A construção de um dos dois hospitais provisórios em Wuhan, na China, que vão receber os pacientes que estão infectados pelo novo coronavírus, terminou neste domingo (2). Foram 10 dias de obras. A elaboração e execução do projeto é um exemplo de eficiência, que mostra o quanto o Brasil está atrasado.
O Hospital Huoshenshan (Fire God Mountain) foi inaugurado nesta 2ª feira (3), quando recebeu os primeiros pacientes, e servirá para o tratamento de pessoas com o vírus. A instalação começou a ser construída no dia 23 de janeiro; conta com 1.000 leitos e a área é estimada em 25.000 m². Foram 24 horas de trabalho todos os dias. Os operários receberam US$ 173 por dia, o valor é três vezes maior que o valor de mercado.
O trabalho, para erguer a unidade, envolveu centenas de operários e foi transmitido ao vivo, pela TV Estatal Chinesa, durante os 10 dias de construção. De acordo com a imprensa estatal, a audiência atingiu 40 milhões de pessoas diariamente.
Engenheiros de todo o País foram convocados para que a obra fosse concluída dentro do prazo. Além desse hospital, uma 2ª unidade está sendo construída em Wuhan, o Leishenshan Hospital. Ela terá 1.600 leitos e a previsão é de que seja concluído nesta 4ª feira (5).
No último sábado (1º), o presidente chinês, Xi Jinping, determinou o envio de cerca de 450 militares com experiência em enfermagem e cirurgia para auxiliar os médicos no atendimento aos pacientes na cidade que é o epicentro da epidemia. Ao todo, serão 1.400 militares trabalhando na unidade.
Até esta segunda-feira (03) o vírus havia provocado a morte de 426 pessoas. Enquanto outras 16 mil estão infectadas no País, segundo o governo.
No Brasil, o Ministério da Saúde está monitorando 16 casos suspeitos de infecção pelo coronavírus. Os estados do Rio de Janeiro e Ceará têm um caso cada um; São Paulo tem oito suspeitas; dois casos em Santa Catarina e quatro no Rio Grande do Sul.
A China tem um histórico de realizar grandes obras com rapidez. Prédios, pontes, estradas e túneis. Mas essa obra monumental, realizada de forma emergencial, já está sendo considerada um recorde na construção de grandes projetos.
O trabalho e a eficiência dos chineses fazem lembrar outro episódio, ocorrido em novembro de 2016, no Japão, quando uma grande cratera de cerca de 300 metros quadrados apareceu na região central da cidade de Fukuoka, a 5ª maior cidade do Japão, com 1,4 milhões de habitantes.
O pavimento começou a afundar em um cruzamento entre duas importantes avenidas em frente à estação ferroviária de Hakata, a maior da cidade, e o buraco foi aumentando gradualmente até atingir cerca de 20 metros de largura e 15 de comprimento, obrigando a polícia a esvaziar os edifícios e as áreas próximas. A cratera começou a encher de água procedente dos tubos subterrâneos.
Por se tratar de uma das principais vias da cidade, o fato causou problemas no trânsito e deixou mais de 100 residências sem energia elétrica, daí a urgência em solucionar o problema.
A prefeitura local deslocou mil operários que trabalharam dia e noite para consertar o estrago. Segundo a mídia local, em dois dias o buraco já estava praticamente preenchido e, a obra completa ficou pronta em uma semana.
Estes dois exemplos servem de reflexão para o abismo entre o Brasil e estes países. Quanto tempo decorre até que um problema semelhante seja resolvido no Brasil? Quantas obras inacabadas há no País? Quantas licitações são necessárias? Quantos aditivos são feitos nos orçamentos? Quantos erros de projeto?
Aqui, atraso é normal, é regra, não é exceção! Se em algum momento, alguma obra for concluída no prazo, será uma situação extraordinária.
Como o Brasil enfrentaria uma situação tão grave, como a que a China está passando? Quantos buracos fazem aniversário todos os dias nas ruas e estradas brasileiras? Para responder, basta se lembrar de que o Brasil perde para um mosquito!
A pergunta que fica é: e se fosse aqui?
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