Elias de Lemos (Correio9)
Normalmente a carreira profissional começa com o sonho de estudar, se especializar, arrumar um bom emprego, trabalhar e se estabelecer na vida. No entanto, para alguns, “estabelecer na vida” vai além de um emprego estável e um bom salário.
Foi o que aconteceu com o veneciano Wesley Banza, de 34 anos. Formado em Ciências Contábeis, ele trabalhou mais de 10 anos como controlador financeiro. Em 2014, fundou sua empresa de contabilidade e consultoria enquanto também era controlador financeiro para uma empresa de engenharia. Porém, ele não estava satisfeito.
Wesley nasceu em Nova Venécia e há 18 anos mora em Londres. Contabilista pela UNI-GRAN e pela Accounting Technician Association (AAT) no Reino Unido, ele acredita que o conhecimento liberta e transforma e é a chave para o sucesso no empreendedorismo. Atualmente ele está finalizando o MBA em Marketing, Branding e Growth Hacking pela PUCRS. A formação contínua, a experiência internacional e o conhecimento na área de tecnologia formam o tripé do empreendedorismo de que ele fala.
Empreendedor nato, recentemente, ele foi capa da revista Empreenda. Nesta entrevista ao Correio9, ele revela que o que mais o incomodava era o fato de trabalhar e não poder conciliar o bem-estar profissional e pessoal ao mesmo tempo.
Apaixonado por e-commerce, foi no comércio digital que ele encontrou um meio de conciliar o bem-estar de viver e trabalhar. Ele atua na área há vários anos e tem o orgulho em afirmar que auxilia diversos empreendedores diariamente para alcançar sucesso em suas lojas virtuais. Wesley foi pioneiro no treinamento de Dropshipping Nacional, no Brasil, e atualmente ele e sua sócia Michelle Jackobs, 34, coordenam o curso que agrega 12 mil alunos.
Em 2016, ele e Michele criaram o treinamento Lab-Social, voltado para agências de tráfego pago, com um módulo de tráfego para e-commerce. A estratégia fez tanto sucesso que eles bateram a meta de 11 mil alunos e foram convidados a palestrar em grandes eventos de Marketing Digital no Brasil.
Sua jornada no marketing digital começou em 2015 com cursos sobre Facebook Ads com o Dan Henry. Banza estudou várias vertentes do marketing digital, mas se encontrou no tráfego pago, onde aliou seu conhecimento analítico e estratégico para gerar resultados.
Ele ouviu falar sobre Dropshipping em 2016, em um anúncio de evento de marketing digital em Berlim, onde um mentor americano de destaque no segmento de e-commerce iria palestrar. Mesmo endividados, ele e Michelle se endividaram ainda mais para que ela pudesse participar. Foram, e ao final estavam convencidos de que haviam encontrado o que queriam.
Wesley montou várias lojas que faturam mais de R$ 1 milhão por mês, consolidou há mais de 3 anos uma marca registrada no modelo Dropshipping internacional. O que move Wesley Banza é a transformação na vida do aluno. “Sempre me emociono ao receber uma mensagem onde o aluno fala que nosso treinamento mudou a vida de sua família”, conta. Seu objetivo é criar um exército de lojistas que faça um trabalho honesto, proporcionando aos clientes de suas lojas uma experiência de compra memorável e que atendam suas expectativas para que cada vez mais pessoas confiem em comprar pela internet e estimule ainda mais o crescimento do e-commerce no Brasil.
Segundo Wesley, o mundo está digitalizado e hoje é possível abrir uma empresa, conta no banco, pagar impostos e fazer declaração de renda com assessoria de empresas especializadas e de forma 100% digital. Mesmo morando na Europa, Wesley e sua sócia possuem empresas no Brasil, Alemanha e Inglaterra e várias Lojas Virtuais espalhadas pela América Latina, Europa e Estados Unidos.
O que é dropshipping?
Wesley cita a Amazon como exemplo. “Com instalações fixadas em mais de 18 países, a Amazon é o melhor exemplo deste modelo de negócio e porque é o maior nome do e-commerce no mundo. No entanto, o que pouca gente sabe a respeito da empresa é que nem todos os produtos vendidos por ali saem de seus próprios armazéns”.
