Billy Baldo (Correio9)
Elias de Lemos (Correio9)
Xuxa, Pelé, Zico, Supla, Belo, Fiuk, Gabigol, Tiririca, Fafá, Cazuza. São apelidos de celebridades, todas bem conhecidas. Mas, será que algum leitor do Correio9 já ouviu falar de Marcelo Pires Vieira, Filipe Kartalian Ayrosa Galvão, Gabriel Barbosa Almeida ou de Francisco Everardo Oliveira Silva? Alguns, talvez, mas, não de todos! Mas, certamente, conhecem o cantor Belo, o ator Fiuk, o atacante Gabigol e o palhaço Tiririca.
Agenor de Miranda Araújo Neto é o Cazuza; Supla, excêntrico, o cantor tem um apelido à altura de sua imagem, seu nome verdadeiro é Eduardo Smith de Vasconcelos Suplicy. Fafá de Belém, também, pode ser chamada de Maria de Fátima Palha de Figueiredo.
Xuxa nasceu Maria da Graça Meneghel, mas o apelido tornou sua marca patenteada, tanto que ela incluiu no seu nome e passou a se chamar Maria da Graça Xuxa Meneghel. Pelé, por sua vez, nasceu Edson Arantes do Nascimento.
O apelido é uma palavra pela qual familiares e amigos chamam a um integrante de seu grupo, referindo-se a ele de um modo diferente do seu próprio nome. Na maioria das vezes, os apelidos surgem das características físicas de cada indivíduo ou de alguma forma particular de agir. Em outras ocasiões, eles são simplificações ou abreviaturas dos nomes; podem nascer de atitudes na infância ou do modo como a pessoa fala na infância. Às vezes, até os pais chamam aos filhos de modo diferente. Por exemplo, Guilherme pode ser “Gui” e Roberto pode ser “Beto”.
Cebolinha e Cascão são personagens de história em quadrinhos criados por Maurício de Sousa na década de 1960. Mas mesmo sendo personagens do mundo imaginário, eles, também, têm nome e sobrenome, completamente desconhecidos do grande público.
Cebolinha foi criado em 1960. Além de pronunciar a letra “L”, no lugar de “R”, ele está sempre à procura de um jeito de pegar o coelhinho de sua amiga Mônica, o Sansão. Seu nome é Cebolácio Menezes da Silva Júnior.
Já o Cascão foi inspirado em um menino que Maurício conheceu em Mogi das Cruzes (SP), que tinha esse apelido por ser muito sujo. Sua principal característica é sua mania de não tomar banho e sua paixão pela sujeira. Seu nome verdadeiro, não tem nada a ver com o apelido, ele se chama Cássio Marques de Araújo.
O surgimento dos apelidos não tem registro histórico, mas acredita-se que ocorreu há centenas de anos. Inicialmente, deram origem aos sobrenomes. No passado os nomes eram muito repetidos e com isso, os apelidos ajudavam a distinguir as pessoas. Assim, mais tarde, se tornavam sobrenomes.
Havia os que derivavam da profissão, como Ferreira (vem do ferreiro). Na França, um vendedor de peixe frito era chamado de Fritier, que significa o nome da profissão.
Já Portugal e Espanha adicionavam “es” e “ez” ao nome do pai. Assim, Antônio era pai de Antunes e Martinez era filho de Martino. Outra maneira de dominar alguém era pelo lugar de nascimento ou residência. Desse modo, era comum alguns portugueses serem chamados por nomes de cidades do País, como Lisboa, Coimbra ou Porto.
Outra aplicação dos apelidos é na diferenciação de pessoas, principalmente quando há dois amigos com o primeiro nome igual.
Em Nova Venécia, também, muitas pessoas são conhecidas, apenas, por seus apelidos. Há casos em que os nomes verdadeiros são completamente desconhecidos. Tem a Ironete, o Vilmar, o Waldeir e tantos outros. Quando esta reportagem começou a ser elaborada, uma pesquisa rápida reuniu dezenas de nomes.
Muitos destes apelidos têm origens curiosas e inusitadas. Esta reportagem apresenta algumas destas curiosidades explicando como alguns dos apelidos surgiram. No entanto, como a lista é extensa, não foi possível explicar o surgimento de todos, assim, alguns foram sorteados para esclarecer a origem, enquanto os demais estão listados com os nomes verdadeiros.
