Elias de Lemos (Correio9)
Apesar da prática ainda ser incipiente, Nova Venécia é uma cidade bastante rica para a prática de esportes de aventura na natureza. E aqui nasceu a Águias do Rapel, uma empresa que promove este encontro entre você e a natureza. Com menos de um ano de atuação, a turma realiza eventos e leva grupos para praticar o esporte nas montanhas e cachoeiras de Nova Venécia e região.
A reportagem do Correio9 conversou com Thiago Brandão Moreira e Maychon Vieira Amaral, sócios da empresa, que explicaram detalhes sobre o esporte, sua prática e segurança.
Segundo Thiago, integrante da equipe, o projeto foi iniciado em janeiro de 2020. No entanto, foi adiado por causa da pandemia do novo coronavírus.
“As atividades são bem planejadas e contam com protocolo de segurança para todos os envolvidos, inclusive para equipe”, explica Maychon. Além deles, a equipe possui mais sete integrantes: Andreia da Cruz Mosquem, Pedro Henrique de Almeida Dias Costa, Rayner Christian Heleno de Oliveira Betini, Tiago da Cruz Mosquem, Maxlon Araujo; Viviele Rodrigues e Robson Bom Lourenço.
Em Nova Venécia existem vários locais seguros para praticar rapel, sentir a adrenalina que o esporte proporciona e, de quebra, apreciar uma bela paisagem. A Pedra do Tubarão, localizada na margem da Rodovia do Café – que liga Nova Venécia a São Gabriel da Palha, próxima ao trevo de Cristalina – foi o primeiro desafio encarado pelo grupo, que – no dia 26 de julho – levou 60 pessoas para desafiar o declive de 50 metros.
De acordo com eles, a montanha é perfeita para a prática de rapel. E o próximo desafio tem data marcada. Será neste próximo domingo, 10, na Pedra do Regaço e as inscrições já estão encerradas.
No final do ano de 2020, que exigiu tanta solidariedade humana, a equipe realizou um rapel beneficente, que contou com 84 pessoas e resultou em 30 cestas básicas, que foram divididas entre duas importantes instituições de assistência social em Nova Venécia: a creche Lar de Abigail e a APAE.
A prática segue um roteiro. Primeiro é feita uma minuciosa verificação do local, a via é aberta e a equipe de instrutores da empresa faz uma descida experimental. Sendo aprovada, ela fica aberta ao público aventureiro.
Além da Pedra do Tubarão, a equipe já conquistou outras duas vias, uma é a Pedra das Torres, que oferece uma descida de 180 metros, sendo o limite máximo possível para a prática atualmente no município. A outra é a Via do Regaço, aliás, Thiago explicou que eles batizaram a via com esse nome porque levaram um “regaço” para abrir o caminho.
Praticando o Rapel
O primeiro passo é fazer a ancoragem, que significa a fixação da corda em um ponto fixo onde ela fica presa; a ancoragem é o ponto de partida.
Os técnicos conversam com o grupo, passam as informações e encorajamento: “É preciso vencer o medo, mas, tem algumas pessoas que não vencem. Até hoje, apenas uma pessoa não conseguiu descer no rapel”, explicou Thiago.
A descida é feita por meio de uma corda e o controle é exercido pela mão de baixo do freio oito. “Muitas pessoas usam de muita força com as mãos, mas a mão que fica na parte de cima não exerce nenhum controle sobre a descida”, explicou Maychon.
Durante o percurso, o praticante conta com a assistência de um “segurança”. Ele fica segurando a corda no destino a chegar; ele também pode controlar a descida e presta apoio durante o percurso. “Muitas pessoas ficam com medo durante a descida, ficam nervosas e precisam de apoio para se acalmar e completar o propósito”, disse Maychon.
Quem pode praticar
A prática de rapel não exige pré-requisito, faixa etária, altura… o importante é o peso. De acordo com Thiago e Maychon, qualquer pessoa é capaz de fazer. No entanto, como dito acima, é realizada uma palestra básica – quando os instrutores passam as informações sobre o esporte e os equipamentos, além de transmitir tranquilidade aos praticantes.
Segundo Thiago, a conversa precisa ser detalhada e passar confiança aos participantes: “Já observamos que quando conversamos pouco com um determinado grupo e mais com outro, aquele que recebeu mais informações tem mais facilidade, enquanto o que recebeu menos enfrenta maior dificuldade”.
Equipamentos necessários
Os dois lembram que o rapel é um esporte radical, que exige todas as medidas de segurança, não só durante a prática, mas na escolha dos equipamentos. Neste sentido, os equipamentos para praticar rapel são quase os mesmos utilizados em escalada: corda, cadeirinha, mosquetões, fitas, freios (tipo 8), luvas e capacetes.
Eles frisaram que todos os equipamentos são certificados e obedecem a todas as normas técnicas estabelecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Corda
No rapel a corda deve ser estática. A utilizada pelos Águias de Rapel tem capacidade de suportar pesos de até 3,5 toneladas. Não é uma corda comum, o equipamento é especial, revestido por uma capa protetora contra o atrito com a rocha. “Sem a capa, na medida em que vai acontecendo o atrito, ela vai se desgastando levando ao risco de rompimento, por isso, que há cordas específicas para rapel e escalada”, explicou Maychon.
Cadeirinha
É um conjunto de fitas que fica na cintura e nas pernas, ligando o “rapeleiro” à corda através do freio. Existem modelos totalmente ajustáveis, nas pernas e na cintura.
Freio Oito
Equipamento em formato de oito, feito a base de titânio, por onde a corda passa e faz atrito, tornando possível o controle da descida pelo praticante. Dependendo da altura e da atividade existem outros modelos de freio.
Capacete
É imprescindível o uso do capacete. Sua função básica é a proteção do “rapeleiro” em caso de escorregões e de pedras soltas que podem cair acidentalmente, além de outros objetos.
Luvas
Sua principal função é proteger as mãos do praticante durante o rapel evitando queimaduras e facilitando o controle da descida. Imprescindível para sua segurança.
Mosquetão
Equipamento feito com liga de titânio (um dos metais mais resistentes), que prende o oito à cadeirinha. Também é usado para prender as cordas aos grampos ou qualquer outro local de ancoragem (ponto de fixação).
Devido à sua resistência, alguns mosquetões suportam pesos acima de 3 toneladas.
Existem de vários modelos e formas (com trava e sem trava). São recomendados os modelos com trava ou rosca.
Anel de Fita
Fita muito resistente utilizada para prender a corda em grampos, árvores ou outros pontos de fixação. Outra função importante da fita é a proteção da corda contra desgastes.
Contato com os Águias do Rapel
Se você se interessou pelo esporte ou quer conhecer mais, o Instagram do grupo é: aguiasdorapel_nv. Para falar com a equipe, há duas opções pelos telefones: (27) 99846-6856 ou (27) 99911-5701.
Veja alguns vídeos do rapel realizado na região:
Veja mais algumas imagens do rapel realizado na região:
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