Informações sobre três acontecimentos chamaram a atenção da Redação do jornal Correio9 esta semana. A primeira chegou através de um vídeo, gravado no Bairro Ascensão, em Nova Venécia. A segunda foi revelada em uma entrevista, concedida, ao jornal, por uma advogada, também de Nova Venécia. A terceira escandalizou em dois vídeos, envolvendo o desequilíbrio de um funcionário da Prefeitura de Nova Venécia, frente a um ex-servidor público que atua hoje como comerciante, que desconhece o significado da palavra respeito.
São casos ocorridos em universos diferentes, mas que se assemelham pela falta de civilidade que materializa a intolerância. São fatos que expõem a face animalesca e selvagem do ser “humano”.
O primeiro vídeo foi gravado na tarde de terça-feira. Nele, aparecem quatro mulheres brigando na rua. Duas delas seguram uma pelo cabelo, enquanto uma bate com as mãos e a outra com um pedaço de madeira.
Enquanto isso, várias pessoas presenciam a selvageria, filmando, se divertindo, rindo e incentivando. Ninguém faz nada, ninguém chama a polícia, todos se divertem vendo aquilo.
Em entrevista ao Correio9 – publicada na edição de quarta-feira (24) – uma advogada residente em Nova Venécia relatou as agressões e ameaças que vem sofrendo por parte de uma empresária veneciana. A razão? Homofobia. Isto mesmo!
A terceira perplexidade foi protagonizada por um funcionário do Setor da Obras da Prefeitura e um comerciante. Primeiro, um deles não mede palavras para insultar o outro, que por sua vez, resolve fazer justiça e saca uma arma. Isto no momento em que a cidade está eufórica com a sua festa de aniversário.
Vivemos tempos de intolerância no Brasil e no mundo. E a intolerância, seja qual for, por princípio jurídico universal fere o artigo 7º da Declaração Universal dos Direitos Humanos e, por princípio humano, fere a essência do que chamamos de humano. O que significa a palavra ‘humano?’; nem todo mundo que se diz humano sabe. A falta de humanidade se caracteriza pela falta de informação e vontade em se conhecer e respeitar as diferenças em crenças, opções sexuais e opiniões.
A sociedade parece estar se esquecendo do quanto é importante, para a convivência social, aceitar, suportar, ser indulgente e clemente com os outros. Nossa sociedade está cada vez mais intolerante com as causas diferentes do comum.
Os crimes de ódio, de intolerância, ficam cada vez mais expostos e ampliam as vítimas de racismo, homofobia, xenofobia, etnocentrismo, preconceito religioso e contra portadores de deficiência, para citarmos alguns. São crimes que ferem a dignidade humana e prejudicam a sociedade como um todo.
Não apenas atentam contra a Declaração Universal dos Direitos Humanos e contra a Constituição Federal, mas também contra a essência do estado democrático de direito, em que as opiniões divergentes são dignas de igual respeito. Vivemos em um momento histórico, no qual a intolerância e o discurso do ódio conquistam cada vez mais adeptos.
Nenhuma das sociedades que formam nações que respeitamos e admiramos chegou onde está brigando em guetos. Veja o exemplo do Apartheid, na África do Sul. A África só se aprumou, quando brancos e negros começaram e conseguiram se entender.
No entanto, parece que a nossa sociedade desaprende, ao contrário do que desejamos, que é avançar. Como construiremos uma nação civilizada, que eleve o nome do nosso país de forma grandiosa, se somos tão pequenos?
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