Ironete de Lima Jácome explicou: “Meu pai tinha mania de colocar apelido em todo mundo. E minha mãe colocava os nomes mais feios do mundo; era Sebastiana, Auxiliadora… E papai detestava. Aí, o que ele fazia? Ele ia ao cartório, registrava com o nome que ela havia escolhido e já saía do cartório com um apelido. Eu nasci e fui batizada no mesmo dia. Eu moro no mesmo lugar desde que nasci. Naquele dia passou uma mulher em frente à nossa casa, viu a movimentação e entrou para ver o que era, aí minha mãe falou: ela vai ter o seu nome e vai ser sua afilhada. A mulher se chamava Ironete; meu pai, como sempre não gostou do nome; me registrou, mas, chegou em casa me chamando de Lolé”.
Outros seis irmãos de Lolé, também, têm apelidos ou tiveram seus nomes abreviados: Sebastiana (Tiana), Auxiliadora (Dadou, para a família e Dora para “os de fora”), Maria da Conceição (Lia), Francisco (Pico), Josimar (Josi), Alvimar (Vimá, para a família, mas Nova Venécia inteira o conhece como Gaída).
“Meu apelido é Bigode por causa das festas de quadrilha, e como sabemos, o bigode postiço faz parte da fantasia. Então, me passavam carvão no bigode e como toda boa criança, que gosta de inventar, eu chupava bala e passava no bigode, aí, naquela época, ficou ‘bigodinho doce’, e depois Bigode, mas meu nome é Vilmar Soares”.
Já o irmão do Bigode, José Carlos Soares, se tornou o Juru porque enchia sacolinhas em uma sementeira, e estava sempre com má vontade e acabrunhado; havia um homem que o olhava e falava: “Porque esse menino sempre está Jururu”. Daí, a simplificação para Juru.
“Não tem uma explicação misteriosa não, quando eu era criança, minhas irmãs me chamavam de Dobá e assim os amigos também, e acabei quase esquecendo meu nome, que é Gildismar Leite”.
“Anota aí: meu nome é Ana Maria da Silva. Eu tinha 9 anos de idade e estudava na escola Dr. Renato Araújo Maia, no Bairro Margareth. Surgiu uma novela, que não me lembro em qual canal, não era na Globo. Na novela tinha uma mulher grávida e tinha uma criança de 5 nos. A mulher teve o neném e colocou o nome de Ana (Ana alguma coisa). Aí o outro filho só chamava a irmã de Ana Banana. Na minha escola, eu era a única Ana. Então meus colegas começaram a me chamar de Ana Banana. Aí, como diz o ditado, apelido que a gente gosta não pega, mas o que não gostamos, pega. Eu não gostava do apelido, vinha para casa chorando, minha mãe tinha um trabalhão comigo. Eu não gostava do apelido, mas, hoje, eu amo”.
Vinicius Santos Danieletto disse que se tornou Brinquedo porque, quando tinha por volta de 15 anos, ele ficou bêbado e um amigo, cujo apelido é Sungão falou que ele estava igual a um brinquedinho bêbado. Aí pegou!
Com Guilherme Toscano Oliveira Romero foi uma brincadeira momentânea, na infância, que lhe deu o apelido que carrega até à vida adulta: “Eu tinha uns 8 anos de idade, aí o finado Alexandre Aranha (jovem veneciano que faleceu em um acidente trágico no Pará) chegou à casa da vovó Nancy, ali na Rua Goitacazes e entrou no quintal e começou a rodar a minha cabeça me chamando de peixe, aí ficou, todo mundo começou a me chamar Peixe e o apelido pegou”.
Waldeir Campo Dall’orto ganhou o apelido do avô: “Foi colocado pelo meu avô parte de pai, Giuzeppe Campos Dell’orto (que dá o seu nome à Passarela sobre o Rio Cricaré, no Centro de Nova Venécia) ou apenas ‘Bepe Campos’ como era conhecido. Ele era muito brincalhão e pôs apelido em todos os seus netos”.
Já Gilmar Luís Malacarne Campos Dellorto explicou, aos risos, que se o perguntar a origem do apelido, ele sabe, mas não a de seu nome. Pois, segundo ele, não se lembra de algum dia ter ouvido seus pais ou irmãos o chamarem pelo nome. Já os amigos só o chamam pelo nome quando se trata de alguma brincadeira.
“Na escola me chamavam pelo apelido, na faculdade, também. Normalmente os professores não chamam aos alunos por apelidos, mas comigo era diferente. Na faculdade, todos os professores esqueciam o Gilmar. Lembro-me que na faculdade de Direito, no início, me chamavam pelo nome, mas um dia chegou um professor, conhecido meu, e ao me ver ele disse ‘ô Lola’, que bom que você está aqui! Desde aquele dia, deixei de ser o Gilmar ali”.
