
O dia 20 de novembro foi escolhido para celebrar o dia da Consciência Negra. A data representa a luta dos negros contra a discriminação racial, com comemorações e debates em todo o em todo território nacional. Esta data foi escolhida por ter sido o dia da morte do líder negro “Zumbi”, o Zumbi dos Palmares, que lutou contra a escravidão no Brasil.
Em Nova Venécia, as comemorações começaram na última segunda-feira, dia 13 e se estende até esta sexta-feira (17), com a 7ª Caminhada da Consciência Negra. Para a caminhada os participantes se concentrarão na sede do 2º Batalhão da Polícia Militar, de onde se deslocarão até a Avenida Mateus Toscano, de onde seguirão até à Praça Adélio Lubiana, para o encerramento das comemorações.
As celebrações estão sendo feitas em parceria entre o grupo Afrozumba e o 2º BPM e relembram a necessidade de refletir sobre a posição dos negros na sociedade. Pois o preconceito não é oficial, mas as gerações que sucederam à escravidão sofreram, e vem sofrendo, preconceitos, continuamente. A escravidão acabou oficialmente, sem a chancela do Estado, mas, a memória escravagista permaneceu. Os brasileiros parecem não se darem conta de que este país, como todo o seu patrimônio histórico e arquitetônico foram construídos com suor e sangue de negros.
A data foi estabelecida pela Lei n.º 10.639, do dia 9 de janeiro de 2003. No entanto, somente em 2011 a lei foi sancionada (Lei 12.519/2011) pela então presidente, Dilma Rousseff.
Em alguns estados brasileiros, o Dia da Consciência Negra é feriado, como no Rio de Janeiro, Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
A origem da data
As diversas nações africanas não se reconheciam como negros, e sim como Bantos, Haúças, Niams, Fulas, Kanembus, entre outras denominações.
Os primeiros africanos trazidos para o Brasil como escravos chegaram aqui em 1532. A abolição do tráfico negreiro deu-se em 1850, pela Lei Eusébio de Queiroz.
Após a abolição formal da escravidão no dia 13 de maio de 1888, a busca da “liberdade” e da igualdade por direitos dos negros jamais cessou.
O sentimento de discriminação sentido por todos os lados tornou o negro excluído da sociedade, da educação e assim, marginalizado no mercado de trabalho.
Essa exclusão foi aos poucos se diluindo. O negro encontrava lugar nos esportes e artes, mas não tinha acesso à universidade, por exemplo. Na prática a participação do negro só acontece quando ela atende a interesses econômicos da população branca.
Deste modo, a população negra optou por uma celebração simbólica dessa luta constante para sua libertação.
A criação de um dia comemorativo da Consciência Negra é uma forma de lembrar a importância de valorizar um povo que contribuiu para o desenvolvimento da cultura brasileira.
No dia 9 de janeiro de 2003, a Lei Federal 10.639 instituiu o “Dia Nacional da Consciência Negra”, no calendário escolar. O ensino da cultura afro-brasileira passou a fazer parte do currículo escolar em todo o país.
Durante este período, diversas atividades e projetos são realizados nas escolas de todo o país para comemorar a luta dos afrodescendentes.
Além disso, tem o intuito de conscientizar a população para a importância desse povo na formação social, histórica e cultural de nosso país.
Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares
Zumbi, nascido num Quilombo (aldeia onde viviam os escravos fugitivos), lutou até a morte para defender seu povo contra a escravidão.
Da escravidão, Zumbi só conhecia as terríveis histórias que os mais velhos estavam sempre contando. Eles lembravam a morte no porão dos navios, a escuridão das senzalas, o trabalho escravo e os castigos sofridos.
O Quilombo dos Palmares estava situado numa longa faixa de terra de 200 quilômetros de largura. Ficava paralela à costa, situada entre o cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, e a parte norte do curso superior do rio São Francisco, hoje no Estado de Alagoas.
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