Há dezesseis anos, em 24 de janeiro de 2005, circulava a primeira edição do jornal Correio9. Eram outros tempos e a comunicação era percebida de outra forma. No entanto, de lá para cá, muita coisa mudou e impactou profundamente a forma de se fazer jornalismo, assim, como a percepção dos leitores.
Um ano antes as redes sociais haviam surgido nos Estados Unidos e virariam o maior desafio para o trabalho jornalístico. Primeiro, porque com um celular nas mãos, todo mundo vira “jornalista” e, segundo, porque o acesso às redes sociais dissemina notícias falsas que se alastram como fogo morro acima ou água morro abaixo.
Nesse período a história brasileira foi escrita e reescrita. Crises políticas se tornaram rotineiras e a ideologização tomou conta do País.
Desde as eleições presidenciais de 2014 o trabalho jornalístico foi se tornando cada vez mais desafiador chegando ao ponto de ser “criminalizado”, por quem discorda. A liberdade de imprensa tem sido constantemente ameaçada e a profissão de jornalista se tornou uma atividade perigosa.
Muitas pessoas acreditam em tudo que veem nas redes sociais, repassam e defendem. Muita gente só aceita informações que lhes convêm. No entanto, o jornalista não inventa notícias, nem escreve sem investigar. Fatos são fatos e precisam ser apurados antes de serem publicados.
O jornalista possui fontes sigilosas que lhe abastecem de informações. Ele conversa com autoridades políticas, de segurança, com especialistas das mais diversas áreas e organizações sociais. Ele se informa, afinal, assina o que escreve.
Por isso, o jornalismo se torna mais importante e desafiador. Diferente do que os comentaristas de redes sociais pensam: é preciso ser jornalista, sacerdote e mágico. Mas, claramente, às vezes muitos preferem viver de ilusões.
Aqui no Correio9 enfrentamos algumas particularidades: além do componente ideológico que afeta a percepção de cada um, convivemos com “leitores” que leem, apenas, o título e comentam em seguida. Não se dão conta de que o título informa o assunto tratado ali, mas não detalha, porque os detalhes precisam ser explicados de forma concatenada, dentro de um contexto.
Para completar, o Correio9 é o único veículo de comunicação de Nova Venécia que tem colunas de opinião. A opinião de um articulista corresponde exclusivamente à sua visão de determinado assunto. Mas, pessoas que vivem defendendo suas opiniões, rechaçam posições contrárias, como se fossem as donas da verdade. No entanto, as verdades são diferentes.
Nos últimos anos, temos testemunhado a execração pública de jornalistas, especialmente por parte do mandatário-chefe da nação. Só no ano de 2020 foram nada mais, nada menos do que 580 ataques à imprensa. Para isso, a indústria das fake news está em atividade constante.
Como evitar isso? Como qualquer jornalista lúcido que permanece ativo e dedicado à causa da limpeza ética tão necessária: resistindo, sem fraquejar e sem medo de críticas. Jornalismo incomoda, se não incomoda, não é jornalismo.
Jornalismo exige coragem para publicar aquilo que as pessoas querem esconder. E, para isso, precisamos arregaçar as mangas para defender interesses coletivos. Essa forma de atuar que nós assumimos pode ser o que consideramos maturidade.
Nós não sabemos como a comunicação será feita daqui a algumas décadas, mas uma coisa é certa: o jornalismo nunca foi tão importante e tão necessário para o enfrentamento de questões que afligem a todos nós e que podem mudar nossos destinos.
Estamos aqui para levar notícias, novidades, para informar. Nosso trabalho é investigativo, analítico e contextualizado.
Aqui, não se permite libertinagem opinativa. Somos um jornal, não comentaristas de redes sociais. Se chegamos até aqui, por mais duro que vem sendo, é porque estamos no caminho certo.
A vocês, que nos acompanham diariamente, aos nossos colaboradores, às nossas fontes e aos nossos anunciantes, o nosso muito obrigado! Continuem contando com o seu Correio9.
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