Lola esclareceu que não sabe ao certo como a denominação surgiu, mas explicou o significado do apelido. O termo pode ser nome ou apelido. Enquanto alcunha significa moça bonita, jovem e inocente, que provoca e sensualiza sem perceber.
Já o nome Lola é a simplificação de Dolores, portanto, Lola é dores, denota as características de quem carrega consigo um jeito sentimental, que entende as dores e preocupações do próximo, podendo ajudar aos outros sempre que precisar.
E você, tem apelido ou conhece alguém que tenha algum que se encaixe nessa reportagem? Se tiver, deixe lá nos comentários do site ou no Facebook que nós vamos incluindo nesta reportagem.
Veja o apelido e o nome real de algumas personalidades:
AMENDOIM – Rodrigo Henrique Farias
ANDRINHO – Wanderson dos Santos
ANGINHO – Angelo Adilson Uliana
BALINHA – Alessandro José Venturim
BANANA – Ana Maria da Silva
BANANA – Flávio Farias
BARRIGUEIRA – Mário Sérgio Lubiana
BATORÉ – Maico Campos Giobini
BEGUINHA – Eudson Frigério
BELELÉU – José Anastácio Faria
BEM-TI-VI – Roque Celia
BERECO – Gilson Sandré
BERREL – Paulo de Sá Pereira
BICUDO – Rômulo Panciere
BIDÚ – Gilsonei Boldrin Bonomo
BIEL – Josiel Santana
BIGODE – Vilmar Soares
BILL – Weliton Mattedi
BILLY – Bruno Selia Baldo
BILÚ – Gilson Frigério
BIRIBA – Crausenberg da Penha Ferrari
BIRIBA FILHO – Jean Carlos Ferrari
BIRIGÓ – Irineu Motta Martins
BIRIGÓ – Jhonatam Seibel
BOCÃO – Patrick Torezani
BRAÇÃO – Fabrício Araujo Oliveira
BRINQUEDO – Vinícius Santos Danieleto
BUDEGO – Valcir Antônio Zotelle
BURETA – Josias Rondelli Júnior
BURETÃO – Raimundo Nonato
BURRO/CHATO – Ronaldo Salvador
BUCHECHA – Sandro Medeiros Pires
CABEÇA – Victor Zanelato Martins
CABEÇA – Gilmar Furtado de Lima
CABELEIRA – Renato Breda
CACHORRÃO – Edilson Câmara
CACICI – Osvaldo Castor de Melo
CALDEIRA – Jaci Ramos
CANCÃO – Luis José de Lima
CANÍDIA – Clemilson Belcavelo
CARECA – Joelson Célia
CATISCO – Alexandro Riguetti
CHAPOCA – André de Freitas Flegler
CHICO DO FERRO VELHO – Francisco Goltara
CHOCOLATE – Raymundo Almeida Santos
CHOKITO – Sebastião de Souza Lima
COCO – Sandro Henrique Mota
COLI – José Nicolau Pianassoli
CUTI – Nelson Maciel Filho
DONA MARIA DO BAR VÊNUS – Drocides Casagrande
DECO – José Batista Corona
DINDA – Waldeir Campo Dall’orto
DINO – Adino Gusson Gera
DOBÁ – Gildismar Leite
DOIDIM – Alexandre Bom de Moura
FAFÁ – Fabrício Vasconcelos
FERRINHO – Gilsimar Fernandes
GAGUINHO – Fabrício Cesana
GAÍDA – Alvimar Jácome
GALEGO – Aldrin Márcio Lubiana
GASOLINA – Carlos Magno Horta
GAÚCHO – Carlos Carvalho
GLEIZINHO – Cleiston Costa
GOIABA – João Luiz Doná
GOSTOSINHO – Marcos Firme
ICO – Luís Henrique Campo Dallorto
JABÚ – Jander Luiz Silva Corona
JAPONÊS – Wilson Luiz Venturim
JARDEL – Ricardo Barbosa Matos
JEFETA – Jeferson Cadorine Modesto
JOE – Raphael Pilon Célia
JURU – José Carlos Soares
KATIBEK – Adson Nascimento
KIABINHO – Édson Luiz Zaché
KIM – Antonio Marcos Campo Dall’orto