A técnica usada é conhecida como dropshipping, a mesma usada por marcas como eBay, Mercado Livre e a já citada Amazon. Com esse método, elas conseguem não apenas usar o estoque de produtos de terceiros para realizar suas vendas como, também, ainda ajudam outras empresas a crescer no mercado.
O termo dropshipping nasceu da junção de 2 palavras inglesas: drop, que significa largar, e shipping, que pode ser traduzida como remessa.
Como funciona? Basicamente, deixar a entrega e o estoque dos produtos por conta de outra empresa. O dropshipping faz o elo entre o fornecedor e o cliente. Na prática, é uma empresa de vendas que não utiliza estoques próprios, mas de fornecedores parceiros. Segundo Wesley, o conhecimento e tecnologia são as principais matérias-primas do e-commerce, mas o modelo exige perfeita sincronia entre vendedor e fornecedor.
Com o dropshipping, o e-commerce faz a venda do produto e envia a ordem dessa transação para o fornecedor parceiro. É o fornecedor quem vai enviar o item para o cliente em nome do comércio eletrônico, que tem como lucro a diferença entre o preço cobrado para o usuário e aquele cobrado pelo parceiro. Não tem mistério!
Quais benefícios são proporcionados?
Wesley explica que uma das vantagens é o baixo investimento: “É preciso juntar menos capital para começar a empreender. Já para quem vende, o dropshipping é uma boa saída, pois faz com que o empreendedor não tenha que investir em um grande estoque de produtos imobilizando capital”.
Por outro lado, da parte do fornecedor, a técnica ajuda a empresa a focar em um número menor de detalhes — como a manutenção do e-commerce em si, a publicidade online e até o suporte de vendas.
Se não existem armazéns disponíveis onde você mora; se o preço do aluguel é inviável; se é difícil cuidar da logística de envio na região onde você trabalha; com o sistema de dropshipping, nada disso é problema! Ele não exige logística, nem estoque; além de oferecer um leque maior de produtos, pois não há limite para a quantidade de fornecedores parceiros.
“Como você não precisa ter o produto em mãos para ofertar, fica mais fácil vender alguns itens menos procurados, criando até mesmo a possibilidade de testar alguns novos mercados e novos mix de produtos para sua loja virtual”, explicou ele.
Além disso, como é uma loja virtual, é possível trabalhar de qualquer lugar, sem bater ponto.
É fácil de administrar a escala de vendas
Em uma empresa tradicional, para o negócio crescer, se ele dobra ou triplica de tamanho, é preciso dobrar ou triplicar o investimento. Já no caso de uma marca que funciona com o modelo dropshipping, essa conta costuma fechar mais facilmente.
Isso acontece porque, no caso de crescimento acentuado, a parte de estoque e logística pode ser repassada sem problemas para os fornecedores (atuais ou novos), desde que deem conta das demandas.
Dropshipping: como funciona?
Primeiro deve-se escolher os melhores fornecedores de determinado produto, levando em conta não apenas o preço cobrado por eles, mas também a qualidade da entrega e até de seu monitoramento de estoque e envio.
O fornecedor vai disponibilizar as respectivas quantidades que a empresa de dropshipping poderá colocar à venda em seu e-commerce de acordo com o produto e, claro, por qual preço. Como tudo acontece em tempo real, quando um cliente realiza determinada compra, o pedido é automaticamente processado pela loja virtual, que envia o pedido para o fornecedor e gera a nota fiscal.
Após a emissão do pedido, a parte de empacotamento do produto e envio para o cliente fica por conta do fornecedor, que ainda é o responsável por gerar o código de acompanhamento para a empresa que vendeu.
Wesley destaca a importância de escolha dos fornecedores: “Em todo o processo de compra e venda por meio de técnicas de dropshipping, o lado do fornecedor é invisível para o consumidor. Para ele, desde o momento da compra até a hora em que recebe o produto em casa, só a sua marca esteve presente na transação. Por isso, é extremamente importante encontrar parceiros comprometidos, que zelarão pelo nome da sua empresa no mercado”.
Ele explica que o sistema é pouco usado no Brasil, mas já se consolidou com a adoção por parte de grandes marcas, como a Magalu. Mas, ele frisa que o pouco uso no Brasil, significa que há muito espaço para crescimento do e-commerce, na modalidade dropshipping.
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