“Mal Jair Bolsonaro tomou posse como presidente do Brasil, ele lançou uma série de decretos de extrema direita, minando as proteções ao meio ambiente, aos direitos indígenas sobre a terra e à comunidade LGBT, colocando organizações não-governamentais sob monitoramento do governo e removendo do governo os que não compartilham sua ideologia.” Assim o New York Times abre o editorial desta quinta-feira, um texto crítico do governo Bolsonaro.
Para o jornal americano, as ações do novo presidente são “tristes, mas não inesperadas” para “um ex-oficial militar cujos 27 anos no Congresso brasileiro foram notáveis apenas por insultos grosseiros a mulheres, minorias sexuais e negros”. O NYT lembra frases ditas por Bolsonaro então, como: “Bandido bom é bandido morto”.
As declarações polêmicas, segundo o jornal, “não pareciam importar para os eleitores vivendo sob um colapso econômico, uma onda de criminalidade e um escândalo de corrupção que minou qualquer fé no establishment político”. O NYT afirma que “a promessa de mudança de Bolsonaro foi suficiente para levá-lo ao poder”.
O fato de o presidente ter dito, no discurso de posse, que o Brasil estava “livre do socialismo, da inversão de valores e do politicamente correto”, acrescenta o jornal americano, soou como “música para os ouvidos de sua base reacionária, investidores e Trump, que compartilha seus valores e sua arrogância”.
“Mobilizar a raiva, o ódio e o medo tornou-se a estratégia familiar dos pretensos autoritários, e Bolsonaro seguiu a cartilha de pessoas como Rodrigo Duterte, das Filipinas, Viktor Orbán, da Hungria, e Recep Tayyip Erdogan, da Turquia. Ele também foi apelidado de ‘Trump dos Trópicos’ por seus comentários ultrajantes e base política de cristãos evangélicos, elites endinheiradas, políticos covardes e falcões militares”, completa o NYT.
“Mas atacar as minorias e fazer promessas grandiosas só vai até agora para compensar a falta de competência governamental ou de um programa coerente.”
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