LAGARTIXA – Lucas Klipel
LEMÃO CONTADOR – Edimilson Moreira Maciel
LENINHA – Luciene Oliveira Marques
LILI – Judson Frigério de Lima
LITLE – Vinicius Araujo Oliveira
LOBÃO – Teofanis Araujo
LOLA – Gilmar Luiz Malacarne Campo Dell Orto
LOLÉ – Ironete de Lima Jácome
LOLÔ – Louise de Almeida Sélia
MACARRÃO – Lucimar Pianissola
MACARRÃO – Fábio Farias
MAMÃO – José Marcos Sabino
MANTENA – Carlos Alexandre Jeronimo
MAX – Maximiliano Cezana Zamprogno
MAZINHO – Alvimar Correia
MELO – Romildo Antônio Venturim
MECHUPA – Jocinei Leite
MININIM – Gustavo Destefani Passamani
MIRO – Ramires Coan Putin
MOLL – Rafael Tonetto
MORANGUINHO – André Célia
MORENA – Maria das Graças Izidio
NANÁ DA ESCELSA – Aguinaldo Denoni Bom
NEGO – Alvanir Santos Boldrini
NEGO BUIÚ – João França
NEGUEIRA – Paulo Sérgio Pereira dos Santos
NICÃO – Edmilso Geraldo Venturim
NILTÉIA – Nilton Carlos de Jesus
NINE – Franciny Cesconetto Leite
NINJA – Evalter Santos
NINO – José Carlos Fernandes
ORELHINHA – Juliano Dalmásio
OROBÓ – Marcos Seglia Boldrini
PATÃO – Alex dos Santos
PEIXE – Guilherme Toscano Oliveira Romero
PERDIZ – Alexsandro Sélia
PESCOCINHO – Luiz Arão Calatrone
PEZÃO – Antônio Dalarme
PILICA – Wanderson Salvador Leite
PINDUCA – Marcos Fernandes Pansiere
PINHA – Edna de Sá Rodrigues Bonomo
POPÔ – Carlos Alberto Belúcio Machado
PORQUINHA – Danilo Destefani
PRETA – Marlusa Tiburtino Moreira
PRETINHO DO COCO – Wingler Cledison Cellia
PUTUCO – Gilvandro Boldrin Bonomo
RADIOLA – Adilson Guedes Pereira
RECIFE – Flavio Albuquerque Freitas
ROBINHO NEGO LINDO – Robson José Maria Ferreira
SANTA MARIA – Luís Carlos Gadeia Junior
SAPITO – Everton Lázaro Venturim
SAPO – Álvaro Mileri Junior
SEBERA – Márcio Maciel de Melo
SÉRGIO GUITA – Sérgio Márcio Bastos
SHAULIN – Edson Souza
SOLI – Solivan José Petarli
SOFT – Bruno Breda Freitas
SORRISO – Jucelino dos Santos Ramos
SUNGÃO – Douglas Szablak
TAMICA – Altamiro Zanol
TAMICA – Altamir José Machado
TCHACO NO VÁCUO – Helder Chagas
TCHU-TCHU – Werlley Pestana dos Santos
TETÉ – Paulo Renato Pimenta Maia
TETECO – Tekson Pianissoli
TEKINHO – Carlos Simões
TETÉIA – Walteir Ferrugini
TICO – Adoris Parmagnani
TIKEIRA – Luciano Pereira dos Santos
TIMBÉ – Marcos Silvares
TIRUTA – Clerio Oswaldo Lubiana
TONINHO RATÃO – Antônio de Pádua Calatrone
TOURO – Odanilton Boldrini
TOYOTA – Clerio Zanelato
TUBARÃO – Argeu de Freitas Flegler
TUBARÃO – Vinicius Souza
TUTA – Maderson Lubiana
TUTTI – Amilton Leite
UI – Sebastião Cellia
VELTO – Erivelton Francichetto
VOVÔ – Alcir Boldrini
WALDEMAR – Vinícius Righetti Machado
XANDÃO – Anderson Meireles Marinho
XAXÁ – Alexandre Borges
XERIFE DO GÁS – Valdir Alves
XIXO – Alexandre Farias Uliana
XIBIU – Cleidison Moraes
XIBOCA – Igor Campo Dall’orto
ZANZA – Rosângela Luchi
ZINHA – Edimar Uliana
ZIRÃO – Osires Belúcio
ZUÉ – Josué de Sá Rodrigues
ZUEIRA – Josias Pinto de Lemos
ZUEIRINHA – André de Lemos
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