advogado. Ao voltar da Delegacia, onde foi registrar o BO, ela foi demitida sob a alegação de que havia “faltado ao trabalho”.
“Estou em estado de choque. Estou com muito medo. O que ela fez, e vem fazendo comigo é algo gratuito e injustificável, cujo único motivo é a minha homossexualidade. Estou me sentindo extremamente exposta, violada e amedrontada”, declarou a vítima, que chegou a ficar uma semana fora da cidade, na tentativa de se “recompor” perto da família.
Sobre a família, ela disse: “Na minha família eu não tenho problema. Todos me respeitam e me acolhem, assim como acolheu a filha de quem me agrediu, está me agredindo e me ameaçando”.
A vítima disse que, como advogada militante no município de Nova Venécia e, tendo as agressões, ameaças e insultos, ocorridos em seu local de trabalho, a Seccional Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB/ES, já foi cientificada. Ela e os advogados que a representam esperam um posicionamento da OAB.
Seus advogados, Mekson Carvalho Rossini e Jameson Mott de Souza Theodoro, a acompanharam à Redação do Correio9, e também, falaram à reportagem: “O que aconteceu com a nossa colega foi claramente um crime de ódio, motivado pela intolerância à comunidade LGBTQ+, disso não resta dúvida. Tais condutas devem ser repudiadas pela sociedade. O debate quanto à criminalização da homofobia, que irá trazer segurança a estas vítimas, está sendo discutido no Supremo Tribunal Federal (STF)”, disseram.
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