Elias de Lemos (Correio9)
Um projeto ousado e inovador! Assim pode ser definida a concepção do engenheiro civil, Renato Cunha Rodrigues, para a recomposição da Casagrande da Fazenda da Serra dos Aymorés, popularmente conhecida como Casarão dos Escravos, localizado na Serra de Baixo, no município de Nova Venécia.
Construído entre 1870 e 1873, o Casarão foi residência do Barão de Aymorés e, por muito tempo, guardou parte marcante da história da construção de Nova Venécia. No entanto, com a degradação causada pelo tempo, ele foi completamente extinto na década de 1990.
O projetista relata que sua bisavó Giuseppina Vechiato imigrou da região do Vêneto em 1891, quando tinha 12 anos de idade. “Essa região inspirou, mais tarde, o nome de Nova Venécia, numa alusão a uma das regiões mais famosas da Itália, a cidade de Veneza”.
Giuseppina casou-se com César Vieira da Cunha, um dos filhos do Barão de Aymorés, em seu segundo casamento.
Renato Cunha é bisneto do Barão de Aymorés e, segundo ele, foi por meio de conversas em um grupo de WhatsApp que surgiu a ideia do projeto, que levou três meses para ficar pronto. Esta semana ele conversou com o Correio9 e explicou como fez o trabalho.
De acordo com ele, o grupo é formado por integrantes e fãs da Banda UH. No início do ano, ele fez vários vídeos com temas diversificados, incluindo partes da história de Nova Venécia. Um desses vídeos aborda o Casarão dos Escravos. Daí surgiram conversas e lamentações pela falta de preservação do patrimônio histórico.
Outra motivação para o desenvolvimento da proposta é que, na infância, Renato passava férias na localidade.
A conversa foi evoluindo até surgir a ideia da reconstrução. Baseado em fotos antigas do lugar, ele fez o projeto e a projeção em 3D, mantendo as mesmas características do Casarão original.
O projeto é autossustentável, cuja proposta contempla três áreas: histórica, cultural e comercial, e integra pousadas, áreas de lazer e esportiva.
São quatro pousadas com 1400 metros quadrados de área construída, piscinas, open bar e churrasqueira. O complexo é subdividido em nove partes, sendo galeria de artes, administração, museu histórico, restaurante, banheiros feminino e masculino, lojas, espaço para crianças e artes. Na área comercial serão oito ateliers e três lojas.
Ele conta que já apresentou o projeto ao prefeito Mário Sérgio Lubiana, o Barrigueira, que recebeu bem a ideia.
A próxima fase é o detalhamento do projeto e os cálculos da obra, que devem ser feitos por uma equipe formada por arquitetos e engenheiros.
Porém, para se tornar realidade o projeto precisa de investidores. Renato ressalta que seu envolvimento limita-se à concepção da ideia em si, pensando na cidade que tanto ama. Sua implantação, caso aconteça, ficará a cargo das pessoas ou órgãos públicos ou privados que se interessarem pelo projeto.
A região onde ficava o Casarão é dentro da APA (Área de Proteção Ambiental) no entorno da Pedra do Elefante, à Gameleira e o Santuário da Mãe Peregrina, os mais visitados pontos turísticos de Nova Venécia.
VEJA ABAIXO O VÍDEO COMPLETO DO PROJETO:
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